quarta-feira, 7 de novembro de 2012

“Cilada do Kosovo” foi ideada nos Estados Unidos: Voz da Rússia

 


Konstantin Katchalin
7.11.2012, 14:03
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kosovo
© Colagem: Voz da Rússia

Alguns dias antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a dirigente do Departamento de Estado, Hillary Clinton, fez uma visita a Pristina.


Após os encontros com a presidente Atifete Jahjaga e o primeiro-ministro Hashim Thaсi, a secretária de Estado voltou a confirmar que os Estados Unidos sempre estiveram ao lado do Kosovo e continuarão a ser seu parceiro no futuro. Naturalmente, não podia ter sido feita outra declaração.
Os bombardeamentos de Belgrado, Novi Sad, Podgorica e de outras grandes e pequenas cidades da Sérvia e de Montenegro só terminaram após Slobodan Milosevic ter acordado que os americanos e tropas da OTAN entrassem no Kosovo. Formalmente, tudo decorria de acordo com a Resolução 1244 do Conselho de Segurança mas, na realidade, os Estados Unidos e a OTAN ocuparam de fato a Sérvia soberana e, posteriormente, cortaram simplesmente um quarto de seu território.
A CIA e o Pentágono sonhavam há muito “mudar-se” da Alemanha e da Itália para a península dos Balcãs. Hoje, já ninguém esconde que a operação da OTAN “Força Aliada” desenvolvida em março de 1999 serviu apenas de biombo. Ainda antes de seu início, especialistas militares escolheram uma área de 1000 hectares perto de Urosevac, no sul do Kosovo, para a construção da maior base militar americana na Europa. Na mesma altura, foi definido o principal empreiteiro: a companhia Halliburton, do Texas, uma das maiores empresas de serviços para campos petrolíferos do mundo e um dos principais prestadores de serviços de engenharia e construção. Contudo, a Halliburton não participou diretamente das obras. A base foi construída pela Bondsteel, sucursal da Kellogg, Brown and Root. Naquela altura, o inquilino da Casa Branca era Bill Clinton, que sonhava com os Balcãs e recursos naturais do Kosovo, avaliados pelo Banco Mundial em mais de 100 bilhões de dólares.
Segundo alguns dados, a construção da base de Camp Bondsteel custou quase um bilhão de dólares. Ao todo, em três anos foram construídas 300 estruturas. Só um hospital custou 34 milhões de dólares. Segundo analistas americanos, a base de Campo Bondsteel é o principal “interesse” dos Estados Unidos na Europa. Hoje na base encontram-se 7000 soldados e oficiais dos EUA. A base é uma instalação imensa. São centenas de hectares, de aquartelamentos, lojas, cinemas, ginásios, restaurantes, oficinas, pistas de aviação para helicópteros e aviões, campos de tiro e até um estabelecimento prisional. Todos os artigos e produtos são importados só dos Estados Unidos. O Pentágono envidou esforços para que o serviço militar no Kosovo não fosse muito difícil. Há planos de transformar Camp Bondsteel e a base vizinha de Camp Monteith num centro europeu de fuzileiros navais dos Estados Unidos, que do Kosovo serão deslocados para o Afeganistão para “trabalharem por turnos”.
Ainda há 15 anos, a Interpol elaborou um relatório especial recomendando que todas as seções nacionais da Interpol dispensassem atenção especial às estruturas mafiosas de albaneses kosovares. Na véspera de bombardeamento da Jugoslávia por aviões da OTAN, o Centro de Pesquisas Estratégicas e Internacionais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts publicou um relatório, indicando que os kosovares controlam cerca de 70% do mercado de heroína na Alemanha e na Suíça. Os Balcãs estão ligados a itinerários que começavam do Sudeste Asiático. Através do principal canal de tráfego, conhecido como a Rota dos Balcãs, passam 80% das drogas destinadas à venda na Europa.
O ópio, cultivado no Afeganistão e no Paquistão, é transformado na Turquia e, através do Kosovo e da República Checa, é enviado para outras regiões do continente. A seguir, a Rota dos Balcãs conduz, através do porto francês de Calais, ao Reino Unido, onde a mafia albanesa tem fortes posições. Clãs albaneses são numerosos no Kosovo e na Macedônia, para além da Albânia. Ao mesmo tempo, os clãs kosovares cooperam com a mafia turca e búlgara. A mafia albanesa utiliza correios checos para o transporte de heroína para os traficantes turcos e ingleses no Reino Unido. Os contrabandistas formaram alianças com seus colegas criminosos na Itália, inclusive com a Cosa Nostra.
Levando em consideração a crescente produção de drogas no Afeganistão, que hoje responde por 90% da heroína no mundo, os lucros do narcotráfico no Kosovo “independente” continuarão a ser o principal capítulo de receitas. Logo após a declaração da independência da região, dizia-se em Bruxelas que "agora o Kosovo vencerá definitivamente o narcotráfico". Mas não houve e nem haverá qualquer luta contra a mafia. Como afirmam muitos peritos, este negócio fabulosamente lucrativo proporciona anualmente dezenas de bilhões de dólares. Toda a região – Albânia, Kosovo e Macedônia Ocidental – está transformada num grande depósito de drogas, onde cada um pode ganhar enormes lucros. Ao mesmo tempo, a luta contra drogas e o narcotráfico irá figurar apenas em relatórios de organizações internacionais que, de vez em quando, continuarão a apanhar pequenos grupos de traficantes, deixando de lado a grande mafia.

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