domingo, 11 de novembro de 2012

Cabo Verde - José Maria Neves cada vez mais isolado

Em: http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=37495&idSeccao=549&Action=noticia

Ex-apoiante do chefe do PAICV, Samilo Moreira tem vindo a ser voz da contestação ao Primeiro-ministro, desmontando com inteligência e argumentos factuais a política de ilusão e propaganda que norteia a actividade deste Governo. Mas há um ano e meio atrás, Samilo escrevia ser JMN “o melhor líder cabo-verdiano pós Cabral”…
O isolamento crescente de JMN começa a encontrar vozes de contestação dentro do seu próprio partido e sua área de influência
O isolamento crescente de JMN começa a encontrar vozes de contestação dentro do seu próprio partido e sua área de influência


Samilo Moreira, um jovem quadro cabo-verdiano residente em Portugal, tem sido uma das faces mais visíveis das (corajosas) críticas públicas feitas a José Maria Neves e ao seu Governo, uma circunstância recente que adquire relevância pelo facto de Moreira ter sido um acérrimo apoiante de JMN nas últimas eleições legislativas.
Efectivamente, há pouco mais de um ano e meio, Samilo Moreira, nas páginas de “A Semana”, declarava sem qualquer hesitação ser “José Maria Neves, o melhor líder cabo-verdiano pós Amílcar Cabral”. O mesmo Moreira que, dias atrás nas páginas do Liberal, ousou com toda a clareza e coragem afirmar que “José Maria Neves equivocou-se. Cabo Verde já chegou ao Cabo das Tormentas, salvo por enquanto pelo memorando com o FMI”…
Ou seja, ainda nem dois anos decorreram sobre o momento em que havia elevado José Maria Neves ao “altar” de sucessor inquestionável de Amílcar Cabral, envolvendo-o no mesmo manto, entre o mito e a heroicidade, e apresentando-o como um caso raro de governante de excelsas qualidades, Samilo Moreira vem agora reconhecer que JMN está equivocado e que oculta a verdadeira situação do país aos cabo-verdianos, coincidindo com Carlos Veiga e o MpD na avaliação do Primeiro-ministro e do Governo.
O mesmo Carlos Veiga que, no texto apologético a Neves, Samilo apresentava como oportunista, uma espécie de quisto da democracia cabo-verdiana, por oposição ao virtuoso Neves, “o melhor líder cabo-verdiano depois de Amílcar Cabral”…
O que terá mudado desde o épico texto apologético ao líder do PAICV e a atualidade, ou melhor (e para sermos mais rigorosos), até Junho último, quando Samilo Moreira rechaçou a propaganda do Governo e do seu chefe ao sustentar que o desemprego real em Cabo Verde estaria acima dos 57 pontos percentuais?
Naturalmente, quem mudou foi Samilo Moreira. Desde logo mudou porque, inteligente e sério como é, começou a perceber a verdadeira natureza de José Maria Neves, a perscrutar para além da cortina de ilusão em que assentam as políticas deste Governo montado em estado permanente de propaganda. E mudou o País, naturalmente para pior, expondo as vulnerabilidades daquele que, obviamente, está a léguas de Amílcar Cabral, e não passa de um líder fraco, de uma personalidade “bipolar”, de uma personagem de mentira e manipulação.
Samilo Moreira e a sua geração foram o alvo de uma muito bem orquestrada encenação de revisão histórica da vida cabo-verdiana, onde a ditadura do partido único foi branqueada e demonizados os anos 90 que, percebe-se agora, significam muito mais e estão muito para além dos erros então cometidos, mas que não anulam a importância dessa época como fator de construção democrática e de desenvolvimento do país. Uma revisão histórica, diga-se de passagem, que só foi possível por inação e cumplicidade objetiva do MpD e de largos setores da sociedade cabo-verdiana, que deixaram o terreno aberto a José Maria Neves e à sua equipa de autointitulados “salvadores da Pátria” que, também se percebe agora, serviram apenas para salvar as suas carteiras.
Desfeita a nuvem de ilusão, arrasada pelos factos a imagem de um líder construído sob a cortina de fumo das figuras heroicas (lembram-se do famoso “cem mil vezes José Maria Neves”?), desfeito o mito da “boa governação”, quem é sério (a há gente séria no PAICV) só poderia evoluir no sentido agora afirmado por Samilo Moreira.
O isolamento crescente de JMN começa a encontrar vozes de contestação dentro do seu próprio partido e sua área de influência, ainda para mais (como é o caso em apreço) afirmando-se com grande clareza e maturidade.
Liberal
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ARTIGOS RELACIONADOS
José Maria Neves, o melhor líder cabo-verdiano pós Amílcar Cabral (“A Semana):

http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article50678%20elugiando%20Jos%C3%A9%20Maria%20Neves%20e%20menosprezando%20Carlos%20Veiga

A taxa do desemprego real em Cabo Verde é aproximadamente DE 57,1%:

http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=50&id=36315&idSeccao=533&Action=noticia

José Maria Neves equivocou-se. Cabo Verde já chegou ao Cabo das Tormentas, salvo por enquanto pelo memorando com o FMI:

http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=37359&idSeccao=527&Action=noticia




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