terça-feira, 6 de novembro de 2012

A Electra

Por Christine Rodrigues
A Electra terá noção de todas as brigas que deverá ter causado ao longo destes anos no seio familiar dos caboverdianos? A Electra saberá a tamanha preocupação que instalou dentro de uma casa onde reside uma bebé de 2 três dias de vida? Que responsabilidade teria a Electra se uma criança morresse vítima de incêndio ocasionado por uma vela que, supostamente, só estava acesa por incompetência dos membros da empresa de electricidade e água? E não venham com demagogia argumentando que os nossos avós ou os nossos pais, criaram os seus filhos à luz das velas. Lembro-me perfeitamente de que na minha casa havia frigorifico a gás e estávamos preparados e sabíamos viver sem a electricidade. É muito mais aceitável se até à data não tivéssemos tido um dia com electricidade do que ter que estar habituado a viver sem ela devido a “desgovernalidade”. E o que é mais intolerável é tirarem-nos este hábito, de um dia para outro e sem nos darem “cavaco”, pretendendo ...
que aceitemos e que concordemos com a ideia de que o país onde vivemos é exemplo, é melhor, é campeão e tem os melhores representantes de sempre, habituando-nos calados à triste realidade de viver às escuras. Sou completamente a favor dos políticos terem o direito de viver as suas vidas privadas à sua maneira, como aliás, qualquer outro cidadão, mas sou redondamente contra o facto dos políticos, mesmo que financeiramente possam colocar uma “electrinha” à porta de casa, o façam uma vez que o país que dirigem não consegue fornecer energia para os cidadãos. E mais, considero esta prática como a pior afronta dos últimos 37 anos de história, para com os cidadãos caboverdianos. Alguém já teve a audácia de me dizer que quando estou a exigir água e luz, estou a ver só para o meu umbigo e não tenho uma “electrinha” à porta de casa. E agora pergunto: os políticos que têm gerador à porta de casa e abastecem os seus depósitos de água de forma manual, estarão a pensar em resolver o problema da falta de água e luz do país, ou estarão apenas a pensar e a olhar para seus umbigos?
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