sábado, 10 de novembro de 2012

Antigo primeiro-ministro diz que "Angola tem o tipo de democracia que merece"

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Maputo – O antigo primeiro-ministro angolano Fernando França Van-Dúnem desvalorizou nesta sexta-feira, 09, em Maputo, a falta de alternância política no poder, frisando que "Angola tem o tipo de democracia que merece" em função da "juventude democrática do país".

Fonte: Lusa/RM

Fernando França Van-Dunem apontou o voto popular como a fonte da legitimidade do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e do seu Presidente, José Eduardo dos Santos, numa palestra subordinada ao tema "Angola Antes e Depois da Independência" no Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique (ISRI).

Respondendo a insistentes perguntas dos estudantes sobre o monopólio do MPLA na vida política angolana, o ex-primeiro-ministro e agora deputado da Assembleia Nacional afirmou que a hegemonia do partido no poder deriva da confiança que o povo angolano deposita nesta força política.

"No tipo de democracia em vigor em Angola, o povo é que manda. A alternância é decidida pelo povo. É necessário que seja o povo a pronunciar-se e ele tem-no feito nas eleições", sublinhou Fernando França Van-Dunem, um dos líderes históricos do MPLA.

Sem legitimidade popular, assinalou o deputado, o seu partido não estaria no poder, pois, "quando o povo não quer, não há nada contra a fazer", como aconteceu nos países árabes, cujos líderes foram afastados por revoltas populares.

Para Fernando França Van Dunem, orgulhoso do seu estatuto de membro número 26 do MPLA, a qualidade da democracia angolana deve ser medida em função da juventude da prática dos princípios da democracia multipartidária na história do país, uma vez que as primeiras eleições gerais realizaram-se em 1992.

"Cada país tem a democracia que merece e Angola tem o tipo de democracia que merece, em função da sua história", enfatizou Fernando França Van-Dunem, numa referência aos 27 anos de guerra civil, que se seguiram à independência do país em 1975.

Segundo o ex-primeiro-ministro, os 10 anos de paz, alcançada em 2002, permitiram a concentração nas tarefas da reconstrução nacional, conseguindo colocar ao serviço da população mais infraestruturas sociais, como estradas, escolas e hospitais.

No campo político, a paz está a criar condições para a consolidação dos princípios democráticos, nomeadamente a separação de poderes, com "um parlamento cada vez mais refinado na sua missão de legislar, mas também fiscalizadora", acrescentou Fernando França Van-Dunem.

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