quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Tenho pena dos homens armados da Renamo


Num outro desenvolvimento, Raimundo Diomba defendeu que os partidos também “precisam” de saber fazer política de forma pacífica, sem que os seus discursos atentem contra a tranquilidade que actualmente reina entre as famílias moçambicanas. É que, segundo o chefe do Executivo de Gaza, “não se explica” que algum partido político tenha, desde 1992 até ao momento, homens armados nas matas, “privados do convívio social e familiar”.
“DM”— Senhor governador, quantos exércitos existem em Moçambique?
RD — Um só Exército. Não deve haver um partido que tenha homens armados quando decidimos, nos acordos de Roma, que devemos ter um único Exército que defenda a todos nós. É urgente que esses partidos deponham as armas, entregando-as às autoridades competentes e assim permitir que todos os homens, incluindo aqueles que até hoje vivem escondidos nas matas, a mando dos seus chefes, participem na produção, em prol do desenvolvimento do país.
Todos os homens precisam da melhoria da sua condição material, social e cultural, o que significa que nunca devemos reter uma parte da nossa comunidade nas matas, à espera do que não queremos que aconteça, a guerra. Os homens armados da Renamo são uma violação clara das regras de convivência entre as comunidades. E são uma violação dos direitos humanos. Eles são uma ameaça à paz, partindo do princípio de que todo aquele que possui uma faca, catana, entre outros objectos contundentes, é capaz de tudo. Para este cidadão munido de arma, a possibilidade de usar aquele instrumento bélico para fins criminais é maior e, a acontecer, estará a criar insegurança e intranquilidade na sociedade. Não se pode gritar paz com a arma nas mãos, impossível.
Na minha opinião, os homens armados da Renamo são como filhotes de uma ave, lá no ninho, que dependem e esperam ser alimentados pela mãe, quando em 1992 ficou acordado que deviam voar, constituir as suas próprias famílias. Todos quanto abandonaram a vida selvagem, naquele ano, e constituíram famílias, já têm, pelo menos, filhos de 19 anos, mas para os homens de Marínguè, estes continuam privados de tudo o que possa os deixar realizados.
O mais grave é que nenhum dirigente da Renamo vive no mato. Todos se encontram acomodados em melhores palácios, inclusive têm a oportunidade de escolher a cidade onde querem ir viver. Comem e bebem do que querem, e andam de 4x4. São, na minha opinião, alguns dos benefícios que os homens armados da Renamo continuam a perder, e a idade não lhes perdoa.
“DM” — A paz deve ser acarinhada por todos nós, ou não é verdade?
RD — Deve ser cuidada e regada, alimentada e vestida por todos, renovada em todos os momentos e em todos os lugares. Deve ser como um bebé que cresce nas mãos dos seus pais. Deve ser como uma criança amada por todos, para que cresça saudável e, proximamente, traga frutos e alegria que a sociedade espera. É por isso que insistimos: a nossa paz deve crescer, e para crescer depende do contributo de todo o cidadão.
“DM” — Recentemente, acompanhamos pronunciamentos proferidos pelo líder da Renamo e seus discípulos sobre manifestações à escala nacional. Na opinião do senhor governador, até que ponto isto atenta contra a paz em Moçambique?
RD — Bom, primeiro, é preciso entender e ter na consciência que quem assim se expressa e procede, não está em paz consigo mesmo. Carece de auto-reconciliação. Qualquer pronunciamento deste género é um atentado à estabilidade social e política do país. Com este tipo de pronunciamentos corremos o risco de afugentar milhares de investimentos que estão sendo instalados no país. A acontecer, alguns concidadãos continuarão na condição de mendigos, porque aquele que devia apoiar na produção não vai ter espaço para o fazer.
“DM”— Senhor governador, a necessidade de uma distribuição equitativa da riqueza, sobretudo a que diz respeito aos recursos naturais, tem vindo a dominar os debates públicos. Tem algum comentário a propósito?
RD — Na minha opinião, não há razão de alarme porque toda a riqueza é em benefício da sociedade moçambicana. Aliás, a riqueza que hoje temos estado a descobrir já havia desde muitos séculos. O colono português, inclusive os ingleses através das companhias que tinham em Moçambique, passaram por aqui e não viram, mas os moçambicanos, graças ao ambiente de paz que reina desde 4 de Outubro de 1992, estão a ver e a explorar. Entretanto, a sua exploração deve merecer todo o cuidado para que não seja motivo de conflito entre nós. Onde há comida, todos metem a mão. Mas onde há trabalho, há quem espere só pelos resultados.
Outra questão que merece realce é que na exploração dessas riquezas deve prevalecer o factor unidade nacional, ou seja, nenhum cidadão nascido em Pemba deve ser vedado de trabalhar nas minas de carvão de Tete, alegadamente por ser natural de Cabo Delgado, pois ninguém é ladrão, e ninguém é dono, tudo é para o benefício dos moçambicanos, e para que se sintam todos donos da riqueza, precisam de se formar para melhor dominarem as técnicas de trabalho.

1 comentário:

Anónimo disse...

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