domingo, 21 de outubro de 2012

“Uma guerra de guerrilha não sobrevive sem o apoio popular”

 

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Francisca Dhlakama entrou para a vida política na adolescência e muito cedo assumiu destacadas funções na Frente de Libertação de Moçambique. O treino político-militar em Agosto de 1971, em Nachingwea, foi o trampolim. Especializou-se e foi instrutora político-militar e mais tarde comandante de operações militares, assim como comandou o destacamento feminino em algumas missões.
Como é que uma jovem decide entrar para um movimento de libertação, ou melhor, como é que essa paixão surge em si?
Na verdade, a decisão não foi minha. Eu fiz parte de um pacote familiar. Isto é, a decisão foi dos meus pais. O meu pai já estava a sofrer perseguição pela PIDE/DGS e já havia um mandado de busca e captura. Então, ele foi alertado, antecipadamente, por pessoas amigas que tomaram conhecimento e que viram o documento que apontava que ele seria preso, exactamente, numa segunda-feira. Mas eles (os meus pais) já se vinham se preparando, porque tinham sido alertados, e, entretanto, foi com base nisso que foram ajudados, também, para sair com toda a família.
O que fazia o seu pai a ponto de a PIDE/DGS estar interessada nele?
Porque ele já era militante da Frelimo na clandestinidade. Na verdade, foi um dos fundadores da Frelimo na clandestinidade e que convivia com militantes, com elementos que já trabalhavam para a Frelimo, que levavam pessoas para o outro lado e recebiam correspondências de uma malta amiga, que já se encontrava em Dar-es-Salaam. Ademais, em 1961, ele foi um dos homens que se avistou com o falecido presidente Eduardo Mondlane cá em Lourenço Marques.
Trata-se de um período em que a PIDE apertava muito a circulação de moçambicanos. Como é que o seu pai conseguia fazer esse trabalho nessa altura? Como é que entrava em contacto com esse grupo da Frelimo?
Havia sempre uma forma de entrar em contacto. Não sei com exactidão, na altura era muito miúda, tinha seis, sete, ou oito anos, de modo que não posso precisar. Mas sei que ele tinha contactos com a malta que já estava do outro lado e que, também, após termos regressado à Beira, porque ele tinha sido transferido para Lourenço Marques, juntamente com a minha mãe e algumas outras pessoas, ajudaram estudantes, em particular ex-seminaristas, a saírem de Moçambique, que desejavam continuar com os seus estudos e partiram para Europa, Estados Unidos.
Quando é que Francisca Dhlakama ganha consciência de entrar para esse movimento, para além de ser filha de um combatente, Samuel Dhlakama?
Na verdade, tornei-me membro do destacamento feminino aos 15 anos de idade. Então, tinha estado na escola, naturalmente quando fui para lá tive de continuar os meus estudos. Completei a 4ª classe em Tunduro. Fui uma das pioneiras quando a Frelimo decidiu estabelecer a Escola Primária de Tunduro. Saí de Moçambique com 3ª classe feita. Fui fazer a 4ª classe lá e depois fui para o Instituto Moçambicano, onde permaneci até 1968, aquando do encerramento do mesmo. Parei durante um ano e pouco sem poder prosseguir com os estudos, porque não tinha onde prosseguir. Mas depois fez-se um arranjo e continuei numa escola privada em Mbeya, que era escola de freiras holandesas. Foi lá onde prossegui com os estudos até aos 15 anos de idade. E aos 15 anos de idade, naturalmente, tinha que passar para um outro nível e depois foi quando o representante da Frelimo em Mbeya transmitiu-me, portanto, a decisão do movimento, de que me devia juntar ao destacamento feminino.
E entra para o destacamento feminino como uma das principais referências em termos militares. Como é que era o destacamento feminino? Qual era o vosso papel?
... Como todo o mundo, tanto elementos do destacamento feminino como do sector masculino, primeiro tínhamos de ser treinados, ser submetido a treinos básicos, de modo que não havia excepção para ninguém.
Não havia essa diferença entre homens e mulheres?
De uma maneira geral sim, porque o destacamento feminino tinha (basicamente o treino era o mesmo, mas nós tínhamos tarefas específicas, enquanto a tarefa do homem era, exactamente, combater, nós exercíamos as nossas actividades mais na retaguarda nas zonas libertadas) que aprender a defender as zonas libertadas; tínhamos que acolher crianças órfãs ou filhos de combatentes a desempenhar outras funções; tínhamos que cuidar deles e, depois, outros eram encaminhados para fazerem o curso de enfermagem, professorado nas zonas de guerra e, para tudo isso, era preciso que elas estivessem militarmente, para além de politicamente, preparadas, porque a qualquer momento havia ataques e isso sempre aconteceu (...). Tínhamos que defender as zonas, as pessoas e a nós mesmas. Para além disso, tínhamos que transportar o material de guerra, porque não tínhamos carros, cavalos nem tão pouco burros. Eram cabeças humanas que transportavam, desde a fronteira com a Tanzania até ao primeiro e segundo sectores, em muitos casos. Então, era o destacamento feminino que fazia isso. Tínhamos que desenvolver a agricultura para abastecermos aos soldados e alimentarmos as zonas libertadas. A tarefa principal do destacamento feminino era mobilizar o povo para se juntar à Frelimo e desenvolver a guerra.
Como é que se toma a decisão de transformá-la numa militar? Nessa altura, se formos a ver a sua história, aparece como a única mulher com treinamento para comandante político-militar. Como é que toma essa decisão?
Olha, nós não decidíamos. Não éramos nós que escolhíamos aquilo que queríamos fazer (...), a decisão era nos transmitida. Como militar, não podia decidir nada, de modo que eram os meus superiores que ao nível do campo de treinamento político-militar de Nachingwea seleccionavam. Primeiro, após o treino básico, seleccionaram-me para um curso de especialização, que era para nos tornarmos instrutores político-militares e foi o primeiro curso a ser realizado em Nachingwea. Aí houve mistura tanto de elementos do destacamento feminino como do masculino. O primeiro integrou duas jovens, ou duas mulheres, ambas da mesma idade.
Ainda se recorda dessa sua companheira?
Sim, Boldina Cristóvão, que agora está na província de Sofala e, mais tarde, tirou o curso de enfermagem. Alguns já eram monitores, não eram instrutores, isto é, eram instrutores sem formação, de modo que na realidade eram monitores político-militares. Alguns já haviam sido comandantes em zonas de guerra, em Cabo Delgado. Uns haviam participado inclusive contra a ofensiva “Nó Górdio”. Tivemos dois quadros que vieram de Cabo Delgado, ambos já não existem, morreram. Foi o caso do Mugido; o caso do Lindolondolo, grandes músicos que a luta de libertação nacional produziu. A nível do Niassa Oriental, salvo o erro, veio o Erasto Mulémbwè. Outros foram seleccionados do centro de preparação político-militar de Nachingwea. Após essa formação, tivemos que desenvolver as nossas tarefas: formar quadros. Uma das grandes missões que nos foi incumbida, a primeira até, foi treinar a terceira companhia do décimo primeiro batalhão, salvo o erro. Foi a companhia que abriu a frente de Manica e parte da mesma avançou para abrir a frente de Sofala...
Francisca fez parte desse grupo que preparou esses combatentes?
Sim, fiz parte desse grupo de instrutores e, mais tarde, foi quando voltámos, após termos exercido as nossas tarefas durante algum tempo, para um outro curso de especialização, para nos tornarmos comandantes de operação militar. E ali eu era a única mulher, porque a Boldina já havia seguido para tirar o curso de enfermagem em Mtwara.
Havia muita preocupação de formar militares dentro da Frelimo. Gostava de saber qual era o interesse da Frelimo ao formar esses quadros?
Houve sempre esse interesse. Logo após a fundação da Frelimo, os primeiros quadros militares que abriram frentes de combates e tudo foram treinados fora do país, como todos nós sabemos. Foram treinados na Argélia, China, União Soviética e cada um deles voltava com uma estratégia, táctica, totalmente diferente e tinha que se criar uma plataforma comum de actuação. Por outro lado, não podíamos ficar, eternamente, dependentes. Foi quando se decidiu por que não nós, mesmo antes de termos esse curso de especialização em termos de instrutores político-militares, a nível de Nachingwea, já tínhamos instrutores capazes, competentes com muita boa experiência, que nos treinavam.
Fale-nos um pouco desse centro de treinos de Nachingwea. O que era exactamente? O que é que aprendiam? E quais eram as principais figuras desse centro de Nachingwea?
Olha, o centro de preparação político-militar de Nachingwea era o coração da Frelimo. Representava a nação moçambicana, porque pessoas vindas de todas as províncias de Moçambique acabavam convergindo e agrupando-se em Nachingwea. Era lá onde todos recebíamos a preparação político-militar, que nos facilitaria e facultaria no desempenho nas nossas tarefas quotidianas. E essa base era muito importante. A tarefa primordial da Frelimo e dos quadros e militantes era combater para libertar o país. Uma vez que havia nos sido negado um diálogo com o colonialismo português, e a Frelimo havia tomado a decisão de que só por meio de armas é que libertaríamos o país, tínhamos que preparar as pessoas devidamente bem para levarmos a cabo essa tarefa.
O que é que fazia com que vocês se unissem mesmo sendo de diferentes províncias?
Todos nós havíamos sido colonizados, do Rovuma ao Maputo, e o colonizador era o mesmo, de modo que tínhamos essa base comum. Todos queríamos essa liberdade, ninguém queria continuar a viver colonizado. Esse era o factor principal que nos unia. Unirmos, trabalharmos, lutarmos, prepararmo-nos devidamente para a libertação, não só para libertar o homem como o país. Por outro lado, exortou-se sempre para que houvesse a unidade, uma vez que éramos todos irmãos do Rovuma ao Maputo e que, obviamente, havíamos sido divididos. Conforme todos sabemos, divide para melhor reinar, essa foi a estratégia usada por todo o colonizador em África e era preciso combatermos o divisionismo e, realmente, pensarmos de uma forma moçambicana, não de uma forma tribal.
O PAÍS – 28.02.2012

Comments

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Francisco Moises said in reply to JJLABORET...
JJLaboret,
Nao podia ser diferente a reacao das pessoas. Isto foi uma boa licao para o individuo que pensava que podia aparecer por aqui para glorificar chacinas e crimes contra a humanidade cometidos pelo regime machelista visto que a Frelimo tinha que ter o poder pelo qual lutou, mas nao legalisado pelo povo.
Uma boa licao no sentido de que o individuo dito Simango, que pode ser o R.C. ou o proprio coronel na reserva, o famoso Sergio Vieira, sabera agora que nao tera apoio dos mocambicanos se aparece aqui para glorificar actos genocidarios e vomitar a propaganda inconsciente da Frelimo. O individuo falava com a conviccao assassina propria do S.V. ou do Mariano Matsinhe,
Como Simango nao e o seu proprio nome, este individuo que recebeu aqui um repudio total aparecera com este nome ou rebaptisado com outro outros nomes para glorificar e reglorificar os anos genocidarios e assassinos que os lideres da Frelimo perpetraram.
2
JJLABORET said...
AT LAST!
O Senhor Simango provocou a todos em desafio de idéias, desde o início. Daí que reptos e contraposições aos seus comentários e mesmo afirmações dadas como suas verdades, não poderiam deixar de aparecer aqui contrapontos colocados pela maioria ou por dizer, quase todos! E são contrapontos consideráveis e lógicos.
Todavia estava faltando algo! Alguma coisa simples, mas demolidora, tal como uma marreta na sua simples constituição de um bloco de ferro de pouco peso, e uma haste de pau, e nada mais, porém que quando bem usada, tem como resultado um impacto demolidor!
E apareceu a marreta, assim de repente!
Marreta empunhada pelo comentador que se identifica como Anônimo!
Bem haja Sr. Anônimo, doravante "O Senhor da Marreta"!
Esteja mais por aqui, neste blog, que o "cardápio" se faz variado dia-a-dia!
"At Last"
Até que enfim!
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licos ivar said in reply to Gerson Ndafiwa...
Um artigo muito interssante...que nós deixa pensar tanto,e nos vem uma pergunta:
Portugal deixara infra-estruturas socio-economicas fortes e boas mas nós,negros da Frelimo e da Renamo destruimos tudo originando uma pobreza e miseria ao País inteiro...Que grande vergonha...Alguem,sabe quanto é que a divida externa de Moçambique??....Esta dependencia infinita ao Banco Mondial,ao Fondo Monitario Internacional,aos doadores...sinceramente,uma mentalidade tipica de governos da Africa...e dizem eles,que somos paises independentes e soberanos...
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Gerson Ndafiwa said...
UMA PEQUENA HISTORIA PARA RELAXAR
O Espirito do Magarire
Existiu numa família gazense uma tragédia que começou com a trágica morte de Magarire, então perpetrado por um guerreiro de Ngungunhane lá para as bandas de Mandlacaze no longínquo tempo dos arcos e azagaias.
Magarire foi um dos milhares de ndaus que Mundhungazi (o homem sangue) – Ngungunhane – arrastou consigo na sua descida de Mussapa para o sul de Moçambique em 1889. Ninguém conta com exactidão a razão da querela que culminou com a morte de Magarire durante ainda o reinado daquele conhecido “Leão de Gaza”. Sabe-se apenas que após a trágica morte de Magarire a família do seu assassino atrairia para si a vingança do espírito do Magarire das montanhas de Chimanimane em Manica, de que era neto o Magarire assassinado em Mandlacaze. É que o Magarire de Chimanimane era um indivíduo conhecido pelos seus métodos de solucionar contendas por via de força. Gostava de matar, por tudo e por nada, todos aqueles que se atrevessem a atravessar-lhe caminho. Daí que em Chimanimani lhe haviam alcunhado de Magarire Mbondoro (Magarire, o leão).
Morto que foi o neto herdeiro do seu nome que ostentava, Magarire avô tratou então de centrar a sua vingança em tudo o que fosse da família do assassino do seu neto. Foi então matando, metafisicamente, de geração em geração, os que descendiam ou tinham o mesmo sangue que corria nas veias de Massavanhane (o assassino de Magarire neto).
Uma vez que já pagavam a factura pessoas que nem sequer conheceram o Massavanhane assassino, pecando apenas pelo facto de terem nas veias o sangue que correu em tempos nas veias daquele, consultados os nhamussoros Magarire sai afirmando que estava farto de matar tão reduzido número de pessoas. Outros espíritos de maldição no além já lhe chamavam de maluco. “Para haver paz é preciso que a minha loucura e o meu desejo de sangue seja transferido para alguém da família directa do meu assassino. Só assim é que os descendentes do ´meu´ assassino terão paz” – disse o espírito de Magarire. “Construam-me um Ndomba no vosso quintal (uma palhota onde repousam e fala-se com os espiritos) e escolham um dos filhos varões para carregar esta maldição”.
O escolhido acabava de nascer e com ele transportaria a maldição de Magarire. As qualidades do rapaz começaram a revelar-se na pastagem de gado. Teimoso e carrancudo, até aos bichos-do-mato não temia. De adulto destacar-se-ia no meio de outros. Criadas que haviam sido na nação as condições sociais de matar em nome duma causa colectiva, o já homem feito de espírito de Magarire transformou-se num assassino em massa. Inocentemente livrou a família de mortes metafísicas acidentais, mas transformou-se num assassino físico de outros por excelência, à coberto, como era natural, do poder que passou então a possuir entre os demais. Chegado a era da geração de hoje, toda a nação já não só atrairia a maldição do espírito do ndau Magarire. Está a braços com a ira de todos os espíritos que compõem o mosaico do “trabalho artístico” do tris-neto de Massavanhane. Directa ou indirectamente a nação inteira está pagando a imprudência de Massavanhane em Manlhacaze.
Chimoio, 3 de Março de 2012
Gerson Ndafiwa
PS: Qualquer semelhança desta história com o real que se viveu numa família é simples coincidência.
5
anonimo said...
Citando a resposta de Bilal a Simango:
"Vamos falar claro, Simango: uma Junta Militar radicada em Dar es Salam pretendia assumir o poder em Moçambique por via de um golpe de Estado militar executado, não por ela, mas por interpostas forças em Lisboa que, até ao fim, se demitiram das suas responsabilidades como nação colonizadora. Pretendia o campo limpo, para a entrada gloriosa do chefe da Junta, a um mês da tomada do poder legitimado, não nas urnas, mas numa sessão de um Comité Central.
Joana não foi "detida" por ter ido pedido a rodesianos ou sul-africanos que invadissem Moçambique. Foi "detida" na Beira, na residência onde morava.
Paulo Gumane, Samuel Brito Simango e vários outros do PCN também não estavam sentados a discutir planos de invasões militares com rodesianos ou sul-africanos quando a Frelimo os "deteve".
Deves ter reparado, Simango, que utilizei aspas quando me referia à "detenção" daquele que tu rotulas de conspirador. "Detenção", Simango, pressupõe um processo legal justo: um mandado judicial para prisão de alguém e sua comparência a breve trecho perante um juiz.
A "detenção" do conspirador não seguiu esses trâmites. Nem a dele, nem as dos demais "conspiradores". Tu explicas como foi: "lei ou os usos e costumes do processo revolucionário". Lei? A Lei do mais forte, quererás porventura dizer; lei da selva, do leão que devora a gazela encurralada a um canto ou desgastada depois de prolongada perseguição. Aí, nessa lei, assentou a justiça revolucionária com que a Frelimo nos presenteou, Simango, embrulhada em papel de cores garridas com a etiqueta "made in zonas libertadas", as tais zonas das "ricas experiências". Justiça que veio à tona da água em Nachingwea poucos meses antes da independência.

Conjecturas tu, Simango, que faria eu em 1974/75, se fosse dirigente da Frelimo. Admitindo que fosse político, por índole aceitaria participar em eleições democráticas, em pé de igualdade com os meus adversários, sem rasteirar nenhum deles – e muito menos mandá-los prender ou executar na calada da noite. Aceitaria o veredicto popular expresso em processo eleitoral livre e justo.
Dir-me-ás que essas condições não estavam reunidas em 1975. Não me surpreenderia, pois todos os não democratas têm sempre um justificativo para legitimar a usurpação do poder.
Saudações"!...
Essa é boa!, quer mais esclarecimento que isto, sr. "Simango"? O senhor é uma pessoa normal ou está gravemente doente?

6
licos ivar said in reply to anonimo...
Sr.Anonimo:
Mas,todos estes senhores desapareçaram?...Realmente ha muito que temos que saber...E os corpos destes senhores,aonde é que estao??!!...Tudo isto nao aconteceu,quando o Guebuza era Ministro do Interior?...É arrepiante
Abraços
licos
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licos ivar said in reply to Simango...
Exmo Sr.Simango:
O Sr.de certa forma defende os fuzilamentos que Frelimo cometera.Que me perdoe,mas nao havia nenhum motivo para os tais fuzilamentos...e quantos moçambicanos foram torturados nas prisoes injustamente?? A Frelimo deve ou (deveria) ser "clean" sobre a grande opressao que utilizou,pedindo perdao ao povo Moçambicano...Caro sr.concentre-se por 5 minutos e analize os anos 70 e 80 da Frelimo..A Frelimo,cometeu crimes!Por favor,aceite os factos.Vivo num País vizinho da Alemanha,Alemanha esta que teve coragem de pedir perdao sobre os crimes do Nazismo...A Frelimo deveria fazer o mesmo...
Recordo-me muito bem da discussao que o meu falecido irmao mais velho (era gerente da firma -Dionisio Almeida na Beira (Acho que era o unico negro que era Gerente duma Impressa Privada na Beira)tivera com um soldadinho fardado da Frelimo...A certo ponto o tal soldadinho perguntou ao meu irmao se sabia com que ele estava a falar...Recordam-se quando estes elementos da Frelimo nos perguntavam:
Mas,camarada sabe com quem está a falar??....Pensavam eles,e ainda hoje pensam que Moçambique era só da Frelimo.Recordo-me tao bem quando o meu irmao pediu-me para tomar cuidado com os elementos da Frelimo...fiquei perplexo porque o meu irmao era um simpatizante da Frelimo.Nao havia nenhuma justificaçao aceitavel da parte da Frelimo de ter maltratado milhoes e milhoes de moçambicanos.
«TIYENDE PAMODZI NDI MTIMA UMODZI........Sim, a famosa cançao que eramos obrigados a cantar quase todos os dias se bem que, nao soubemos o que ela dizia...Foram anos terriveis!
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anonimo said...
Sr. "Simango", estou a aguardar pela resposta as minhas perguntas. E já agora, diga também a mim, ao Bilal e a muitos em que mesa esteve Judas Honwana, Basilio Banda, Joana Simião, Francisco Timóteo Zuca, João Abilio Andrade, Joaquim Tocuane, Manuel Zucuimo, João Doce Ramazane, Academy Real de Amargo Pande, João Massingarela, Afonso Santhemo, Camilo Santos Raposo, Paulino João Nota, Luís Janota (Chapepa), Jacob Carlos Chinhara, Miguel Arcanjo Necauti, Feliciano Arcanjo Vintan Dimbeju, João Botelho Duarte, Germano Paulino Malinda, Bento Carlos Bigodes Namagónyo,Teodósio Mpunga, Moisés Matura, Gaspar Ngungo Matapa, Mazengo Twigwane,etc.,a conspirar contra a independencia com Smith e Voster, tendo em conta que muitos destes senhores jamais sairam de Moçambique e as tentativas de contactos de Simango com Smith e Voster ocorrem em Outobro na sequencia da prisão da maioria destes senhores. Citamos apenas alguns. Se quiser adicionaremos mais.
Cumprimentos
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anonimo said in reply to Simango...
Caro Simango,
Insisto: imaginemos que a Frelimo teve toda a razão para liquidar Uria Simango por este ter ido "pregar o seu evangelho" no aparttheid e na Rodesia. Agora responda simplesmente a mim e não ao Bilal:
E a menina Muthisse, de 13 anos, foi pregar o evangelho onde? E o Isaias Tembe, foi pregar o evangelho onde?
Quer mais nomes? E aquele senhor que assistiu o assar em Maputo de um destacado senhor e sua esposa (crime atribuido aos BAs) deixando orfaos, que destino se-lhe deu?, pois,depois de visita-lo algumas vezes na esquadra onde estava sendo "protegido" contra os BAs que podiam-lhe fazer mal por ter visto o que não devia ver, já ninguem diz em que "cofre" está o homem "protegido dos BAs". E ja passam anos! Tudo isto enquadra-se no processo da construção da nação?
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António Bilal said...

Simango, desconheço o tipo de apoio que o Uria desejava obter dos rodesianos, e dos sul-africanos. Levantas a hipótese de ter sido apoio militar. Não deixa de ser a mesma especulação que aqui levantaste de início.

Creio que Uria era suficientemente inteligente para concluir que não dispunha de nenhuma estrutura de base através da qual pudessem ser canalizados meios militares para se constituir uma força armada de apoio a um suposta ala militar do PCN.

Estamos a falar de Outubro de 1974, Simango. Faltavam ainda cerca de 8 meses para a declaração da independência de Moçambique. Simango terá considerado essa fase como crucial, em que qualquer acção empreendida não envolveria um país independente de jure, mas antes uma colónia em período de transição.

Não faço ideia que argumentos Uria pretendia utilizar num encontro com Smith ou Vorster. Os serviços de "inteligência" de ambos os países impuseram barreiras, e os encontros não se realizaram. Pelos menos sabe-se através de documentação rodesiana, que os rodesianos exigiram de Uria o impossível: que o PCN demonstrasse ter capacidade de mobilização e organizacional internas. Estamos a falar de um partido formado apenas em Agosto de 1974, 3 meses após o regime fascista ter sucumbido, regime esse que, como sabes, não permitia actividade partidária; e 2 meses somente depois do PCN ter sido formado.

Simango, a Frelimo não "deteve" Uria devido ao suposto pedido de ajuda militar que teria ou estava em vias de ter pedido a rodesianos ou sul-africanos. Uria passou pela Rodésia e África do Sul em Outubro de 1974. Era, fundamentalmente, um fugitivo político, numa altura em que o governo de transição ia prendendo, uma por uma, todas as vozes discordantes. Uria foi "detido" semanas depois, já em Novembro. Por mais competentes e eficientes que fossem os serviços de "inteligência" da Frelimo, não creio que estivessem na posse de dados sobre o suposto pedido de "invasão militar" a que te referes, Simango. Em todo o caso, a documentação rodesiana não fala em “pedidos de invasão”.

A "detenção" de Uria enquadrou-se num esquema traçado ao mais alto nível da direcção da Frelimo visando a neutralização de toda e qualquer força opositora como prelúdio da instauração de uma nova ditadura em Moçambique.
Vamos falar claro, Simango: uma Junta Militar radicada em Dar es Salam pretendia assumir o poder em Moçambique por via de um golpe de Estado militar executado, não por ela, mas por interpostas forças em Lisboa que, até ao fim, se demitiram das suas responsabilidades como nação colonizadora. Pretendia o campo limpo, para a entrada gloriosa do chefe da Junta, a um mês da tomada do poder legitimado, não nas urnas, mas numa sessão de um Comité Central.

Joana não foi "detida" por ter ido pedido a rodesianos ou sul-africanos que invadissem Moçambique. Foi "detida" na Beira, na residência onde morava.

Paulo Gumane, Samuel Brito Simango e vários outros do PCN também não estavam sentados a discutir planos de invasões militares com rodesianos ou sul-africanos quando a Frelimo os "deteve".

Deves ter reparado, Simango, que utilizei aspas quando me referia à "detenção" daquele que tu rotulas de conspirador. "Detenção", Simango, pressupõe um processo legal justo: um mandado judicial para prisão de alguém e sua comparência a breve trecho perante um juiz.

A "detenção" do conspirador não seguiu esses trâmites. Nem a dele, nem as dos demais "conspiradores". Tu explicas como foi: "lei ou os usos e costumes do processo revolucionário". Lei? A Lei do mais forte, quererás porventura dizer; lei da selva, do leão que devora a gazela encurralada a um canto ou desgastada depois de prolongada perseguição. Aí, nessa lei, assentou a justiça revolucionária com que a Frelimo nos presenteou, Simango, embrulhada em papel de cores garridas com a etiqueta "made in zonas libertadas", as tais zonas das "ricas experiências". Justiça que veio à tona da água em Nachingwea poucos meses antes da independência.
Conjecturas tu, Simango, que faria eu em 1974/75, se fosse dirigente da Frelimo. Admitindo que fosse político, por índole aceitaria participar em eleições democráticas, em pé de igualdade com os meus adversários, sem rasteirar nenhum deles – e muito menos mandá-los prender ou executar na calada da noite. Aceitaria o veredicto popular expresso em processo eleitoral livre e justo.
Dir-me-ás que essas condições não estavam reunidas em 1975. Não me surpreenderia, pois todos os não democratas têm sempre um justificativo para legitimar a usurpação do poder.
Saudações.

P.S. Simango, leste a notícia dos jornalistas da CNN detidos aqui em Maputo há uns dias atrás? Quando soube dessa prisão arbitrária, veio-me à mente a tua explicação para as prisões arbitrárias e as chatices que os cidadãos deste país tiveram em postos de controlo nos primeiros tempos de independência. Justificavas com a de que não tínhamos gente capacitada, que tudo isso era corolário das “insuficiências” inerentes a um “processo revolucionário”.
Simango, já lá vão mais de 30 anos. As prisões arbitrárias continuam nos dias de hoje, não numa aldeia recôndita do país com todas as inerentes insuficiências, mas em plena cidade capital em era de Black Berry e de SMS grátis. Como é, Simango: Mais 30 anos para nos recuperarmos das “insuficiências”?
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anonimo said in reply to Simango...
Haaa! agora o falso Simango reconhece que Silverio Nungu era do outro lado e foi morto pelo lado de ca, afinal nao morreu por greve de fome como se dizia! Ja que tudo ocorre no processo da luta pela independencia e os que eram contra tal independencia deviam ser mortos fora dos tribunais, anos depois que se consquistou a tal independencia o que levaria ao desaparecimento de Sueia e da menina Muthisse em Maputo? A menina, de 13 anos tambem conspirou contra a independencia da Frelimo para ser tambem vitima "da lei e dos usos e costumes que o proceso revolucionario estipulam"? Se tais leis e costumes estipulam o sanguinarismo, porquê Simango condena aqueles que "assaram" pessoas nos machibombos? apenas porque não estavam do vosso lado no processo revolucionarios que eles tambem estabeleceram com as mesmas regras e prodecimentos?
Sr. Simango, vá catar piolhos do outro lado!
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Francisco Moises said in reply to Francisco Moises...
Correcçao
Na primeira linha do paragrafo 7, o que se lê como "Obviamente eu tenho dito coisas que lhe agradam" deve se ler como "Obviamente eu tenho dito coisas que 'Nao'lhe agradam."
13
Francisco Moises said in reply to Francisco Moises...
Correcçao:
As palavras "Obviamente eu tenho dito coisas que lhe agradam...",primeira linha, septimo paragrafo,leiam-se como "Obviamente eu tenho dito coisas que nao lhe agradam...."
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Francisco Moises said in reply to licos ivar...
Licos,
Eu nao conheço este senhor que aqui se chama Simango. Como so se apresenta com o unico nome de Simango, e ha muitos Simangos neste mundo, isto nao me diz nada. Para mim so parece ser um outro codigo ou um outro nomes dos muitos nomes dum individuo que nao conheci pessoalmente, mas com que tive uma certa correspondencia electronica quando ele estava na Inglaterra, alegadamente a estudar.
O individuo fazia pedidos que ninguem devia formular a uma pessoa que nao conhecia tais como pedido de dinheiro e lançar convites para que eu fosse a Mutarara com ele para investir nas machambas que ele la tinha.
Quando nao obteve o que queria de mim e do meu malogrado amigo Boaventura Lemane que faleceu nos EStados Unidos alguns anos atras veio depois a faltar me respeito em mensagens que assinava como Ismael Maumane identificando-se como membro dos serviços secretos que tinha alcance as fichas dos serviços secreto da Frelimo sobre mim e tambem como QUADRO DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
Utilisou nome de Ismael Maumane neste blog quando ironisava o que eu dizia sobre a historia de Moçambique. O seu verdadeiro nome é R.C. e é originario da zona de Charre na regiao de Mutarara em Tete. Em correpondencia comigo usava tambem o nome de Kanyoza Maria e fingia ter sido perseguido pela Frelimo.
O seu verdadeiro nome é R.C. Sou dou iniciais. Este individuo passou depois a usar muitos nomes, incluindo nomes de homens e mulheres, para ironisar o que eu e Laboret e outros diziam.
É possivel que este individuo seja este mesmo R.C. ou uma outra pessoa. Mesmo se é uma outra pessoa, ja estou falto de caracteres deste tipo e so tomarei a sério individuo que pareçam ser sérios como o sr. Eusébio que é da Frelimo e se identifou como tal e com que ja troquei informaçoes muito valiosas sobre a historia de Moçambique neste blog.
Obviamente eu tenho dito coisas que lhe agradam e tenho tambem visto algumas coisas dele neste blog com as quais nao concordaria, mas ao todo trata-se dum individuo altamente educado,profundo e humano que nao aplaude as chacinas e crimes contra a humanidade da Frelimo como este Simango faz aqui.

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JJLABORET said...
NENHUM MOVIMENTO GUERRILHEIRO, EM QUALQUER TEMPO OU EM QUALQUER QUADRANTE DA TERRA, FOI LEGÍTIMO!
Podem, no máximo, ter sido moralmente justificados, porém NUNCA podem ser entendidos como legais ou legítimos.
TODOS, ABSOLUTAMENTE TODOS OS MOVIMENTOS GUERRILHEIROS, EM QUAISQUER QUADRANTES DA TERRA, FORAM MANIPULADOS EXTERNAMENTE E POR FORÇAS ESTRANHAS AO SEU POVO, SEGUNDO OS INTERESSES IDEOLÓGICOS-ESTRATÉGICOS DE DETERMINADOS PAÍSES! DAÍ NÃO TEREM SIDO LEGÍTIMOS!
TODOS, ABSOLUTAMENTE TODOS OS MOVIMENTOS GUERRILHEIROS AO TOMAR O PODER TRAÍRAM O SEU PRÓPRIO POVO, LHES SUPRIMINDO A LIBERDADE, O DIREITO, OS BENS, A FÉ, E EM ALGUNS CASOS, DIRETA OU INDIRETAMENTE, MESMO A VIDA.
Não se fale aqui da PUREZA desse ou daquele movimento guerrilheiro, quando de antemão já lhes norteava um fim ideológico não traçado pelo próprio povo!
Não se SANTIFIQUE alguns, DEMONIZANDO outros, quando eram esses num mesmo barco que se partiu em dois, em tamanhos diferentes.
NÃO SE PERVERTA AQUI A HISTÓRIA, SEGUNDO CRITÉRIOS PRÓPRIOS E SUBJETIVOS DAQUILO QUE SE LHES PAREÇAM HONRA OU DESONRA, OU DO QUE SEJA/FOI HEROÍSMO OU TRAIÇÃO, E RELACIONE-SE A HISTÓRIA COM FACTOS REAIS E CONCRETOS, DANDO A CADA QUAL, E NEM MAIS E NEM MENOS O SEU EXATO VALOR E BRILHO, PARA O BEM DA GERAÇÃO DE HOJE E FUTURA!
Eu não tenciono entrar nesse tema, primeiro porque não tenho legitimidade para SANTIFICAR NEM TAMPOUCO DEMONIZAR URIAS SIMANGO "POST MORTEM", desde que não vivi tal realidade histórica, e depois por ver que o tema já se alonga em "cochicho", e diz o ditado que: "quem por demais demais cochicha, o rabo espicha"!
Tô mais de olho é no contemporâneo, atual no poder, ARMANDO GUEBUZA (e seu séquito frelimista) que pelo que fez, deixou de fazer ou está fazendo, de bom ou ruim, sendo tais como vitrine ideal para minhas pedras, desde que meu estoque de pétalas de rosa já se acabou há dezenas de anos, lançadas para outros do porte de Martin Luther King e Nelson Mandela!
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Eusébio said in reply to Simango...
Sr Simango
Saudações Partidárias
Eu mantive o meu silêncio durante todo esse tempo, mas decidi sair da gruta em que me encontrava para dizer que é bom para a sua sanidade psicológica, caro Sr. Simango, rever alguns pontos que rebate. Por exemplo, «Esse indivíduo pode ou não ser sujeito ao tratamento que a lei ou os usos e custumes do processo revolucionário estipulavam?» Conhece de algum julgamento no qual foi utilizada a referida lei?
De que lei se trata, em uso e costume revolucionário? Quer com isso dizer que matar repetidas vezes transformou-se em uso e costume? Choca-me muito este argumento. Reconheço que o senhor conheça mais do que a mim, mas o que o pecado não seja defendido como virtude, aliás, verum ipsum factum, não se pode matar os defuntos, como o senhor tenta re-assassinar Urias Simango e outros.
Como pesquisador de algumas mortes misteriosas no pós independência, aprendi que, independentemente da formatação de minhas ideias, nunca devo usar a ciência para manipular a realidade. Reconheço que o Sr. tenha muita Ciência tal como a tem Bernabé Ncomo. Ao que me parece, os dois estão nos extremos, ninguém quer vir ao centro, ao cerne da questão.
Talvez o próprio Ncomo, na próxima edição, busque responder ao que o senhor levantou, que, felizmente, ajudou para enriquecer algum conhecimento do que foi o negro período do «TIYENDE PAMODZI NDI MTIMA UMODZI».
Abraços!
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Simango said in reply to António Bilal...
"...Apoiassem o PCN" a fazer o que, caro Bilal? A montar as suas estruturas de base? Ou que "... apoiassem o PCN" a impedir, com o uso de armas, a tomada de poder pela FRELIMO? Bilal fala de apoio, mas não concretiza de que tipo de apoio se tratava.
Vamos supor que se tratasse de pedido de apoio militar. Nesse caso a Frelimo teria razão de deter o conspirador ou não? Vamos supor ainda que Bilal concorda que quem trata de organizar uma força militar para resistir a um poder reconhecido pode ser detido, vai uma outra pergunta: Esse indivíduo pode ou não ser sujeito ao tratamento que a lei ou os usos e custumes do processo revolucionário estipulavam?
Imaginemos que Bilal fosse dirigente da Frelimo em 1974/75, o que faria de um indivíduo que procurasse impedir, através do uso da força, que o senhor proclamasse a independência pela qual havia combatido durante 10 longos anos?
Recordo ao Bilal que estamos a falar de controlo do poder que já teria conduzido à morte de vários moçambicanos de ambos os lados da barricada (Silvério Nungo e outros de um lado e Mondlane, muthemba e Khankhomba de outro).
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Matolinha said in reply to Simango...
Há certas coisas que aqui são ditas (escritas), que podiam muito bem ser melhor ou mais bem pensadas. Pois ao serem escritas, jamais alguém as poderá esquecer, assim como jamais poderemos voltar atrás com a palavra, pois ficaram gravadas.
Exemplos: "Tenho imensa pena de não ter sido parte dos gloriosos combatentes que escorraçaram os colonos do nosso sagrado solo pátrio".
-Porquê Simango? Foram todos assim tão maus consigo?
Não sente que pode estar a ser injusto ao avaliar a parte pelo todo?
Até aos doze anos, nunca brincou com os filhos de nenhum colono? Eu brinquei (dois paus e um pneu, dois berlindes, qualquer coisa servia). Teve complexos? Eu não. Nunca foi tão feliz. E acredito que eles também não.
Sabe o que isso quer dizer?
Nunca nenhum me faltou ao respeito, nunca terei faltado ao respeito a nenhum deles.
Não me deixei complexar.
Não estará o Apartheid directamente relacionado com formas de pensar como a sua? Pense nisso.
Se você sofreu, eu também sofri, só que a mim, o sofrimento chegou do lado que eu menos esperava.
Sou filho único, e eles (os colonos) substituíram os irmãos que eu nunca tive, por isso, são meus irmãos. MEUS IRMÂOS. Adoro-os, foi com eles que eu brinquei.
Fico emocionado ao escrever estes último parágrafo, porque nunca mais os vi.
Mais uma pergunta.
Você tem a certeza que viveu no mesmo pais em que eu vivi?
Eu tenho a certeza, que vivi esses momentos em MOÇAMBIQUE.
O tal MOÇAMBIQUE que tanta inveja causou ao mundo inteiro, que o mataram depois. Rebata Simango, se merecer eu respondo. MATOLINHA.
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licos ivar said in reply to António Bilal...
Bem analisado, exmo sr...estes foram factos irrefutáveis....O senhor esqueceu-se da famosa frase do Samora:
-É ou nao é!
E todos nós tinhamos que dizer:É....!!!!E se porventura,alguem tivesse a coragem de dizer" Nao" era cosiderado inimigo do povo e acabava nas prisoes da SNASP(...o mnimo)....que periodos,senhores...tinhamos todos medo da Frelimo e dos combatentes da Frelimo
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António Bilal said in reply to Simango...
Definitivamente, o Rev. Uria Simango não foi pregar o evangelho à Rodésia ou à África do Sul a seguir ao Acordo de Lusaka. Mas também não foi pedir aos governos desses países para que invadissem militarmente o nosso país.
Como disse antes, os 2 livros por ti citados (do Jardim e do Barnabé) não fazem referência ao pedido de invasão militar que tu alegas ter sido formulado pelo Uria Simango na Rodésia e na África do Sul. Sou forçado a concluir, Simango, que não te recordas bem dos livros que leste e que aqui citaste. Coisas que acontecem. Antes isso que uma perna partida.
Mas voltando à questão da presença de Uria Simango na Rodésia e na RSA em 1974. O que está documentado em estudos, recorrendo a documentação oficial rodesiana, é que o Uria Simango foi pedir que apoiassem o PCN, cuja política já havia sido publicamente delineada. Portanto, não foi um pedido de “invasão militar”.
Essa documentação revela que os rodesianos duvidavam da capacidade do PCN como partido, da sua capacidade de mobilização das massas e de possuir uma estrutura organizacional no interior de Moçambique. Os rodesianos, de acordo com essa documentação, disseram ao Uria Simango que enquanto ele e o PCN não demonstrassem possuir essas capacidades, o encontro que ele pretendia ter com o primeiro-ministro, Smith, estava fora de questão. E o encontro com Ian Smith nunca teve lugar.
O mesmo tratamento foi dispensado a Uria Simango pelos sul-africanos.
Mas, reparo, Simango, que tal como o partido que nos governa desde 1974-75, tu utilizas esse encontro do Uria Simango com os regimes de minoria branca da Rodésia e da África do Sul como se tivesse sido um crime de lesa pátria. Idem, aspas relativamente à presença do Uria Simango nos estúdios do RCM quando se deu o 7 de Setembro. E por isso, justificas o que o teu partido lhe fez anos mais tarde lá para as matas do Niassa, bem longe das barras dos tribunais e dos magistrados judiciais.
Aqui, também discordo de ti, Simango. O meu raciocínio é simples. A partir do momento em que a Frelimo subverteu as regras do jogo democrático, ela deixou, automaticamente, de ter autoridade moral para criticar ou demonizar Urias, Joanas e outros pelo facto de terem mantido encontros, conversado ou discutido estratégias com sete-setembristas e outros “istas” de que a Frelimo é pródiga em cunhar: racistas, fascistas, colonialistas, imperialistas, etc.
Quanto um partido, por meio da força e da repressão, impede que os cidadãos de um país se organizem politicamente; quando declara publicamente que o conceito de democracia multipartidária por eles defendido é uma ideia “escrava-ao-estrangeiro”e, como tal, merece e deve ser combatida sob todas as formas, então aí esse partido – a Frelimo – está a criar as condições para os que se lhe opõem ou resistam contra essa linha política, recorram a meios não convencionais para atingir os seus objectivos.
O colonialismo também negou aos moçambicanos meios convencionais para a obtenção de um direito inalienável – a independência. Tal como o regime que hoje apoias, Simango, o colonialismo impediu que os moçambicanos e organizassem em partidos. Exactamente como a Frelimo, o partido de Salazar e Caetano também era o único permitido no nosso país e nas demais “parcelas do Portugal pluricontinental do Minho a Timor”. (esta ladainha, Simango, faz-me lembrar a do teu partido: “do Rovuma ao Maputo”, um Moçambique de “pensamento comum”; sob a orientação “sábia dos melhores filhos do povo”...)
Julgo que tenhas conhecimento da actuação da PIDE-DGS enquanto polícia política ao serviço do regime fascista que governava o nosso país antes de tu teres nascido. Tal como a polícia política instituída pelo teu partido, a PIDE-DGS tinha como missão reprimir e silenciar as vozes discordantes, abafar e neutralizar os que não estavam com Salazar ou Caetano. “Ou eles, ou nós”, era a máxima do fascismo. Samora, na Assembleia uníssona e do bater de palmas cadenciado, repetia a máxima: “Ou eles, ou nós”. Aqui, “eles” eram os BAs, as cartas-fora-do-baralho-do-jogo-viciado do teu partido que julgou que sufocando as vozes discordante em M’telela deixariam de existir “reaccionários”, os ditos “inimigos do povo”.
Simango, poderia alongar-me neste meu raciocínio para tentar demonstrar que Uria e os outros não cometeram nenhum crime por terem ido bater à porta do Smith e do Vorster. Aconselho-te a reconsiderares a tua postura neste capítulo. E pergunta a ti próprio:
Se Uria é traidor por ter querido falar e pedir apoio a regimes opressores, será que Samora também não é por ter ido pedido apoio a regimes igualmente opressores do antigo bloco, dito socialista? Se Vorster e Smith são maus, o que dizer de Mao, de Stalin, de Castro, de Ceausescu e de toda a panóplia de “aliados (vossos) naturais” cuja folha de serviços em matéria de direitos humanos é por demais conhecida?
Saudações.

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Simango said in reply to António Bilal...
Posso saber, Bilal, o que depreendeu da leitura dos livros a que fiz referência? O que Uria Simango andava a fazer na África do Sul do Apartheid e na Rodésia? Ia lá pregar o evangelho? Da leitura desses livros eu depreendi que Simango foi lá pedir uma intervenção militar, para prevenir a tomada de poder pela FRELIMO.
Mas tomei nota da pergunta que Bilal fez aos outros comentadores (incluindo ao Anónimo que entretanto apareceu) para ajudarem a esclarecer. O que é que Uria Simango foi fazer na África do Sul e na Rodésia?
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licos ivar said in reply to Simango...
Caro Sr.Simango:
Como eu disse anteriormente, o caro sr.amigo conhece o caro amigo Dr.Moises...Talvez voces foram bons amigos no passado.Por favor,esqueçam o passado e procurem de se entederem.Ninguem é perfeito.Cada um de voces tem a parte positiva e outra negativa...Concentrem-se nas partes positivas....Nao vai ser a ideologia da Frelimo que irá destruir as vossas capacidades de compreensao mutua...lendo os vossos artigos,voces sao altamente qualificados e inteligentes...Por favor,por favor,entendam-se
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Simango said in reply to JJLABORET...
O penduricalho! Eu uso muito. Demais mesmo! Por esse lado não se preocupe, dilecto amigo. Não reparou que há vezes que dasapareço por longas horas daqui? (Como prova, veja as várias perguntas que um anónimo me fez e que ficaram sem resposta). Estava a usar o penduricalho.
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Simango said in reply to anonimo...
Caro Anónimo, primeiro devo esclarece-lo que eu não sou nenhum coronel. Quando a luta armada de libertação triunfou eu tinha 12 anos. Tenho imensa pena de não ter sido parte dos gloriosos combatentes que escorraçaram os colonos do nosso sagrado solo pátrio. Lamento desiludi-lo na sua crença de que sou SV.
Eu sei que idolotra Uria Simango. Isso foi visível no livro que escreveu (tanto li o livro que conheço perfeitamente o seu estilo)> Essa adoração o cega de tal forma que não tolera que as pessoas digam que este Pastor não foi parar às mãos dos seus adversários por virtude das suas funções eclesiásticas. Ele estava a conspirar activamente para trazer uma nova guerra e atrasar a proclamação da independência. Como deve ter lido aqui, há muitas pessoas que não sabiam que o seu ídolo contactou os racistas da África do Sul e da Rodésia para lhe ajudarem a trazer a democracia em Moçambique (V. Excia, como seu biógrafo, pode nos explicar como é que o Apartheid poderia estar interessado na democracia?). O ter feito as pessoas saberem isso já é gratificante para mim.
Creio que eu faço mais justiça ao Uria Simango do que você que o apresenta como um santo coitadinho. Eu apresento-o como um homem decidido, que perseguia os seus sonhos, que lutava com vigor para concretizar a sua visão de Moçambique. Perdeu nessa guerra. Lamentavelmente com lamentáveis consequências.
Eu não julgo o combatente Uria Simango. Não sei se a sua visão de Moçambique era melhor do que a dos seus adversários. Sei apenas que os dois campos tinham pessoas decididadas, Decididas até a matar. Mateus Sansão Muthemba não morreu de velhice. Kankhomba não morreu de velhice. Eduardo Mondlane morreu aproximadamente na idade que tenho hoje (49 anos). Essas pessoas todas morreram na luta pelo controlo da Frelimo às mãos dos seus adversários.
Fez-me algumas perguntas sobre pessoas concretas. Infelizmente eu não conheço a história política de todas as pessoas que a Frelimo fusilou. Sei no entanto que Casal Ribeiro era adjunto de Magaia. A uma dada altura desertou das fileiras da luta. Só o facto de ser desertor o colocava, naquelas circunstâncias complexas da década 70 como traidor da causa. Qualquer exército do mundo castiga os seus desertores. Ademais, o anónimo e eu sabemos que havia um processo de mobilização militar para derrubar a Frelimo em 1974 protagonizada por Uria Simango. Casal Ribeiro era parte ou não? Eu não sei. Para me pronunciar politicamente (sem os julgar, embora) sobre todos os fusilados teria de conhecer a sua história política, o que não é o caso.
Como vê, caro anónimo, não é só o caso o dizer: coitado do fulano de tal, foi morto, coitado de beltrano de tal, foi fusilado... Há vários mortos de ambos os lados. O importante é avaliar as circunstâncias políticas e históricas da altura. Eu me recuso a fazer juízos de valor sobre épocas históricas como vossa senhoria tão levianamente faz.
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Simango said in reply to licos ivar...
Caro amigo Licos Ivar, quando o Senhor Doutor Francisco Nota Moisés insiste para teres cuidado com quem discutes ele se refere a mim. Não se refere aos que têm insultado de ver. Nestes dias que tenho passado por aqui tenho notado que este Doutor tem saudades dos dias em que falava e ninguém o contrariava. Ele fica muito zangado quando alguém tem uma visão diferente da sua.
Licos sabe que eu não insulto. Tenho argumentos bastantes para esgrimir. Ao longo destes dois posts nós convegimos em algumas coisas e divergimos em muitas. Mas entre nós não houve insultos> Discuti com o senhor Bilal e divergimos em quase tudo. Não houve nenhum insulto meu. Discuti com unBhalane, com JJLABORET e com... divergimos SEMPRE. Mas eu não insultei nenhum deles. Mas este Doutor insiste que toda essa gente deve parar de debater porque? Simplesmente porque a minha análise do processo de libertação nacional diverge da dele!!!! Tremendo democrata tenemos nosotros aqui (como diriam os espanhois)!!! Licos pode avaliar o grau de intolerância política deste indivíduo? Pode calcular o que ele faria dos seus adversários se assumisse o poder?
Isto para nós vermos que nem todos os que odeiam a Frelimo o fazem por serem democratas. O fazem simplesmente pelo facto de não terem sido eles a controlar os campos de "reeducação" de má memória. Têm aqui a prova.
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Hydrocynus said...
Obrigado pelo esclarecimento.
Estou ao par de experiências bem-sucedidas de transladação de espécies piscícolas e dos enormes problemas enfrentados pelos cientistas para assegurar a sobrevivência das espécies transladadas na fase de captura, repouso, transporte e aclimatação ao novo habitat. O factor temperatura é crucial em todas essas fases.
A evolução das espécies demora séculos. Não creio que durante a colonização europeia do continente americano houvesse meios tecnológicos para garantir, pelas razões atrás referidas, a sobrevivência de espécies piscícolas eventualmente transladadas para África.
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anonimo said in reply to Simango...
Citando Simango em resposta a uBhalana:
"Senhor unBhalane, tenho seguido com alguma perplexidade o seu esforço de botar na conta da FRELIMO o holocausto que foram os massacres da Renamo para "conquistar a democracia" (unBhalane ainda não nao me explicou como é que um líder e um grupo profundamente cacequista, anti-democráticos e que nunca, pelo menos, realizaram uma eleição digna desse nome no seu próprio seio, podem ter lutado pela democracia). Mas, caro unBhalane, adverto-lhe de que esse esforço é inglório. Os moçambicanos sabem quem assava cidadãos no machimbombos, nos comboios, nas aldeias e nas vilas. Essa conta tem dono, amigo unBhalane"
Comentario:
è verdade Sr. Simango. "Os moçambicanos sabem quem assava cidadãos". Conhecedor dos factos que é, de certeza que Simango conheceu o seu subordinado, o famigerado comandante das FPLM Vicente Tomocene, mais conhecido no centro de Moçambique por "o N´funha Muendo" (o dobre a perna, em sena). Que Simango pergunte a população de Mopeia, Caia e outros distritos mais proximos quem tinha o habito de "assar" as populações nas palhotas, e juntavam centenas para fazer tiro ao alvo. Os espiritos dos mortos transformaram hoje o N´funha Muendo num farrapo ambulante, isto no âmbito da construção do estado na perspectiva do Simango. Os chefes dos "N´funha Muendos" como o Sr. Simango ainda vendem alguma aparente lucides, graças ao conforto proporcionado pelos dinheiros tirados a partir do Vale de Zambeze e dos bolsos das vitimas do totalitarismo. Não tardarão a seguir seus subordinados!
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licos ivar said in reply to Francisco Moises...
Caro Dr.Moises:
Mais uma vez,agradeço os seus conselhos. O Sr.recebeu tantos insultos inaceiteveis neste bolg,porem ainda contiuna a fornecer-nos tanta,tanta informaçao sobre os dois Movimentos armados (Frelimo e Renamo).O seu amor à Moçambique é imenso e genuino.O sr.ajudou-nos a conhecer melhor a Frelimo e o sr.Afonso.As verdades desenvovem as sociedades.Quanto aos insultos,eu fico surpreendido porque eles(os insultos) sao feitos por individuos que viveram em Moçambique,mas esses individuos nao sao Moçambicanos...Realmente,é incompreensivel.Neste blog,nao se pode criticar o Afonso,do colonialismo Portugues,da Pide etc, etc...e nao admite que um individuo encorage a Frelimo...Mas eu vivo num País onde a liberdade de expressao é o viver de cada dia...Aos que insultam,esses estao ultrapassados!....Mas porque é que usam insultos??...Todo individuo tem direito de dizer algo sobre Moçambique
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Francisco Moises said in reply to JJLABORET...
Saboroso o Peixe Tigre ou Tiger Fish em inglês ou "le poisson tigre" em francês.
Na minha lingua chama-se "ncheni", plural "micheni." Comia muito este peixe principalmente aquando e depois de cheias quando ele anda nas aguas do Zambeze e por inundaçoes se espalhava por lagos e pantanos em regioes perto e mesmo longe do Zambeze.
Tem escamas e dentes aguçados sim mas nao ataca seres humanos como o faria a perigosa piranha. Nunca ouvi falar de pessoas qe teriam sido mordidas por este peixe.
Com razao JJLaboret, a tilapia é africana e tropical, e a tilapia mozambica, penso este ser o nome cientifico, foi transladada para muitas partes da Asia. Esta a compro aqui nos supermercados, mas vem dos paises asiaticos.
A tilapia é o peixe que vulgarmente se chama "peixe pende" -- na minha lingua mphende -- ou o "peixe pedra" em partes em diferente partes de Moçambique.
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Francisco Moises said in reply to licos ivar...
Senhor Licos Ivar,
Aprenda a reconhecer aqueles que chamamos aqui o(s)divertidor(es)e nao ande a perder muito tempo com eles. Reconheça-os pelo seu estilo e linguagem e ignore-os. Reconheça aqueles que sinceramente queiram debater as coisas e aprender dos outros e ensinar aos outros com respeito e consideraçao.
Eu pelo menos ja me libertei do(s) divertidor(es). Tomei a minha decisao e nao farei marchas atras com divertidor(es) que queiram espalhar a propaganda da Frelimo e insultos. Nao converarei com ele(es). Quando se quer entreter o divertidor ou os divertidores, acaba-se por encorajar o cao para ladrar mais e mais e o cao termina mesmo por morder. Nao lhe(s)de mais muniçoes com argumentos sérios que ele(e) nao tom(am)em consideraçao.
Você nao tera nada a perder por ignorar o(s) divertidor(es),mas muito a perder por toma-lo(s) a sério.
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JJLABORET said in reply to Hydrocynus ...
Senhor Hydrocynus,
Realmente, houve um erro na colocação da frase quando da juntada dos fragmentos do texto editado no Word, para a colocação aqui, quando deveria ter sido assim:
- ..."sendo que em África uma das muitas espécies evoluiu para um tamanho maior, onde pela ferocidade é comparada ao peixe tigre ou "monstro do rio congo".
O "Tiger Fish" voraz, predador e de mandíbulas fortes como a piranha é realmente africano, e se espalha por toda a África inclusive Moçambique.
Quis dizer de uma espécia recente, catalogada como da mesma espécie da piranha, maior e com a mesma voracidade, que já está se difundindo (no Congo) conforme estudos recentes.
Agradeço pelo alerta, e peço desculpas.
Já quanto a transladação de espécies, sejam animal ou vegetal, o amigo não é ignorante de saber que sempre se deu e ainda se dá o fenômeno pelo mundo todo, muitas vezes até criminosamente, sem deixar rastros de como tudo começou! Nesse rol, até as doenças!
Com relação a peixes exóticos, são vários os fatores que contribuem para isso, inclusive a criação em aquários clandestinos, que quando começam a ficar incômodos logo são descartados em quaisquer cursos de água, quando os criadores simplesmente não os eliminam de qualquer forma.
Conheci um cidadão europeu que me disse criava piranhas em um tanque junto à piscina da sua residência em Málaga, Espanha. Falou-me que gostava de ver seus convidados "horrorizados" com os bichos devorando ferozmente "coisas"(?) que lhes jogava! Um sádico!
E assim acontece com serpentes, répteis, batráquios, mamíferos, aves raras ou belas (papagaios, araras, tucanos),
Assim, não é de surpreender que existam espécies transladadas de um ecossistema para outro em países diferentes, se adaptando e até evoluindo melhor.
Notar que o clima do Brasil é em tudo semelhante (ou próximamente do igual) ao de África Austral, inclusive temperatura, fertilidade do solo, isoietas anuais, etc.
Um exemplo de transladação clandestina se deu com a "tilápia", um peixe de origem africana, introduzido no Brasil por volta de 1955, não se sabe como, e que proliferou de tal forma que quase abalou o ecossistema dos rios brasileiros.
A tilápia (também conhecido no Brasil como Saint Peter, é o nome comum dado a várias espécies de peixes ciclídeos de água doce pertencentes à sub-família Pseudocrenilabrinae e em particular ao gênero Tilapia. Eles são nativos da África, mas foram introduzidas em muitos lugares do Brasil, daí para as águas abertas da América do Sul e expandiu-se para sul da América do Norte e são agora comuns na Flórida, Texas e partes do sudoeste dos EUA. Abundam agora no Sul e Sudeste do Brasil, e no sudeste, por ser esta uma espécie "exótica" não tem a pesca proibida, e já é um dos principais peixes da pesca artesanal, principalmente no Rio Grande, Estado de Minas Gerais.
Caro Hydrocynus,
Responder a todas suas indagações ensejaria grande espaço e dissertações didáticas impossíveis de colocar aqui, por limitações, e mesmo por não ser aqui pertinente isso.
Taí, a tilápia como exemplo de transladação de espécies, e eu gosto de uma tilápia frita, temperada com pimenta (piripiri) como petisco para minhas "caipirinhas"! Serve também com cerveja.
Ah!... exempolo de translado (agora vegetal) é o brasileiríssimo cajú (do tupy: acá-yu), TRANSLADADO DO BRASIL PARA A ÁFRICA, e que é ótimo batido no liquidificador com cachaça (serve vodka), açucar e gelo, para ser sorvido nos dias de muito calor à sombra de uma árvore!
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Hydrocynus said...
Sempre ouvi dizer que o Peixe Tigre (Tiger Fish) era originário de África.

1. Em que ano teria sido feito essa trasladação de piranhas do Brasil para o Rio Congo?

2. Quem a fez?

3. Como terão conseguido os cientistas assegurar a sobrevivência das espécies trasladadas (temperatura ambiente pós-captura e durante a viagem intercontinental, adaptação ao habitat africano, etc.)?

4. A trasladação foi por via aérea ou marítima?
5. Com que idade é que as espécies terão sido trasladadas?

6. Há estudos a documentar essa transladação?
7. Com base na pergunta 1., em que ano é que a piranha terá passado a Peixe Tigre?
8. Como passou o Tiger Fish do Rio Congo para o Rio Zambeze e do Zambeze? (Pelo menos sabe-se que a presença de Tiger Fish no Lago Kariba - Zimbabué/Zâmbia - resultou da construção da barragem com o mesmo nome).
9. Essa passagem (do Congo para o Zambeze) foi na fase de piranha; de transição de piranha para Tiger Fish; ou já na fase de uma nova espécie diferente da piranha?
10. As espécies de Tiger Fish presentes no Lago Malawi e no Lago Tanganyika também serão originárias do Brasil?
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JJLABORET said in reply to Simango...
Senhor Simango,
..."Não sei o que são penduricalhos. Poderia fazer o obsêquio de me ensinar o significado?"...
PENDURICALHO - s.m. Coisa pendente para adorno, pingente, ... (Lello, Porto/PT).
PENDDURICALHO - s.m. Coisa que fica pendurada, que pende como enfeite ou adorno, ... (Koogan/Houais, Delta, RJ/Brasil).
No Brasil, em linguagem pitoresca e de humor popular, "penduricalhos" (coisa que fica pendurada) diz-se do pênis.
Assim, não estranha que o jacaré ao pressentir que tem piranha no rio, por precaução logo passe a nadar de costas (Recomenda-se que os homens façam o mesmo). Dessa forma, protege suas partes "necessárias" de serem arrancadas e comidas pelos vorazes peixes.
No sentido figurado, a frase: "em rio que tem piranha, jacaré nada de costas", quer dizer que quando notamos que tem "alguma coisa" estranha, devemos tomar precauções para não sermos surpreendidos!
Quanto a PIRANHAS, se V. Sªdesconhece esse voraz peixe, é natural do Brasil e que foi difundido para as américas e África, sendo que em África evoluiu para um tamanho maior, onde é chamado de "peixe tigre" ou "monstro do rio congo".
Trata-se de um peixe de vários tamanhos segundo a espécie, muito voraz, predador e com mandíbulas fortíssimas. A maioria das piranhas são rápidas, mas geralmente atacam quando estão estimuladas para isso. Dentro das inúmeras espécies de piranhas, algumas são canibais e outras não, mas todas possuem comportamentos agressivos.
ESPÉCIES MAIORES E MAIS IMPORTANTES:
-Catoprion com Catoprion mento;
-Citharinus com Citharinus citharus citharus;
-Pristobrycon com 7 espécies;
-Pygocentrus com 7 espécies, entre as quais a mais agressiva "Pygocentrus piraya";
-Serrasalmus com mais de 20 espécies.
Existem duas explicações etimológicas para a origem do nome "piranha":
- Junção dos termos tupis pirá ("peixe") e anha ("dente"), significando "peixe com dente"[1];
- junção dos termos tupis pira ("pele") e raim ("o que corta"), significando "corta a pele"[2].
(Pode saber mais, até mesmo no Wikipédia)
ATAQUE DE PIRANHAS
http://www.youtube.com/watch?v=UEcMrPlfW5Q
Taí, explicadinho o que é "penduricalho", uma coisa que Vossa Senhoria possui mas sequer sabia o que era, talvez por ter esquecido de como se faz uso, por estar mais preocupado em encher o saco dos outros comentadores.
P.S.- não leve a mal, é apenas uma brincadeira!
E por aqui fico rindo, com meu copo de caipirinha com gelo, à mão!

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A voz Quizumba said...
Que pela da PIDE;a muitos historiatores do tempo que passou.
Todos aproveitarao da PIDE ate hoje arrogantes,criminossos bebem vinho vermenho em nome de Deus,meu sanque voso Deus malfeitor.
Ja virao o meu copo que tinta tem?
Dodos criminossos estao vivo,mas que cara eles teem nao se sabe-mas sbemos que estao no nosso movimento.
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licos ivar said in reply to Abaixo alcoolismo...
Para imbecis assumidos já cá temos um - e basta!
........................................................................................Tenho pena de si!
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Abaixo alcoolismo said...
Se bem entendi, e está bem explícito no seu comentário, o senhor lamentava-se que aqui houvesse pessoas que andassem sempre às brigas.
Foi inclusivamente o senhor que deu o exemplo dos parlamentares ocidentais que depois de debates acesos vão para os copos e fica tudo entre amigos. E mais, foi o senhor que disse que tínhamos muito a aprender deles, parlamentares ocidentais.
Foi aí que apresentei o caso do parlamentar britânico para demonstrar que o seu argumento não podia ser tido como exemplo. Não pus em causa a justiça britânica, como o senhor, no seu estilo habitual, vem agora alegar.
Pede-me o senhor que seja "serious". Pois eu rogo-lhe que seja coerente - e deixe-se de insinuações e rebata os argumento e apenas e somente os argumentos.
Para imbecis assumidos já cá temos um - e basta!

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Franisco Moises said in reply to anonimo...
E o Gwenjere foi raptado do Kenya pelos terroristas do Snasp da Frelimo com a ajuda dos servicos secretos tanzanianos, nao foi? Nos os que viviamos la fora sabiamos como nos cuidar e sobrevivemos.
Alguns aconselharam-se mal a regressaram a Mocambique de Samora Machel sabendo muito bem que se prendia pessoas que regressasse da diaspora,se metia na prisao e se fuzilava tais individuos? Foi o caso de saene Saene, Verimbo, Gilberto Waya, Luis Caetano Mbewa, Luis Khembo, a quem aconhselhamos para nao regressar e regressou da India e foi fuzilado dentro de muito pouco tempo no mesmo dia que chegou em Maputo.
A tradicao de prender e perseguir aqueles que estivessem noutros paises e fossem a Frelimo como o caso de Miguel Murrupa e de Artur Lambo Vilanculos e outros que foram executados mesmo antes da morte de Mondlane comecou durante a guerra pela independencia.
Nao se deixem enganar, senhores, os dirigentes da Frelimo sao mesmo crueis e desumanos.
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licos ivar said in reply to anonimo...
Caro Sr.Anonimo:
Ouvir destes raptos,mortes é triste,muito triste.É ainda mais triste,saber que ninguem em Moçambique está interessado em saber sobre todos estes eventos...porque o regime nao permite condiçoes para sérias investigaçoes.Talvez eu esteja errado,mas tenho impressao que houve mais mortes em Moçambique durante e após a independencia do que todo o periodo do colonanialismo portugues...só a guerra civil causou mais de 1 milhao de mortos.....É uma grande vergonha e inacreditavel....e ainda ha pessoas que falam de revoluçao...Foram crimes.Nenhum moçambicano tem o direito de matar ou mandar matar outro Moçambicano...Moçambique é de todos,independemente de ideologias politicas ou da cor da pele...e Moçambique é um País grande,ha lugar para todos....sinceramente,incrivel!
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umBhalane said...
BOM,
É bom começar a construir.
Essa coisa de trocar só “galhardetes” não dá – vamos passar o resto das nossas vidas nisto, sem solução.
Porquê?
Simplesmente porque não há inocentes – o “Capim” é que sofre.
Então?
Eu penso de que a PAZ é feita entre bravos – uma PAZ verdadeira, com bases, com sustentação e para durar, durar, durar…mais, muito mais que aquelas pilhas do reclame do coelhinho – Duracell!
Agora é preciso QUERER, querer mesmo.
Pelo que analiso, e já sou um pouquito velho, excrementado, e com calo no “mataco” como aqueles, com licença vou falar na minha 2ª Língua, Bongué, Cólo, Nbôngwe, Ntsimbu,
e agora para ser mais melhor entendido, também,
Bongué, Munhane, Códo, Khole, Etupili, Thupili, Kotto, Fene, Hau, Habo, Fene N’feno, Fehna, Abo, Lindjani, Ndjogo, M’zógó, N’guèlé, Nabuambua, Kolo, Pussi, M’kuélè, Nyani, Nyanisi, Pui, Lidjani, Litumbiri, Côlo, Dijani, Litumbili, Xitumbili, Khoole (Koti), Dede, Gudo, Bweni, Cóló, Shôco, Pússi, Tchupili, Cotco, Nhumbiri, Tumbili,…
que na minha 1ª Língua, que emprestaram e domestiquei, macaco-cão, babuíno.
Estão de ver, não é? Temos que fazer um esforço grande, uma linguagem universal, clara, objectiva, concreta,…, de querer mesmo.
Para fazer-se uma boa PAZ é preciso/necessário estar preparado para a guerra.
É isso que há muito tempo transmito, apelo, exorto, aviso, alerto,…
Agora, quando verem que vão perder muita MOLA, os investimentos vão fugir, os complexos industriais, as infra-estruturas se vão perder, as comissões, parcerias, bolsas de estudo no estrangeiro, viagens para as capitais europeias, essa mordomias todas forem perigar de VERDADE, aí…
Vão querer falar de PAZ.
Mas vai-lhes custar- acostumaram muito mal.
Não vão querer dividir.
Então qual é a saída:
- Ficar moleque toda a vida, ou arranjar jeito maneira de ser igual, igualmente considerado?
Mal que pergunte!
Gosto muito de aprender/evoluir na positiva.
Se alguém tiver uma resposta, agradeço muito.
Mas não venham com conversa para boi dormir – eleições com o aparelho de Estado TODO dominado pela frelimo – cansei.
Falar de coisa séria, mesmo, de verdade.

A LUTA É CONTÍNUA
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licos ivar said in reply to Abaixo alcoolismo...
....Exmo Sr.
Moçambicanos mais civilizados que os britanicos??...Talvez,que assim o senhor continue a pensar.Quanto ao parlamentar ingles bebado que fez confusao num dos bares do Parlamento...Claro que ele vai ser julgado,porque o sistema democratico assim o exige...e em Moçambique,os parlamentares que roubam,sao outros herois??..."Altos Juizes que roubam,sao tambem eles outros herois??...e os parlamentares que sao misteriosamente assassinados...Os autores ainda nao apanhados,sao outros herois??...Plse, be serious!......Vivi mais de 7 anos em Londres,gostaria de explicar ao sr. o que é a Inglaterra e o parlamneto ingles....Mas nao vou faze-lo porque entraria num jogo de "ping pong" com o sr....Por favor nao comece a fazer o mesmo jogo que tem feito com o dr.Moises,comigo..Nao estou aqui para isso e a minha idade nao me permite...Eu,sei muito bem quem o senhor é:
indeed...vamos rebater ideias e nao de fanatismos e de dogmasiinuteis e ultrapassados....
Meu cordial abraço
licos
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anonimo said in reply to licos ivar...
Caro Sr. Licos Ivar,
Não é so raptos na Tanzania. Em toda a parte da Africa Austral e no Malawi tambem. Se o Sr. Simango conheceu a Francisca Dhlakama mãe sabe do que estamos a falar. Tambem ha outros que foram raptados na cidade de Maputo e desapareceram. Dos mais badalados está o caso do Sr. Inacio Sueia que desapareceu na companhia de uma rapariguinha de 13 anos de idade de apelido Muthisse, que por casualidade estava na boleia daquele. Nao sabemos se o Sr. Sueia e aquela criança tambem mancomunaram com os sul africanos para invadir Moçambique. Sabemos apenas que as familias estao até hoje a procura do sitio onde foram enterrados para, pelo menos, porem um ramo de flores.O crime ficou na gaveta do esquecimento!
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anonimo said in reply to Simango...
E os que eram assados pelas bombas de Napalm pelo exercito zimbabweano onde é que ficam Sr. Simango? na gaveta do esquecimento? e aqueles que foram raptados pelas FPLM na operação "tira camisa" na Beira e outros lugares, cujos tumulos se desconhecem depois de terem servido de carne de canhão em defesa dos vossos interesses, onde ficam? Sabe quantas maes estão ainda a procura dos filhos sr. Simango? Sabe quantos rapazes foram forçados a irem a tropa sem se despedirem das suas familias, sr. Simango? Certamente que não imagina porque fazia parte dos que mandavam "tirar camisa".
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Abaixo alcoolismo said...
Senhor Ivar, essa coisa dos "parlamentares das suas bandas discutirem entre eles no Parlamento e depois vão beber um copo de cerveja juntos", não é bem assim como nos diz.
Não sei qual é a sua "banda", mas pelo menos nas bandas da Inglaterra no mês passado um parlamentar trabalhista, de nome Eric Joyce, agrediu de forma brutal um colega seu das lides parlamentares. A vítima da agressão física (que já meteu o assunto nas mãos da polícia) é Stuart Andrew, do Partido Conservador. O agressor vai a tribunal na próxima quarta-feira, dia 7. (Leia mais em www.bbc.co.uk/news/uk-17150381)
Aqui parece que somos mais civilizados do que os britânicos. Não temos nada a aprender da banda deles, em termos de rixas em bares e casos de pasto. Virtualmente falando. Mas há aqueles que andam sempre a chatear-nos com essa coisa de nomes em vez de rebater as ideias. Maus vinhos? Pelo menos o Eric Joyce sei que é de maus vinhos e por isso está agora metido em encrencas de tribunal. Good luck do dia 7, Mister Joyce.


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licos ivar said in reply to anonimo...
Caro Sr.Anonimo:
...O Sr.menciona nomes que individuos da minha geraçao nunca,nunca ouvimos falar...Raptos de Moçambicanos na Tanzania?...Pelos vistos ha tantos detalhes que nao sabemos...Mas os ditos historiadores moçambicanos (os que residem em Moçambique)porque nao se mexem??!!...Serao eles pro-frelimistas??....E o caso dos Americanos expulsos em Moçambique...Eram eles da CIA ou foi um jogo politico??...E porque o Massinga esteve envolvido??...Será que ele era mesmo da Cia??...Dizia-se na altura que o Chissano,Viera e Veloso eram de KGB...Será verdade??...Os servços secretos sul-africanos ultimamente têm afirmado que tinham seus agentes na Frelimo..Quem eram??...Só jogos sujos....E as famosas contas bancarias secretas do Guebuza na Suiça...é verdade??...Dentro dssse País ha um outro País...mas todos têm medo de abrir a boca...Tenho pena dos moçambicanos
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anonimo said in reply to umBhalane...
Sr. umBhalane, obrigado pela frontalidade e o assumir dos crimes que reconhece ter sido feitos noutros tempos (da colonização). Precisamos de gente assim e não de "pretos" como nós que não poe mao a consciencia e assume seus pecados. De facto é fuga para frente falar dos crimes da RENAMO como o faz o Sr. Simango. A ser assim podemos adicionar os crimes das FPLM, dos exrecitos da Tanzania e Zimbabwe tambem na sua luta contra a RENAMO. Há um senhor doutor aqui em Maputo cuja mae em Nampula foi aobrigada a "jantar" os orgaos genitais do marido e outras partes do corpo deste pelas "gloriosas" FPLM que acabavam de capturar o homem a quem se acusava dar guarida a "bandidos armados". Mataram o pai do doutor, cortaram-lhe o sexo e outras partes, obrigaram a senhora a assar e disseram a senhora: "Ja que a senhora é que cozinhava para os BAs que o seu marido trazia aqui, agora coma pela boca aquilo que comias pelas pernas"!
Como é que as forças de um exercito governamental se podem comportar como um exercito de bandoleitos sem lei sr. Simango? os outros justifica-se porque eram simples bandoleiros, e o exercito do seu governo?
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anonimo said in reply to Simango...
A proposito de "inconformados" sr. Simango. Não é só o Bilal e Chica Dhlakama que andam "inconformados". Tudo que é gente que se prese em Moçambique anda inconformado e até mesmo chateado com pessoas que fazem-se de mais espertos como o senhor. E quando a inconformação é generalizada (como é o caso), o perigo dos opressores serem derrubados do poder pela via de voto é grande. So não ve quem vive conformado com a opressão e destruição da vida da maioria inconformada. Não acreditamos que a Francisca Dhlakama é "irrequieta e inconfromada" por herança genetica. Ela é produto da exclusão e da opressão psicologica da governação da FRELIMO. Tem consciencia que combateu para a liberdade e não para uma independencia que lhe nega a liberdade. Dai a inconformação! O resto do que o Sr. Simango diz é canção para o boi dormir.
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Eusébio said in reply to licos ivar...
Licos, é verdade que a CNN é um canal reputado. Não nego e vi a reportagem. Mas confesso que, como vivo o dia a dia rodeado da proliferação de prostíbulos, prestei mais atenção nas intenções do que nos factos. Seria vantajoso se o repórter olhasse a crise Zimbabweana e a fragilidade fronteiriça como condimentos do drama. Depende da visão que tem sobre a poligamia-casamento-namoro, quanto a mim, o comportamento de Ted Turner não passa de prostituição.
Quanto a Mugabe, não o vejo como causador principal da crise Zimbabweana, o que não significa que tenha razão. Os amigos deste, Moçambique e RAS, também tem parte da Culpa.
Concordo com o seu comentário em relação a Simango. É uma guerra psicologica, mas a verdade quando luta para ser reconhecida o resultado é da multiplicação da mentira, ora sob forma de boatos oculares ora sob forma de especulação. Eu conheço a maldade da Renamo e sua crueldade, tive ocasião de falar numa ocasião. Mas, igualmente, conheço crimes que aparentemente cometidos pelas FPLM foram incutidos a Renamo, pura e simplesmente.
Acho que, neste espaço, cada testemunho é tão valioso para a reconstituição do passado, quanto o são os nossos antagonismos. Não podemos ficar presos no passado, até porque mesmo se o quisessemos, é tarde demais. O que defendo e continuarei a defender, é que a Frelimo (MEU PARTIDO) deve pedir desculpas pelos erros cometidos. Só assim, podemos ajudarmo-nos na colocação da Pedra Angular numa só força. Paro por aqui, vou ao almoço.
Abraços
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anonimo said in reply to Simango...
Está claro neste debate que o problema deste Simango é o Simango Uria. A ser verdade que o Uria mancomunou a invasão rodesiana e sul africana a Moçambique o que é que a maioria de outros fez? Raul casal Ribeiro afastou-se da FRELIMO e manteve-se na Tanzania com sua familia. Porquê foi raptado? o que é que a esposa dele fez? o que é que fez a mulher de Uria?, o que é que fizeram Pedro Canisio, Muthamangue e todos outros? o que é que fez o Sr. Serras Pires para ser torturado na Machava pelos "esbirros" do SNASP? Alias, a ser verdade que Uria mancomunou algo não tinha razão de faze-lo perante uma independencia que traia a causa principal da guerra que o levou a fundar a FRELIMO? Afinal, qual foi a razão que levou os moçambicanos a irem para a luta na tanzania? não foi a falta de liberdade; a opressão do regime colonialista e as prisoes arbitrarias do colonialismo? Os moçambicanos juntaram-se na tambania só por causa da independencia? De que valia uma independencia sem que se observasse a liberdade e a supressão da opressão; das prisoes arbitrarias etc? O sr. Simango conheceu a Francisca Dhlakama mãe. Isso significa que esteve lá na Tanzania com ela. O senhor fugiu da opressão colonial de brancos para lutar para uma independencia em que o opressor passava a ser o senhor e seus companheiros?
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licos ivar said in reply to licos ivar...
...Voces com as vossas "brigas" deixam-me muito triste...Nós como moçambicanos sofremos imenso como Naçao e como Povo..Que tal,se voces vivessem todos em Moçambique??...Matar-se-iao??...Cá nas minhas bandas, os parlamentares discutem imenso entre eles no Parlamento....Terminada a secçao parlamentar,os mesmos parlamentares vao beber um copo de cerveja..juntos.Parece que ainda temos muito que aprender do Ocidente!
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umBhalane said...
Senhor "Simango"
Para uma simples, e fácil, compreensão dos milhares de leitores diários deste blogue, a operação de soma dos crimes de guerra e crimes contra a humanidade, COMETIDOS/PRATICADOS pela frelimo (esta frelimo/partido totalitário, tribalizada,…
- não a Frente –
faz tempo que identifiquei concretamente o INIMIGO), tem 3 parcelas (simplificando):
X crimes praticados durante e para a depuração/purificação/homogeneizão das fileiras;
y crimes praticados após os acordos de Lusaca até ao início da guerra civil - a construção do homem novo – 1974-1976;
Z - crimes cometidos durante a guerra civil, 1976-1992.
O Senhor com muito esforço, e o deslizamento/derrapagem que o caracteriza, procede à fuga em frente – e fala SÓ da guerra civil (a tal que impôs o sistema pluripartidário, a “democracia”/eleições, imprensa “livre”, regime de vida burguês/mordomias, tão do gosto dos kamaradas “revolucionários), pretendendo, intentando, que os crimes computados em cerca de 1,5 milhões de mortos se atribuam à RENAMO, exclusivamente (a tal mania/ADN/DNA da exclusão, conforme).
É por isso que não há uma PAZ verdadeira em Moçambique, mas sim uma guerra sempre latente.
Eu que sou um reaccionário, um criminoso, fascista, colonialista, imperialista, ainda por cima branco frustado,…,
escrevo e reconheço os crimes/massacres praticados pelo meu Povo.
Mueda (não os 571 que vocês querem), mas um massacre de 20, 30, ou mesmo 11, é um massacre.
Pode ser maior ou menor – mas é um massacre, não perde o significado.
Wiriamu.
E creia que me é profundamente doloroso assumir estes factos.
Como deve calcular não é nada de que me orgulhe.
Mas assumo, ainda que muito solitariamente, e não estranho a ausência dos “grandes/médios e pequenos democratas” desta terra.
O Senhor também nada assume – apenas imputa aos outros.
Um comentador, mesmo que anonimamente “Simango” e ou “umBhalane” tem responsabilidades, autónomas.
Há muita gente a rir (com tristeza) neste momento,
porque ao lembrar os intensos bombardeamentos com MIG’s, carros de combate e outros, a que foram sujeitos.
Quando lembram também as razias feitas por soldadesca bem fardada, enquadrada, e perfeitamente identificável,…
sabem que a RENAMO não tinha esses meios, nem essa “apresentação”.
A diferença está nisso mesmo.
Eu assumo, e até peço perdão/desculpa, mesmo.
O Senhor foge, e até parece orgulhar-se de tanto TENTAR justificar e defender o indefensável.
Fazer o quê?
É por isso que eu não acredito na regeneração da frelimo, seus militantes e cabritos.
Não acredito, mesmo.
Porque o que está em jogo é a MOLA, os recursos do Estado/País, e não largam, nem vão querer largar.
Os novos colonialistas, exploradores do Povo Moçambicano, agora são pretos.
O Povo está de demorar a “descobrir” – foi treinado noutra “direcção”.
Ainda hoje é a tal “mão externa”, o mesmo que “os brancos”.
A vida é assim mesmo.
A LUTA É CONTÍNUA
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licos ivar said in reply to Simango...
Caro Sr. Simango:
Tenho que confessr que eu nao sabia que os falecidos Lazaro e Uria Simango participaram naquela campanha "mental" que a Pide optara...Tambem,nao era do meu conhecimento que o falecido Uria teria ele contactado os sul-africanos e rodesianos...Eu,era muito jovem (quase uma criança)! Sei que o Miguel participou nessa famosa campanha mas soube atrves dos meus pais...pois eles às escondidas ouviam a radio da Frelimo das 6 ou 7 da tarde...Dado que eu vivia na altura no Ligonha-perto de Naburi e o Miguel sendo de Naburi,assim os meus pais algo mencionaram sobre o Miguel......Caro sr:
-Nao estou aqui para defender o Miguel,Uria, Lazaro,mas nao acha,que estes senhores regressando à Moçambique,estariam eles entre a parede e a espada??...Teriam eles outra alternativa??...Eu nao chamaria estes senhores traidores-ficaram decepcionados com a Frelimo e iriam ser mortos pela Frelimo...Que alternativas eles tinham??...Recorda-se como era a Pide na altura??...Eles foram obrigados,caso contrario a Pide os mataria.Traidores??...Terao eles tentado assassinar alguem da Frelimo?? Nao acha que a Frelimo cometeu um crime em fuzilar proprios moçambicanos,só porque estes senhores nao estavam politicamente de acordo com a linha comunista??...E hoje aonde está a tal ideologia comunista??...No fundo os nossos actuais dirigentes nao serao eles"de facto" os Murupas,Urias,Lazaros de hoje?...Nao sao eles burgueses e capitalistas??...Nao era o capitalismo,liberdade de expressao,uma burguesia nacional que esses "traidores" queriam??..Porque fuzila-los??...Porque é que a Frelimo nao optou a politica que Moçambique tivera no periodo de Transiçao??...Porque nao??...O governo de transiçao foi o melhor governo de Moçambique.Os portugueses (brancos,mistos,indianos)que ficaram em Moçambique desde o Governo de Transiçao até à independencia nao queriam abandonar Moçambique....Só após a independencia,com a introduçao da SNASP, Nacionalizaçoes todo pessoal abriu os olhos...Tinhamos um novo fascimo camuflado em comunismo.
O sr.fala de Revoluçao:
-A revoluçao da Frelimo fracassou.
O sr.e o sr.Moises pelos vistos se conhecem-Nao ha amizade entre voces,mas vos peço,vos rogo como moçambicano-simples moçambicano-Entendam-se por favor!Como voces devem ter notado sou mais novo de voces,mas fui e continuo e ser curioso..Eu,como muitos moçambicanos da minha idade queremos saber,quremos ouvir de voces, sobre o passado e do presente destes partidos:Frelimo e Renamo. Fica feio,muito feio que dois moçambicanos entrem em guerra psicologica...Nós preciasmos um do outro por favor,seja ele da Frelimo,Renamo ou MDMs....Somos todos moçambicanos caros senhores e temos tanta, tanta, tanta sorte de ter um lindo lindo lindo País...e gente maravilhosa.
Abraço a todos
licos
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Veterano said in reply to marvin...
Sr. Marvin,
Apenas uma meia dúzia de palavras para confirmar que a senhora Francisca Dhlakama é filha de Samuel Dhlakama, secretário provincial de Sofala durante a luta armada. A Francisca permaneceu na Tanzânia até ao fim da guerra – não ficou lá alguns meses.
Há os que permaneceram na Tanzânia por uns meses apenas, mas que se apresentam como testemunhas oculares de toda uma fase de mais de uma década da presença da Frelimo na Tanzânia.
Sr. Marvin, fixe esta regra elementar: a história não se escreve à base de fantasias nem de protagonismos sonhados.

> marvin said...
Há também um testemunha ocular. será que o Dr. Francisco conhece esta Senhora? ela fala do Instituto Moçambicano!!!
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Simango said in reply to umBhalane...
Senhor unBhalane, tenho seguido com alguma perplexidade o seu esforço de botar na conta da FRELIMO o holocausto que foram os massacres da Renamo para "conquistar a democracia" (unBhalane ainda não nao me explicou como é que um líder e um grupo profundamente cacequista, anti-democráticos e que nunca, pelo menos, realizaram uma eleição digna desse nome no seu próprio seio, podem ter lutado pela democracia). Mas, caro unBhalane, adverto-lhe de que esse esforço é inglório. Os moçambicanos sabem quem assava cidadãos no machimbombos, nos comboios, nas aldeias e nas vilas. Essa conta tem dono, amigo unBhalane
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António Bilal said in reply to Simango...
Obrigado pela dicas, Simango. Presumo que sejam essas as provas de que dispões.
Acontece que já li os livros do Jardim e do Barnabé e não detectei nada que se pareça com "pedido de invasão militar" que dizes Simango ter feito aos rodesianos e sul-africanos.
Apenas li as primeiras edições de cada um dos livros, e admito que em edições posterirores os autores possam ter apresentado novos dados.
Alguém pode esclarecer? (além de tu, claro está, Simango).
55
Simango said in reply to António Bilal...
Caro amigo Bilal, eu respondi à pergunta de porque é que TE chamei "inconformado". Tu não perguntaste porque chamei Francisca Dlhakama "inconformada".
Já agora, eu chamei FD inconformada pela sua postura. É uma pessoa que não se cala perante coisas que ela percebe como injustas, erradas ou que ela não goste delas. Neste aspecto ela não se enquadrava no modelo de "militante disciplinada" que é apanégio dos Partidos Comunistas. Francisca Dlhakama é irrequieta e inconformada por isso. E como eu disse, o seu inconformismo não se esgota na discussão que ela travou com SV no Savana. É muito mais do que isso. Eu a considero uma GRANDE SENHORA.
Espero ter responido à tua pergunta pergunta.
56
Simango said in reply to António Bilal...
Bilal, recomendo-lhe que leia "Jorge Jardim Agente Secreto" de José Freire Amtunes, leia "Moçambique Terra Queimada" de Jorge Jardim e leia o famoso livro de Ncomo. Lá há-de encontrar as provas que quer. Veja,Bilal, que eu nem sequer falei da mancomunação que ele fez com os ultra-colonialistas do 7 de Setembro, movimento que custou o sangue de dezenas de moçambicanos, na então Lourenço Marqques. Pde crer, amigo Bilal, que isto não é propaganda e nem estou a repetir o catecismo da Frelimo. Estou a referir a factos bastante conhecidos e divulgados, até por autores anti-comunistas.
57
Simango said in reply to Francisco Moises...
Este senhor parace uma criança! Fingindo que fala com Licos Ivar, está na verdade a expressar a sua opinião ao meu respeito em relação aos comentários que fiz nestes dois posts. Pelo meio faz insinuações cujo alcance só ele compreende.
Seja homem pelo menos uma vez na vida, meu senhor Doutor Francisco Nota Moisés. Enfrente as situções que lhe desagradam! Não passe a vida a fugir, a desertar. Pelo menos tenha a coragem de me enfrentar "DE FRENTE". Sempre a fazer as coisas por trás este Doutor
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António Bilal said in reply to Simango...
Desculpa-me, Simango, voltar a incomodar-te com questões que sei serem para vós, da Frelimo, delicadas.
Quando dizes que Uria Simango "anda busy a pedir aos sul-africanos e aos rodesianos para invadirem Moçambique", tens provas de que foi isso mesmo o que ele pediu?
Sinceramente, gostaria de vê-las com os meus próprios olhos. E olha que não te estou pedindo um papel ou papéis assinados pelo punho do Uria Simango, mas caso os tenhas, também serve.
Mas não me mandes a "confissão" do Uria em Nachingueia. Como deves saber, uma confissão extraída com recurso à tortura é igual a zero - em instâncias de Direito.
59
António Bilal said in reply to Simango...
Com dizem os tugas quando alguém se esquiva: nem que sim, nem que não - antes pelo contrário.
Isto para dizer, Simango, que continuas a não responder à questão, simples, por mim levantada. Isto é, a razão da Francisca Dhlakama ser uma "inconformada".
60
umBhalane said...

Mao Tse Tung dizia que gostava de Homens de direita - porque sabiam o que queriam, tinham valores sólidos, eram confiáveis,...
Mao era Velho.
Às vezes acertava, tantas fazia/dizia que alguma acertava, poucas, muito poucas (mas isso são conceitos e/ou preconceitos).
Eu também gosto de Homens de "esquerda" equivalentes aos tais Homens de direita - que tenham valores, e que também saibam o que querem.
O perigo para ambos os lados são aqueles "democratas" que dizem uma coisa ao matabicho, outra ao almoço, e ainda uma outra ao jantar, e com muitas hesitações e hibridismos ao lanche e à ceia (não sei se esqueci de alguma “refeição”).
Li o seu comentário do Sr. “Simango”, e ri (com todo o respeito) pesarosamente, identifiquei-me com alguns conceitos que escreve, mas… amargamente, pensei isto escrever:
- No "meu" País, é ao contrário! - os desertores, os traidores, os crápulas, os vendilhões, párias, cobardes, ladrões,..., é que estão no poder (real), é que são os tais "libertadores"!!!
E concluí:
- Será por isso que o jardim à beira mar brotado está no estado bom da nação em que está? –
Pergunta/questão legítima.
Também leio: actos vergonhosos, honra, dignidade, deserção, traição,...
Mas ainda há
VERDADE
e o seu reverso
MENTIRA
que podem ser completas, ou por metade, conforme a habilidade do artista.

VERDADE - a soldadesca colonial cometeu massacres - VERDADE
Soldadesca que comete MASSACRES, graduados que o permitem/comandam não
merecem outro nome - soldadesca.
Só que não se pode generalizar, ou QUERER transmitir a ideia da generalização.

VERDADE TAMBÉM - Os terroristas da frelimo cometeram massacres – VERDADE TAMBÉM.
Para além dos factos/acontecimentos históricos,
há documentos irrefutáveis de declarações de Samora Machel e Sérgio Vieira a reconhecer/atestar esses massacres – “A frelimo também cometeu crimes de guerra”.
Para além de muitos outros que fazem parte do espólio de …, e que face ao pacto MFA/frelimo estão à salvaguarda de “curiosos”.
Há um pacto…, mas também há quem tenha papéis VÁLIDOS.

VERDADE, PURA VERDADE
MASSACRES em Moçambique foram cometidos pelos terroristas da frelimo, e pela soldadesca colonial.
O "capim" é que se tramou.
Agora, e depois, na Guerra Civil, a frelimo continuou, e de que jeito maneira.
Rezam as crónicas - cerca de 1,5 MILHÕES de mortos.
E entre a guerra de independência e a guerra civil – 1974/1976 – quantas centenas de milhares de pessoas massacradas? Quantas?

Registei os esforços para justificar os assassinatos da frelimo, legitimando-os, e resolvendo que TODOS não passaram de desertores e traidores, e como tal, nada mais natural.
Gosto de pessoas com ideias claras. Firmes, convictas.
Esse outro lá da Bélgica, não é confiável - tem papo de "seminarista hesitante",
sim, porque também há seminaristas convictos.
Entretanto vou esperar o dia, e lutar por ele, em que o lado dos “traidores, desertores, esses todos…” estejam em condições de ditar as regras com a mesma clareza que expõe, e a frelimo praticou, e pratica.
SEM HESITAÇÕES, E COM EFICÁCIA.
Sem “seminaristas” de permeio – só entre Homens.

A LUTA É CONTÍNUA
61
Simango said in reply to António Bilal...
Claríssimo caro Senhor Bilal. Estava apenas a querer ser irónico. Dei-me mal. Desculpe-me prezado senhor
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Simango said in reply to licos ivar...
Caro amigo Licos Ivar, eu tenho uma admiração muito grande pelos jovens que, muitos deles a ultrapassarem ainda a fase da adolescência, tiveram a coragem de dasafiar e vencer um odioso sistema que não nos encarava como gente. Na verdade, esses jovens protagonizaram um acto único, irrepetível, cujas repercussões soarão por séculos e séculos.
Calha que a organização que enquadrava esses jovens era a Frelimo. E foi essa Frelimo que teve a esppinhosa missão de erguer este país, configura-lo e dar-lhe a forma que tem hoje. Hoje Licos repete (e muito bem!) que somos moçambicanos, só que esquece que esse Moçambique foi forjado a sangue e fogo por jovens que, tendo disparado os primeiros tiros, proclamaram a nossa INDEPENDÊNCIA a maior parte deles na casa dos 30 anos. Foi uma façanha, caro Licos. E eu tenho um orgulho imenso das coisas maravilhosas que fizeram.
Cometeram (ou cometemos como país) muitas barbaridades. É lógico que assim fosse. Afinal de contas eles não eram seres perfeitos. Ninguém funda um novo país sem essas barbaridades. Eu assumo como património tudo o que eles fizeram, de bom e de mau.
Todavia eu não represento a FRELIMO. Nem me compete julga-la.
Eu próprio, na situação deles e no contexto de 1975, não sei como procederia com um indivíduo que, em pleno 1974, anda busy a pedir aos sul-africanos e aos rodesianos para invadirem Moçambique (não sei se Licos sabe que Uria Simango fez isso?). Eu próprio não sei como procederia com um indivíduo que desertou e passou a guiar as tropas portuguesas no ataque às bases da guerrilha. Andou de avião, de megafone na mão, a conclamar os seus antigos subordinados para desertarem da luta pela independência (não sei se Licos sabe que Nkavandame fez isso). Não sei o que eu próprio faria, NAS CIRCUNSTÂNCIAS PSICOLÖGICAS, POLÏTICAS E DE CONFRONTAÇÃO DOS PRIMEIROS ANOS DA NOSSA INDEPENDÊNCIA.
É fácil julgar as coisas com os nossos olhos e as nossas mentes de bachareis, de licenciados, de mestrados ou de doutores de hoje. É fácil julgar aqueles acontecimentos tendo em conta os códigos legais e morais que passaram a enformar o mundo a partir dos finais da década 80.
Quando é que a maioria dos países aboliu a pena de morte, amigo Licos? Seria justo que, após a celebrada abolição da pena de morte, passássemos a encarar os juízes que nas décadas passadas condenaram réus à morte como assassinos? É justo avaliar decisões tomadas num ambiente de revolução permanente, à luz dos códigos de justiça do neoliberalismo?
Alguns julgarão esses valentes, meu caro. Não eu.
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Simango said in reply to JJLABORET...
Senhor JJLABORET, vou lhe confessar uma ignorância. Não sei o que são penduricalhos. Poderia fazer o obsêquio de me ensinar o significado? Meu caro senhor, eu também por cá me rio dos seus esforços para justificar um acto vergonhoso. O que tipifica o acto de deserção não são as leis, caro JJLABORET. Onde está a honra? Onde está a palavra dada? Onde está a juramento? Lembre-se que por via desse juramento o tal idealista, o tal voluntário, poderia ter acesso a segredos importantes. Poderia ter acesso às estratégias e tacticas operativas. Poderia conhecer as bases guerrilheiras. Poderia conhecer a rede clandestina (necessariamente tinha de conhecer parte da rede porque, como sabe, não era fácil sair de Moçambique. Havia quem mobilizava, havia quem conhecia as rotas de exfiltração. E o idealista desertor tinha que os conhecer). E depois de tudo isto o nosso idealista, o nosso voluntário desertava.
Um dos crimes punido com a pena de morte nas guerrilhas de resistência contra o nazismo na Europa (e contra a sua variante fascista italiana) era a deserção, senhor JJLABORET. Posso afirmar que todos os exércitos de guerrilha que eu "estudei" puniam de igual forma a deseção. Não havia contemplação. Creio que o amigo JJLABORET sabe que os combatentes dos MAQUIS durante a II Grande Guerra eram os tais idealistas, voluntários, que combatiam não por obrigação de nenhum Estado. Não havia qualquer lei formal a enquadrar aqueles MAQUIS senhor JJLABORET. Apenas a lei da honra e da dignidade.
Por último, sabe por acaso que alguns desses desertores guiaram a soldadesca colonial para atacar as bases da guerrilha que eles conheciam? Sabe que os tais idealistas guiaram a soldadesca colonial no massacre às populações que apoiavam o ideário da independência. Eu não vejo qualquer idealismo na deserção. Na traição aos companheiros
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Francisco Moises said in reply to licos ivar...
Bem dito, licos. Eu ja decidi nao mais perder tempo com o individuo que muda de nomes como um rico muda de roupa. Diga o que queira este individuo, nunca ele conseguira me envolver em discussao e argumentos com ele. Chame-se o que queira se chamar hoje, amanha, depois da amanha, a semana que vem, depois de duas semanas, o mes proximo. Nao cometerei mais o erro de perder tempo com o tal individuo. Esta é a decisao que tomei visto que perdi muito tempo neste blog com tais brincadeiras da Frelimo.
O pior do individuo é que se esquece que utilisa a mesma linguagem que utilisa com os seus varios e diferentes nomes.
Vejamos o absurdo. Foi a semana passada que o individuo aperecei com dois nomes diferentes para fazer as suas brincadeiras e com um dos nomes de mulher acusava ele que se fazia a campanha para isola-lo embora ele tivesse a liberdade de aparecer aqui. Mas era da primeria vez que o individuo aparecia com aquele nome e nao podia acusar pessoas de fazer campanhas contra ele/ela. Revelou-se como o individuo que muda de nomes e nao toma cuidado do que diz.
Perguntei-me a mim mesmo: quando é que se fez a campanha contra ele que acaba de aparecer agora com o tal nome de rapariga pela primeira vez?
E nesta semana ja aparece com outros dois nomes, caso este que JJLaboeret viu e ridiculisou. Eu penso que a melhor coisa é logo reconhecer pelo seu estilo e linguagem e nao perder tempo com ele visto que ele nao esta la para argmentar com factos, mas sim para repetir a propaganda que ouviu da Frelimo e faltar o respeito as pessoas. Nao percamos muito tempo com o tal individuo, visto nao aprenderemos nada de novo dele senao o apoi cego que da Frelimo e os fuzilamentos que esta cometeu contra individuos inocentes.
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umBhalane said in reply to Re-educado...
Ao menos os colonialistas devolveram os restos mortais de Gungunhana.
Os cabritos, galinhas e outros gados dos Açores ficaram a salvo a partir de então.
É que havia desaparecimentos misteriosos, sem quaisquer explicações, sobrenaturais,...
Eu expliquei aos Açoreanas, e não ME acreditaram.
Não conheciam o xicuembo. Ainda. Mas já sabem que "existe". Lhe desconfiam.
Agora, desde que ele voltou, agora já me acreditam.
Nunca mais faltou nada, nem gado, nem mais nada.
A LUTA É CONTÍNUA.
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Re-educado said in reply to licos ivar...
Esqueças Licos Ivar. Joana, Mateus, Urias e outros foram queimados, e as cinzas espalhadas ao vento.
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António Bilal said in reply to Simango...
Chamas-me de "inconformado"? Não entendo, Simango. A minha pergunta não é clara?
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licos ivar said in reply to Eusébio...
...Aproveite a CNN!...é a televisao como esta que enriquce uma democracia.Oxala se,Moçambique tivesse uma televisao como a CNN-iria ela desvendar tantos misterios de mortes estranhas,de corruptos...Nao perca tempo e energia em analizar o fundador mas analize a contrbuiçao que ela dá ao Mundo....Quanto ao Mugabe:
Quantos anos ele tem??!!...Outro Kamuzu Banda?...Moçambique teve 3 Presidentes,mas ele ainda continua a dirigir o País...Quem disse ao Mugabe,que só ele é capaz de dirigir o País??...Se nao fosse a Grã-Bretanha,o Smith teria assassinado o Mugabe (informe-se).O Mugabe é um outro africano:ingrato.O Zimbabwe era o celeiro da Africa,hoje o Zimbabwe é aquilo que é:
-pauperrmo
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licos ivar said in reply to Simango...
Caro Sr.Simango:
Lendo os seus artigos,tenho impressao que o caro sr.seja militante e um grande simpatizante da Frelimo.Nao tenho nada contra,para mim o sr. é um moçambicano.É importatissimo que nós moçambicanos aprendamos a respeitar e a dialogar com individuos que têm diferentes ideas politicas.Eu nao sei,quanta influencia o sr.tem no seio do Partido Frelimo ou Governo-Frelimo.Se a tem,por favor reconheça que a Frelimo mandou fuzilar muitos moçambicanos...e os corpos destes "pobrezinhos" ainda hoje nao se sabe onde "jazem".
Caro Sr.Simango:
-Estes elementos fuzialdos eram moçambicanos como nós-tambem eles têm familiares...No fundo,muitos destes elemntos fuzilados nada de mal fizeram-divergencias ideoligicas nao deveriam ser a causa de um individuo ser fuzilado. A Frelimo deve fazer um grande exame de consciencia e reconhcer que cometeu grandes crimes impredoaveis.Nós moçambicnos devemos ser unidos,como Naçao! Por favor contacte os seus camaradas para que façam esforço de indicar à Naçao os lugares onde depositaram os corpos dos fuzilados tais como a Joana Simeao,Uria Simango, Lazaro e outros "grandes da Velha Frelimo".A Frelimo deve mostrar à Naçao que é seria e madura.Para a Frelimo estes senhores fuzilados foram "traidores" mas,para a maioria de Moçambicanos sao tambem eles herois moçambicanos.Que medo tem a Frelimo em dizer o lugar onde estao os corpos??!!!...Que medo?? Somos todos moçambicanos...frelimistas,renamistas,mdms e outros temos todos nós algo em comum:
-Somos moçambicanos.
Chegou a altura de a Frelimo como partido no Governo de dar bom exemplo à Naçao:
-Que tenha coragem de dizer aos familiares o lugar dos fuzilados.
Sabemos,que do Rovuma ao Maputo a SNASP fuzilou tantos moçambicanos...Aonde é que estao os corpos??
O desenvolvimento dum País nao é só caracterizado em termos economicos mas sim de eticas morais e de reconhecimento que todos os cidadoes merecem o mesmo respeito.Caro sr.queira ou nao,estes casos de fuzilamentos terá soluçao porque era injusto,imoral,anti-patriotico fuzilar alguem só porque nao pensava como a Frelimo raciocinava: Foram crimes!...e temos que ter a humildade de reconhcer.
ps.Tambem a Renamo deve ela nos indicar quantos elementos fuzilou...mas lidar com a Renamo é o mesmo que dialogar com "pedras"...Por enquanto...!!!
Meu Cordial Abraço
Licos
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Francisco Moises said in reply to marvin...
Caro senhor Marvin,
Vi este artigo ontem e nao pude lê-lo por falta de tempo. Nos ultimos dias tenho visitando o blog, mas nao tenho lido nem os artigos nem os comentarios e nem sequer participo nos arguementos nesta pagina ou algures no blog.
Estando a rever um manuscrito de 350 paginas duma obra de ficçao para submissao em Oxford na Inglaterra nao é uma brincadeira. Ja estou quase a completar a revisao e ja passam as duas semanas que prometi aos interessados por obras de ficçao africanas na Inglaterra. A obra esta em inglês.
Se ha alguma coisa que esta senhora acertou foi a data do encerramento do Instituto moçambicano em 1968. Sim isto é verdade. Se me lembro dela ou se ela existiu no Instituto moçambicano, este é na verdade um desafio.
Conheci a familia Dhlakama, começando com Julio Dhlakama que foi meu colega no Séminario de Zobue de 1963-64. Penso que foi em 1965 que quando foi de férias e nao regressou mais a Zobue visto que ele e a familia tinham cavado para a Tanzania.
Quando cheguei em Dar Es Salaam em Janeiro de 1968, Julio Dhlakama andava no Instituto de Kurasini dos americanos para estudantes refugiados da Africa austral onde se ensinava em inglês enquanto que no Instituto moçambicano se ensivana em português.
Ele foi submetido a treinos militares em Nachingwea antes de ser enviado para a antiga republica da Alemanha de Leste onde estudou a engenharia e depois dos seus estidos rumou para o Nigeria onde viria a morrer de nao sei que causas.
Em Dar Es Salaam encontrei-me com a irma do Julio Dhlakama, a Inês Dhlakama, uma donzela muito bonita. Ela tambem estudava no Kurasini Institute, mas vivia no Instituto moçambicano como todos os moçambicanos que iam ao Kurasini Institute.
Depois do encerramento do Instituto moçambicano onde a revolta contra a liderança de Mondlane envolveu os rapazes, e nao as raparigas que na verdade em geral faziam o jogo dos lideres da Frelimo como espionas dos estudantes. Todos os estudantes que foram detidos incluindo eu mesmo por ordens do vice-presidente Rashid Kawawa que alegadamente queria separar os estudantes dos lideres da Frelimo, fomos enviados para campo de refugiados de Rutamba donde muitos de nos viriamos a cavar para o Quénia. A Inês nao era parte das raparigas que chamavamos PIDES visto que ela nao se metia neste jogos de espionagem para os lideres da Frelimo.
Alguns anos depois de eu estar em Nairobi, a Inês Dhlakama tambem fugiu da Tanzania e chegou a Nairobi. A situaçao de Nairobi sendo o que era e eu estando imbuido nos meus estudos e com amizades com quenianas, nao houve mais a amizade antiga de Dar Es Salaam entre eu e a Inês Dhlakama.
Alguns anos mais tarde, de Nairobi a Inês partiu para os Estados Unidos onde estava um certo senhor de nome Saene, que por razoes conhecidas por si proprio regressou a Moçambique onde foi preso e submetido a chamada re-educaçao e veio a morrer depois da guerra civil -- diz-se assassinado por bandidos. Nos Estados Unidos, a relaçao entre a Inês e o Saene nao andou bem e dai a Inês rumou para a Guiné para la viver com a sua irma maior Deolinda Dhlakama.A Deolinda Dhlakama que se casara com um homem da Guine-Bissau, mas que vivia com o PAIGC em Conakry.
Um belo dia chegou no Instituto moçambicano o senhor Dhlakama em companhia do seu genro e dum outro guineano. Como estivessem a falar em francês, alguns rapazes disseram lhes que havia um rapaz com que eles podiam conversar em francês. Correram para me buscar e na verdade passei um tempo com eles a lhes tomar em volta e a responder as perguntas dos guineanos. Eu ja dominava o francês a partir do Seminario de Zobue e o meu sonho era sempre para rumar para a França, coisa que nao aconteceu.
Quanto a uma rapariga de nome Francisca Dhlakama nao faço ideia. Havia uma Francisca sim que se chamava Chica Muchanga, a irmao da Anita Muchanga, ambas estiveram no Instituto moçambicano. É possivel que seja esta que agora decidiu se chamar Francisca Dhlakama por o nome de Dhlakama ser mais conhecido historicamente do que o nome de Muchanga, um oficial da Frelimo daquele tempo. Anita e Chica Muchanga tambem tinham um irmao no Instituto moçambicano.
Tendo sido um amigo da Inês, teria eu visto a tal Francisca Dhlakama com a Inês e nao me lembro de te-la visto com uma irma ou de eu ter estado com a Inês em companhia duma irma chamada Francisca.
É possivel que tivesse havido a tal Francisca Dhlakama, mas acabei de conversar com o senhor Chataika (nao o seu verdadeiro nome) pelo telefone na minha urbe e concordamos que havia uma Francisca Muchanga e nao Francisca Dhlakama.
É possivel que tivesse havido uma tal Francisca Dhlakama, mas depois de 44 anos as nossas memorias sobre individuos podem na verdade falhar. Se que havia uma Francisca Dhlakama é possivel que era estivesse com a familia em Mbeya e que o que diz seja um pouco cozinhado.
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JJLABORET said in reply to Eusébio...
Senhor Eusébio,
Confesso que não entendi:
..."O FUNDADOR DO MESMO CANAL É O PROSTITUTO CONFESSO, COM 4 NAMORADAS, SEGUNDO ELE."...
Não seria, no caso, apenas um polígamo?
POLÍGAMO é o sujeito que tem várias mulheres por esposas (ex. muçulmanos), enquanto que PROSTITUTO é o sujeito que se prostituiu, ativa ou passivamente, ou seja, o sujeito que se entregou à devassidão por dinheiro!
Convém lembrar que a poligamia é aceita e praticada em alguns países islâmicos, cujas leis são por demais religiosas e excessivamente moralistas! Seriam eles "prostitutos"????
Será que foram mesmo "divinas" as notícias que lhe chegaram aos ouvidos?
A propósito de coisas "divinas" sopradas por espíritos nos nossos ouvidos, aqui vai uma estorinha:
Um indivíduo, frente uma banca de jogo de azar, invocava algum espírito para ajudar-lhe a acertar o número ideal da sorte. Após algumas tentativas, de repente por trás ouviu aos ouvidos: "joga no 5" !
Acredditando muito, então apostou certa importância nesse número. Rodou a roleta, e... deu o 9!
O indivíduo aprontou-se novamente para o jogo, e comentou com a o ente invisível dono da voz: "deu errado cara"! E agora?
A voz, então lhe ordena: "joga no 7". E o sujeito logo jogou no sete, e... deu o 4!
O sujeito então se indignou, pois havia perdido uma boa soma, e enraivado perguntou ao ser invisível que lhe soprava palpites ao ouvido:
Ô, Cara... afinal que espírito és tu?
E não tardou-lhe a resposta: "Sou o espírito de porco"!!!!
Taí...
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Pedro Proeza Ngono said...
Lendo o artigo pude perceber a senhora Francisca Dhlakama (filha) nao acrescentou muito em termos de conteudo historico, a nao ser a confirmaçaão de fatos e de sua historia pessoal. Ademais penso que ela cometeu um erro de intrepetaçao historica ao afirmar "Conforme todos sabemos, divide para melhor reinar, essa foi a estratégia usada por todo o colonizador em África e era preciso combatermos o divisionismo e, realmente, pensarmos de uma forma moçambicana, não de uma forma tribal", pois que antes da colonização viviamos isolados em tribos, guerreando ou comercializando umas com as outras, ja o colono juntou tribos antagonicas, pois criam que nunca se juntariam para formar um so povo.
Quanto aos comentarios me chamou á atençao a seguinte frase "Os roubos dos dirigentes nunca foram a causa da pobreza de nenhum país." do Sr. Simango revelador de um total desconhecimento da realidade africana, ora vejamos:
- Quem financia o orçamento dos paises africanos?
- Temos um sistema tributario eficiente?
- Se não podemos ter o PIB que sustenta o nosso orçamento como podemos nos dar ao luxo de roubar o qu não produzimos?
- Faça comparação entre os municipios geridos pela FRELIMO (com excepçao de Maputo) e o Municipio da Beira, qual municipe dentre os dois da uma avaliaçao melhor?
Roubo existe em todos os paises mas como na africa nao existe, nao se jutifica que o presidente de Moçambique ganhe mais que o dos EUA, que os nossos dirigente em viagem de trabalho se hospedem em hoteis 5 estrelas e nossos doadores no de 3, que so viegem na primeira classe(a medida anunciada pelo governo nunca foi colocada em pratica) e os donos do dinheiro vao na economica.
O roubo emprobrece africa sim senhor.tecnologia
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Eusébio said in reply to licos ivar...
Os problemas de prostituição de que se refere foram, ultimamente, mais acentuados pela crise do Zimbabwe. Compreendo que se queira deixar a entender sermos nós os culpados. Mas há muitas Zimbabweanas que, pela culpa da Grã-Bretanha e não de Mugabe, pululam pelo país. Quem precisa de factos, o reservatório de amostra chama-se KWACHENA, coração de Tete. Aliás. licos pedira que eu assistisse a série de prostituição da CNN. Chegaram-me aos ouvidos notícias quase divinas: O FUNDADOR DO MESMO CANAL É O PROSTITUTO CONFESSO, COM 4 NAMORADAS, SEGUNDO ELE. Espero que a CNN tome consciência das propagandas sujas, porque o mesmo Deus dos ricos o é também para os negros.
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JJLABORET said...
RETIFICANDO,
Onde se lê: "rodas as hipóteses", LEIA-SE: "todas as hipóteses"
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JJLABORET said in reply to Simango...
Senhor Simango,
Tá legal, tá legal, eu aceito o argumento: "Os motivos para a deserção tem que ter sido necessariamente vários"...
Mas convém notar que nada afirmei, apenas indaguei:
..."- Não poderia ser que que desertaram para não se transformarem compulsóriamente em COMUNISTAS?"...
E continuando aventei algumas possibilidades.
Já agora, Vossa Senhoria me respondeu, e agradeço por isso!
Do que se depreende que rodas as hipóteses convergem, são possíveis, e assim sendo, não se pode dar como causa do abandono da luta a traição ou a deserção, isso porque o engajamento na luta foi/era voluntário, idealista, e não obrigação para com um Estado que ainda não existia. Do contrário... QUEM OBRIGAVA QUEM? POR FORÇA DE QUE LEI?
Deserção ou traição só poderia estar convencionalmente configurada em uma situação de Forças Armadas Regulares de um Estado. O que se deu foi ABANDONO DA CAUSA!
Ou tem V. Sª. eufemismo melhor que esse?
De qualquer forma o Senhor está com a proximidade da verdade, desde que é Moçambicano, pois não?
E fico por aqui rindo muito, deste lado do Atlântico onde o Jacaré nada de costas quando o rio tem piranhas, decerto porque tem medo de perder seus penduricalhos!
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Simango said in reply to licos ivar...
Um contexto novo, inexistente há 50 ou 36 anos, caro amigo Licos Ivar, é a influência das economias emergentes da Índia, China, Brasil e outras. O crescimento económico de África dos últimos anos não pode ser dissociado desta realidade. Se os nossos países dependessem apenas da Europa e da América do Norte estariam ainda a patinar na estagnação que inspirou o Afro-pessimismo. Com ladrões ou sem eles, África está a crescer a olhos vistos e, a manter-se por longos anos este crescimento, os sofridos filhos deste continente beneficiarão enormemente,
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Simango said in reply to JJLABORET...
Senhor JJLABORET, creio que está a generalizar. Os motivos para a deserção tem que ter sido necessariamente vários: (i) uns desertaram porque nào queriam abandobar a boa vida na Europa e nos States; (ii) outros desertaram por cobardia; (iii) outros desertaram porque precisavam de fugir da justiça tanzaniana em virtude de crimes cometidos (por exemplo a morte de Kangomba); (iv) outros desertaram em resultados das confusões racistas a tribalistas do Padre Gwengere (muitos dos estudantes desertores do Instituto Moçambicano tinham posições ideológicas mais radicais que as de Mondlane)... As causas da deserção, como em todas as guerras, foram das mais diversas. Querer agora justificar todas as deserções com a oposição ao comunismo é generalização grosseira, meu respeitado senhor.
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JJLABORET said in reply to licos ivar...
DE COMO O VENCEDOR VAI DITANDO A HISTÓRIA...
Caro amigo Licos Ivbar,
Você coloca com propriedade:
..."E se, alguns desertaram é porque tinham medo de serem fuzilados....Recorde-se que houve tanta luta interna dentro da Frelimo....Nao generalizemos os factos....Cada desertor teve suas razoes...e cada desertor era,é e será sempre moçambicano."...
Eu acrescento uma pergunta:
- Não poderia ser que que desertaram para não se transformarem compulsóriamente em COMUNISTAS?
Partamos do princípio de que a FRELIMO, longe de esse atual partido que lhe toma o nome, erta uma frente heterogênea com PATRIOTAS que verdadeiramente pensavam num Moçambique liberto e igualitário para todos os moçambicanos!
Nessa frente, como sse fora um "balaio de gatos", haviam gentes de todas as tendências: uns eram idealistas, outros patriotas nacionalistas, e outros ideólogos a serviço do expansionismo soviético em face da guerra fria e ainda da propagação da cartilha marxista aos países de África, falhada a tentativa da conquista da América Latina dominada pela direita anticomunista, porém tão assassina como os regimes sob a cartilha de Marx. Portanto, um osso duro de roer, restando voltar-se para a África, mesmo porque o sul da Ásia já estava desiludido e dividido.
Em um primeiro momento, todos juntos! O inimigo era comum, e havia que ser batido, e em determinado período as forças se equivaliam dentro da FRENTE DE LIBERTAÇÃO. Depois, o grupo de ideólogos com assessoria soviética e dos satélites, começou a demonstrar habilidade de impor conceitos entre os demais, e foi ganhando terreno interno no propósito de dominação da Frente.
E ISSO SE DAVA NÃO APENAS NO PLANO MILITAR COMO AINDA NO PLANO ORGANIZACIONAL.
Assim, as tendências marxistas já se projetavam em opção para um futuro próximo, e apareciam abertamente, já se planejavndo a implantação do sistema comunista ainda antes da conquista da independência. Daí, as tais CONVOCAÇÕES de estudantes cursando no exterior, para a formação de quadros capazes de gerir o sistema.
Claro está que aqueles essencialmente PATRIOTAS NACIONALISTAS e aqueles IDEALAISTAS LIBERTÁRIOS, imbuidos do espírito de fazer, de criar UMA PÁTRIA LIVRE, não viam sentido em sair de um sistema de opressão (colonialismo) para outro ainda pior (comunismo), quando em qualquer dois casos o povo continuaria oprimido e sem a liberdade e igualdade que sonhavam.
Como os IDEÓLOGOS MARXISTAS já dominavam a maioria interna da FRENTE, não restava outra atitude senão o ABANDONO DA CAUSA, que aqui alguns interpretam a seu modo como DESERÇÃO.
Então fica colocada a questão na forma como os muitos que ABANDONARAM A LUTA o fizeram para não submeterem-se ao regime comuno-marxista-leninista, tão opressor, assassino, perseguidor e supressor das liberdades tão procuradas como um IDEAL!
E OS COMUNO-MARXISTAS DE ENTÃO, JÁ À ÉPOCA E AINDA AGORA NO PODER, OS ROTULARAM DE TRAIDORES E DESERTORES! E assim é como querem que a História os registre!
VENCEDOR DITANDO A HISTÓPRIA !

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licos ivar said in reply to Simango...
....Tenho fé no povo Moçambicano....Em parte o colonialismo portugues tem culpa,porque se me recordo bem em 1975 havia poucos estudantes universitarios moçambicanos....e depois a Graça Machel como Ministro de Educaçao so fez "porcarias"...Em termos economicos, a redistribuiçao da riqueza está injusta:
-Ha uma minoria que é super rica....Uns dirao que é preciso ter calma e paciencia...mas já passaram mais de 35 anos e este "gap" entre os que têm e os que nao têm vai se alargando cada vez mais...O governo deve decentralizar o poder...tudo nao deve sair de Maputo...o País é vasto!
...Recordo-me,que no Liceu Pero de Anaia (na Beira) eramos poucos negros como estudantes....Enfim,tudo leva tempo,mas ha necessidade de uma classe politica competente...Claro,tambem é de notar que durante a guerra civil os dois movimentos armados destruiram imensamente as infra-estruturas economicas tais como as pontes,linhas de caminhos de ferro etc etc...para nao falar de crimes humanos que cometeram...sim,vai levar tempo:
Com uma nova geraçao,com uma nova mentalidade Moçambique encontrará o caminho justo...ESta actual pobreza, é consequencia do colonialismo portugues,do comunismo da Frelimo....Vai levar tempo! Contudo,se a Frelimo nao tivesse nacionalizado tudo e "todos",hoje Moçambique seria um País rico
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Simango said in reply to António Bilal...
As entrevistas não foram referidas pelo amigo Licos Ivar, mas sim pelo "inconformado" e amigo Bilal. Como me referi, segui com muita attenção o caso, mais ainda pela simpatia que a família Dlhakama (Samuel) me inspirava.
Sobre a pobreza dos países africanos, Licos tem razão na constatação do facto. Mas já não tem em relação às razões que aponta para essa pobreza. Os roubos dos dirigentes nunca foram a causa da pobreza de nenhum país. Se esse fosse o caso, a Itália e os Estados Unidos seriam dos países mais pobres do mundo. Nestes dois países a corrupção das elites dirigentes foi sempre uma constante. Mas isso não impediu que crescessem economicamente e se desenvolvessem.
Certamente que o amigo Licos Ivar tem testemunhado o crescimento económico dos países africanos nos últimos anos. Creio que concorda que esse crescimento há-de, a prazo, se reflectir na vida dos moçambicanos. Será possível construir melhores escolas, melhores laboratórios, melhores estradas, melhores vias férreas. A construção destas infra-estruturas há-de ser a via de redistribuir a riqueza gerada por esse crescimento (e não, como muitos julgam, a distribuição de cheques ou cash pelo governo por todos os moçambicanos). Assim, Mais emprego surgirá, e os moçambicanos melhorarão o seu consumo, as suas habitações, o seu lazer.
Agora, amigo Licos, que conjuntura estará, em sua opinião, a propiciar este virtiginoso crescimento económico? Essa conjuntura esteve presente nos últimos 50 anos das nossas independências? Acha mesmo que nós somos pobres por termos sido até aqui negros ladrões?
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licos ivar said in reply to Simango...
Sou um ser huamano,como tal tenho meus pontos fracos,mas procuro nao ofender e nao perder respeito a ninguem-Se, lhe ofendi,minhas desculpas.Somos todos moçambicanos,todos adoramos Moçambique mas doi imenso,fere o coraçao quando nas televisoes internacionais narram da pobreza,da prostituçao,da corrupaçao....que existem em Moçambique.Um País vasto e rico de recursos porque e como chegámos a este estado??!! Como??....Ninguem é culpado??....Quem governou este País durante 36 anos nao tem culpa?!!Nao tem??...Nao se trata só de individuos mal orientados ou mal intencionados....é o sistema que está errado...Um sistema tipico africano,nepotista....maus ambiciosos.Tudo para eles e nada para a populaçao.Algo está completamente errado!...Por favor veja como os nossos dirigentes vivem, veja que tipo de comida têm,veja que tipo de casa têm.........e compare as cabanas dos bairros da populaçao:O povo sobrevive,nao vive caro senhor.Moralmente e politicamente é vergonhoso!
-Está justo, após 36 anos no governo??!!!!
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Simango said in reply to licos ivar...
Caro amigo Icos Ivar, só para constar, recorda-se de ter visto um insulto meu? Eu posso não concordar com algumas coisas que diz, mas insultos jamais! Se tiver reparado, eu até aceito discutir com gente mal educada, conquanto no meio dos insultos tragam algumas ideias válidas. Quando eu ignoro alguém é porque no seu comentário só vi mácriação. Portanto, amigo Licos, pode me interpelar sempre, nem seja para me contradizer.
Vi as entrevistas a que se refere. Mas o meu "Amor" pela Senhora Dlhakama mais velha vai muito para além dessa simples entrevista. Nasceu de uma relação que estabeleci com ela, na qual aprendi bastante sobre a nossa luta de libertação. Essa Senhora, já falecida, tinha uma análise muito lúcida das contradições que surgiram no processo de luta, algumas das quais vinham de muito antes de 1968/1969. Que saudades dessa grande heroina da nossa luta de libertação.
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Matolinha said in reply to licos ivar...
Que a razão lhe continue a dar força.
Gostei do que li. Senhor Licos Ivar.
Há verdades que magoam mais que balas.
Matolinha.
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António Bilal said in reply to Simango...
O "inconformismo" de Francisca Dhlakama (filha) terá a ver com as declarações por ela prestadas ao Savana, em que acusava o ex-chefe do Departamento de Segurança da Frelimo, Cor. Sérgio Vieira, de molestar o pai, Samuel Dhlakama, depois da independência, por alegadamente estar envolvido no assassinato de Eduardo Mondlane?
Se a memória não me falha, nessa entrevista Francisca Dhlakama mencionou ainda o facto de Samora ter aconselhado Cândido Mondlane a não se casar com Francisca Dhlakama devido ao alegado envolvimento do futuro sogro na morte do primeiro presidente da Frelimo.
Quer a mãe (esposa de Samuel Dhlakama), quer a filha negaram enfaticamente a alegação durante a entrevista.
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licos ivar said in reply to Simango...
..........Sim,o sr.Dr.Moises nao é unica autoridade sobre o instituto Moçambicano,mas caro sr.Simango nao acha que seria tambem melhor ouvir o que sr.Dr.Moises diz??!!!....Nao se esqueça de que o caro Dr.Moises foi aluno desse tal famoso Instituto...O sr.foi tambem aluno desse Instituto???!!....E se, alguns desertaram é porque tinham medo de serem fuzilados....Recorde-se que houve tanta luta interna dentro da Frelimo....Nao generalizemos os factos....Cada desertor teve suas razoes...e cada desertor era,é e será sempre moçambicano.Posso dizer uma coisa?
-Uma independencia que nao traz com ela um melhoramento de condiçoes sociais tais com a saude,educaçao ...transforma-se uma simples utopia futil....Este é um fenomeno de todos os paises negros africanos....algo está a "falhar"....Por favor,por favor nao me insulte.Recorde-se que a Africa Negra continua a ser o continente mais pobre do Mundo...Acho que é justo??!!!.....E os lideres sao mais ricos do que os lideres europeus.Acha que é justo??!!!!Algo está errado.Aceite os factos caro senhor.Repito:
-Nao me insulte por favor!
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Simango said...
Esse senhor Francisco não é a única autoridade sobre o Instituto Moçambicano. Suponhamos que o sr Francisco não conhece a senhora Francisca Dlhakama, filha dos nacionalistas Francisca e Samuel Dlhakama, isso seria motivo para dizer que esta combatente não existiu?
A entrevistada, apesar do nariz torcido do sr unBhalane, foi daquelas combatentes que não desertou. Foi até ao fim na luta de libertação nacional, tendo contribuído para o derrube do odioso sistema colonial. De referir que Francisca Dlhakama é uma combatente sempre inconformada, sendo que esse incorfomismo continuou a manifestar-se no Moçambique independente. É um inconformismo que levou a que, em muitos casos, ela fosse incompreendida. Ela pertence a uma destacada família do Buzi sendo que eu tive a felicidade de privar com a sua mãe, também de nome Francisca, uma das mais dignas e altaneiras senhoras que tive a honra de conhecer. Faleceu há uns dois anos.
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umBhalane said...
Mais uma cassete pirata, policopiada até à exaustão.
E como cansa...
A LUTA É CONTÍNUA
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marvin said...
Há também um testemunha ocular. será que o Dr. Francisco conhece esta Senhora? ela fala do Instituto Moçambicano!!!
Marvin

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