domingo, 11 de novembro de 2012

A economia de Obama: os ricos também pagam: Voz da Rússia

10.11.2012, 15:57
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barack obama eua
EPA

Os americanos ricos irão perder os seus privilégios fiscais. Precisamente desta maneira o presidente eleito dos EUA pretende prevenir a “catástrofe orçamentária”.

Barack Obama pronunciou o seu primeiro discurso depois das eleições e delineou aos cidadãos americanos a sua estratégia econômica.
A catástrofe, referida pelo presidente dos EUA, pode ser resultado do crescimento do défice orçamentário. O chamado “abismo fiscal” pode surgir já em janeiro de 2013. Aliás, a primeira etapa da luta contra o déficit orçamentário é a diminuição de despesas do Estado. De acordo com os cálculos dos peritos, citado no discurso de Barack Obama, até setembro do próximo ano o déficit deve diminuir para 503 bilhões de dólares. Mas mesmo isso vai requerer pesados sacrifícios: o desemprego em massa e a diminuição do incremento econômico dos EUA em meio por cento. Portanto, a elevação de impostos para os americanos mais ricos é absolutamente imprescindível. O presidente avisou que irá vetar qualquer projeto de lei que vise ampliar os privilégios fiscais para os que ganham mais de 250 mil dólares por ano.
Na opinião de alguns analistas, Obama “carrega propositadamente nas tintas”. Faz o jogo dos republicanos que controlam a Câmara dos Deputados, - afirma o vice-reitor da Escola Russa de Economia Konstantin Sonin.
"Estas palavras de Obama não passam de um elemento de regateio. É que agora os enfoques dos dois partidos diferem e eles necessitam chegar a um acordo a respeito de uma certa posição comum a fim de evitar grandes problemas. Agora eles assustam um a outro."
O perito do Instituto Russo da Economia Mundial, Iakov Mirkin, também está convencido de que um catástrofe orçamentária não haverá em qualquer hipótese.
"Os republicanos e democratas irão chegar certamente ao entendimento a respeito da elevação do “teto” da dívida estatal. Os dois partidos têm dedicado uma grande atenção à redução do déficit orçamentário, embora proponham diversos métodos de solução para esse problema. Se Romney saísse vencedor nas eleições, seria possível esperar a redução de impostos com a eliminação de numerosos privilégios, existentes na legislação fiscal dos EUA. Trata-se dos créditos fiscais, relacionados ao financiamento do sistema de educação, dos meios destinados para a saúde e programas de seguro na esfera de saúde, do financiamento do pequeno negócio, isto é, da ajuda a camadas mais pobres da população."
Quanto a Obama, o seu enfoque é diferente: quem deve pagar são os ricos, que constituem cerca de 2% da população dos EUA. Os demais 98% terão os seus impostos reduzidos. O respectivo projeto de lei já foi aprovado pelo senado e o presidente está pronto a assiná-lo a qualquer instante. Ao mesmo tempo, Barack Obama está pronto para admitir um certo compromisso com os republicanos a fim de evitar as conseqüências negativas destas medidas.
Seja como for, mas o presidente não evitará a luta com a câmara dos deputados a respeito de questões econômicas. Peritos russos reputam de um modo geral que a reeleição de Obama é um bom sinal para a economia americana. Ele já deu provas de que é capaz de dirigir com eficiência a luta contra a crise, pois já tinha salvo a América de problemas ainda maiores. Apesar da resistência do Congresso, conseguiu fazer injeções enormes na economia dos EUA conseguindo desta maneira melhorar, embora pouco, o índice de crescimento econômico. A julgar por tudo, o presidente pretende continuar com essa política e isso irá exercer influência positiva não somente sobre os mercados americanos, mas também globais.

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