terça-feira, 23 de outubro de 2012

SOBRE A ENTREVISTA DO MANO EGÍDIO VAZ

 

by Americo Matavele on Wednesday, 8 February 2012 at 10:41 ·


“A constituição de um paradigma instaura a comunidade dos sábios, e não de génios isolados, e define não só o meio de solucionar os problemas como também os problemas que convém resolver.” Thomas Kunh

Lembro-me que o entrevistado lançou um tema sobre esta diferença entre a Frente e o Partido, no seu post do dia 24 de Janeiro, onde houve um acérrimo e cerrado debate. Aqui no Facebook, na página do jornal Canal de Moçambique, onde se tirou a capa, eu disse que não existe nada de polémico na entrevista do Egídio; pelo contrário, o que li no jornal impresso, é mais uma opinião de mais um historiador moçambicano, e o próprio Egídio veio concordar comigo.
Só que, vejo que há muitos que usam esta entrevista para sararem feridas da sua auto flagelação, e deslumbram pela primeira vez uma verdade irrefutável. O que é a Verdade? Pergunta tabu esta. Para mim a verdade é a reunião de factos, sua interligação e transformação até se encaixar no estado do espírito de quem lê, escuta ou pensa. A verdade é condicionada pelo estado do espírito do receptor. O Egídio fez uma boa reunião de factos, pistas, provas que desaguaram nesta entrevista.

Não nego o ponto de vista egidiano, mas discordo sinceramente com ela, pois notei uma voluntariedade determinista de olhar os factos. Vamos por fases:
  1. 1. O CENTRO DO DEBATE É A DIFERENÇA ENTRE A FRELIMO E O PARTIDO FRELIMO.
A diferença que o Egídio encontrou, parte do pressuposto que leva em conta os significados de Frente e de Partido. Destes significados, o historiador extraí os pontos de divergência, e estas é que são o núcleo que veio cimentar a certeza de que a FRELIMO não pode ser a Frelimo, e consequentemente da negação da velhice da Frelimo como Partido.
  1. 2. A LÓGICA DA DIFERENÇA
Não entendo a lógica dessa ruptura que o Egídio apregoa, já que não estou a apanhar a teleleogia usada para esgrimir essa diferença. Pois assim aceite a diferença, teremos a FRELIMO morta em 1977 aos 15 anos, os seus feitos selados e embalsamados para a posterioridade; e daí ressurgia a Frelimo, qual Fénix, das cinzas da FRELIMO, e esta começa a gatinhar até fazer 10 anos em 1986. Os actores transitam da FRELIMO e vão para a Frelimo. Bem, o que não soa nesta situação é o facto de a linha temporal e ideológica continuar, os actores continuarem, e a História também estar seguindo no tempo. Digo isto porque todo o acto histórico e jurídico parte da vontade dos indivíduos. E essa vontade não é tomada em conta pelo mano Egídio na sua grande entrevista. A vontade é exactamente e deliberadamente pisada .
  1. 3. O USO DO DETERMINISMO
Acho que, o que o mano Egídio usou na sua entrevista, é o determinismo situacional, que se arrasta para uma interpretação também determinista. Usa também a teoria de ruptura. Assim nega-se a vontade dos indivíduos que os impele a fazer os factos (por exemplo a vontade de TRANSFORMAR uma Frente em Partido), e determina-se que a FRENTE morre automaticamente com o surgimento do Partido. Acho que os actores que fundaram a FRENTE e que fundaram o Partido (graças a Alah, ainda são vivos), poderiam nos elucidar melhor a sua VONTADE ao fazer a TRANSFORMAÇÃO em 1977, e não sairmos aos quatro ventos e gritarmos nossas verdades, ofuscando a vontade dos actores, jurídica e historicamente. O determinismo é estático e não aceita a transformação, o que em si é um erro crasso de metodologia, pois cheio de subjectivismo e deslumbramento.

  1. 4. REFUTAÇÃO DA TEORIA DE PARADIGMA
Sem querer, o mano Egídio refuta totalmente a teoria kunhiana (Thomas Kunh). Segundo esta teoria, numa determinada época do desenvolvimento, as investigações científicas são orientadas e estruturadas por um paradigma, isto é, por uma visão do mundo (Weltanschaung), que, sendo geral, inclui não só a teoria científica dominante como também princípios filosóficos, uma determinada concepção metodológica, leis e procedimentos técnicos padronizados para resolver problemas.

Isto é, cada tempo exige certo tipo de intervenção de acordo com os seus problemas, e é daí que desenha-se certo tipo de soluções (que viram Paradigma), para estes problemas, até entrarem em desuso, ou virarem normais e de normal convivência (estilo míni-saia e calções para as mulheres). Quando aparecem novos problemas, estes claramente exigem uma forma de encará-los, e as soluções passadas não seriam mais úteis, nascendo assim um novo paradigma de resolução de problemas.

É exactamente isso que o mano Egídio não está a querer ver. Para ele não existe transformação, mas somente a ruptura. Eu não concordo com ele. A FRELIMO já não tinha necessidade de continuar, pois os problemas que queria resolver já estavam resolvidos! Daí que ela TRANSFORMOU-SE em Frelimo, para enfrentar problemas novos! Não houve nenhuma ruptura, estagnação, mas sim houve transformação, e esta não é estática. Só falta dizer-me que o Maxaquene, teve um tempo de ruptura, e não se pode contar o tempo em que chamava-se Sporting Clube de Lourenço Marques, para a comemoração dos seus 100 anos em 2020! Yeah, porque teve estes nomes todos: 1920–1976: Sporting Clube de Lourenço Marques; 1976–1978: Sporting Clube de Maputo; 1978 até hoje: Clube de Desportos Maxaquene. E ainda tentou ser Asas de Moçambique, só que levava tchaia que nunca acabava, até com Metal Box, que decidiu voltar a ser Maxaquene. Tsc...

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  • Apóstolo da Desgraça Heheheheheheheheheheh... Volto jah, para ler e fazer o devido metabolismo disto tudo.See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Bia nota caro amigo. ESSE é o debate que se espera. Irei ponto a ponto tentar explicitar o que entendo por partido e frente, apesar de saber que o ilustre entende muito bem os conceito. Em todo caso, Amílcar Cabral já durante a luta pela libertação da Guiné dizia e com razão que o PAIGC foi o único movimento de libertação que nascera como partido político. Food for though.See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Movimento de expressão de língua portuguesa , entenda-se See Translation

  • Amosse Macamo Americo Matavele....e esta Egidio Guilherme Vaz Raposo? estou a espera das suas respostas ponto a ponto. aqui as coisas prometem.See Translation

  • Abdul Karim 'e Verdade Amosse Macamo, prometem mesmo....hehehehSee Translation

  • Juvenal Guambe Ilustre Americo Matavele, aceitas que eu compartilhe o teu artigo, para ilucidar aos leigos como eh que as pessoas podem deturpar factos a busca de visibilidade?See Translation

  • Americo Matavele É uma ideia minha, e ela não encerra toda a verdade. Isto é "food for though", como bem o disse o mano Egidio Guilherme Vaz Raposo. Aqui é só debate para a construção da verdade. Podes compartilhar, meu.See Translation

  • Juvenal Guambe Segundo a lógica Egidiana, Mocambique tem menos de 30 anos, porque nos anos 90 passou de Republica Popular de Mocambique para Republica de Mocambique. Os bairros Kanfumo ou Kamaxaquene são recem-construídos porque antes chamavam-se DU1 ou DU2. Eh o tipo de historiador que temos, no lugar de reconstruir reinventam factos.See Translation

  • Abdul Karim Bem, eu queria propor um consenso, embora nao seja um Historiador e ainda esteja muito longe de sequer ser capaz de discutir a Historia de Mocambique, tentando aprender, e entao: porque nao defenimos duma vez se 'e "tranformacao" ou rotura ? se 'e transformacao entao tranforma-se para um partido Marxista Leninista que nao aceitou diversidade de pensamento e "tranformou" outros Libertadores em "reacionarios" ? ou houve rotura e arancou-se pra uma Nova Etapa da Historia da Frelimo ou FRELIMO ? 'e necessario percebermos que a Historia da Frelimo ou FRELIMO 'e parte integrante e inevitavel da Historia de Mocambique, no entanto me parece que a Historia de Mocambique nao 'e so Frelimo e FRELIMO, ou estarei a ver mal as coisas ?See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Abdul Karimo, na verdade seria mais simples se o Partido apresentasse ao povo moçambicano o cheque que precisa para que lhe seja pago, já que foi o Partido Frelimo que nos libertou.See Translation

  • Abdul Karim hehehehe, e assim estavamos todos Bem com divida saldada...heheheheSee Translation

  • Amosse Macamo Abdul Karim, o que te pareceu a UNITA renovada? e as subdivisoes na ZANU?

  • Isalcio Ivan Mahanjane No meio de tantas incertezas a única certeza que tenho é que o tempo falará melhor do que qualquer do mortais, ainda que por via de um mortal, raríssimo, por isso tudo que ecoa, ainda que em sinfonia, não deixa de ser barulho.See Translation

  • Isalcio Ivan Mahanjane Lazaro Mauricio Bamo diz um certo interveniente em meu perfil que tudo isto é culpa tua, será? hehehSee Translation

  • Abdul Karim Amosse Macamo, francamente, eu nao entendo política, eu estava fazer o meu trabalho de Branding, e de repente vi-me envolvido em situações que criaram-me grandes problemas mentais, tanto que em conflito comigo e com a sociedade que me rodeava na altura, entrei pra estudar Sociologia e la vi alguma "incompatibilidade', fiz 4 anos na sociologia e derivado do meu trabalho também ( Marca - Causa Moçambicana ) começo agora a estudar Historia Moçambicana, pelo que política nao tenho conhecimento Mano, estive muito longe da componente Histórica, Da Toda a Política Africana e Moçambicana, Nem sei porque UNITA, ZANU, ANC ou outras foram criadas, e ando aqui a tentar aprender isso, porque em determinadas fazes da minha vida, entrei em colisão comigo mesmo e acabei tendo opções ou atitudes favoráveis a outras formas de pensar político partidárias, que nem imaginava que me trariam tantos "dissabores" e tantos problemas, e hoje a busca de soluções dos Meus Problemas vagueio pelo mundo da Sociologia e Historia para aprender, e assim por a minha vida (individual) nos carretes... sorry Mano, mas a minha ignorância na questão que colocas 'e enorme, nao sei mesmo como te responder. se poderem-me ajudar a compreender, fico Grato. acho que Vocês ja viram que eu estou estudar na Net convosco, porque nao tenho outra forma de o fazer.See Translation

  • Apóstolo da Desgraça VOLTEI.

    Americo Matavele,

    1. Qual eh a pertinencia dessa citacao do Kunh, segundo a qual “a constituição de um paradigma instaura a comunidade dos sábios, e não de génios isolados, e define não só o meio de solucionar os problemas como também os problemas que convém resolver”? O que queres contextualmente dizer com ela, em funcao do pensamento Egidiano sobre a FRELIMO e a Frelimo?

    2. Sobre o teu conceito de verdade, eu acho que ha muita manga para pano ai... Existem verdades universais, colectivas (ou, no melhor dos casos, consensuais ou de consentimento geral). Verdade nao eh (nem pode ser) apenas uma ”reunião de factos, sua interligação e transformação até se encaixar no estado do espírito de quem lê, escuta ou pensa”... Assumir isso eh muito perigoso, dada a forte conotacao subjectiva! Tal assumpcao eh carregada do mesmo simbolismo quando transladada para pensamentos de grupo, de clube ou de contentores amarelos... O teu conceito de verdade eh ”geograficamente” isolado, personalizado demais para ser ”do mundo”. Por conseguinte, eh extremamente pernicioso.

    3. No teu ponto sobre a logica da diferenca, dizes que a par do tempo, dos actores e da propria historia continuar, a linha ideologica da FRELIMO que se pretende Frelimo continuou... Mentira. A FRELIMO (a revolucionaria) morreu ideologicamente em 1977, mano. A Frelimo (a marxista-leninista) nasceu em 1977. Isto eh claro como a luz no fundo de qualquer tunel, hehehehehheheheheheheh...

    4. O argumento segundo o qual ”os actores que fundaram a FRENTE e que fundaram o Partido (graças a Alah, ainda são vivos), poderiam nos elucidar melhor a sua VONTADE ao fazer a TRANSFORMAÇÃO em 1977, e não sairmos aos quatro ventos e gritarmos nossas verdades, ofuscando a vontade dos actores, jurídica e historicamente” faz-me lembrar os barbaros que gumularam o Imperio Romano do Ocidente! Nem todos os que fundaram a FRENTE e que foram determinantes para o seu triunfo estao vivos (malta Eduardo Mondlane, Urias Simango et al). Alias, alguns foram ateh ABATIDOS para que o Marxismo-Leninismo vingasse... E confiar o testemunho da transformacao da revolucao para a OPRESSAO apenas ah ala vencedora eh uma heresia de derreter diamantes!

    5. Qual eh o problema de, a teu ver, o Egidio refutar a teoria Kunhiana? Ele eh incriticavel? Infalivel? O seu pensamento paradigmatico eh um dogma?
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  • Matias De Jesus Júnior Bem. Eu tenho duas questõe: Como fazer um silogismo (Equipa de Futebol com objecto bem definido e um Movimento que depois mudou de objecto).See Translation

  • Matias De Jesus Júnior Outra questão é: a história não oficial mas oartilhada por muito historiadores credíveis diz que houve perseguições e até assassinatos dos que não subscreveram a orientação marxista lininista. Numa situação de eliminação do homem pelo homem, como não falar de ruptura?See Translation

  • Americo Matavele 1. A citação que fiz é mera comparação entre o contexto egidiano e o conceito de paradigma. Vejo paradigma como um conjunto de ideias que reinam num determinado tempo ou época. E por outro lado, esse paradigma vem para resolver certos problemas pontuais e temporalmente identificados. Na entrevista egidiana a Frelimo aparece como o paradigma, e os problemas a resolver é o contexto sócio-político no mundo. E sobressai também que a decisão de TRANSFORMAÇÃO não foi algo isolado, mas um acto soberano saído da comunhão de VONTADES de várias que aceitaram que a transformação era necessária.

    2. O conceito de verdade que pus ali é totalmente subjectivo sim, e é totalmente egoísta. Enquadrei-a de propósito para sustentar a minha tese, como o Egidio o fez para sutentar a sua.

    3. Essa constatação é muito subjectiva como o meu ponto acima. Para sairmos disso precisamos de ajuda dos actores que estiveream no Clube Militar em 1977. Para mim a Frelimo é a mesma, e acho que a lógica da verdade comungada neste Partido está do meu lado, já que a tónica é de que Frelimo tem 50 anos. E nesse prisma que fiz esta nota.

    4. Claro, falhei aí. Devia ter dito que ALGUNS dos actores ainda estão vivos. O resto continua como está. E acho que nós temos a eles como fontes primárias, já que participaram na fundação da Frel. Quer queiramos, quer não.

    5. Edgar, não é irrefutável, não é incriticável. Mas se veres bem, nesta usei a teoria da continuidade, e esta teoria refuta a teoria do Paradigma. A teoria kunhiana é um mero exemplo ao qual recorri para suportar a continuidade.

    Matias de Jesus, o soligismo que fiz, foi com base na capacidade que uma entidade tem de autotransformar-se sem esquecer a sua história.
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  • Lazaro Mauricio Bamo Dediquei-me a leitura da entrevista de uma das pessoas que mais admiro e me inspira na camada jovem deste país, meu amigo Egidio Guilherme Vaz Raposo. Achei interessante ver a materializacão do relativismo que sempre marcou a verdade em historia. Porém existem aqui acusacões graves ao meu ver sobre os obstaculos que Egidio chama para o debate. Nao podemos correr o risco de debater apenas o lado tecnico da historia e negligenciar os conteúdos concretos. Egidio recorda aos jornalistas ao longo da entrevista que o que ele diz esta escrito e disponivel para quem quiser ler. A pergunta é que é que escreveu e porque disponibilizou se esta mesma pessoa é acusada de acambarcar a historia? É importante lembrar que não houve abolicao da FRELIMO mas sim a transformacao em 1977 como aconteceu na região no continente e no mundo. A visão do Egidio peca por singir-se apenas as possiveis manipulacoes (é legitimo pensar assim) mas não fazem uma análise tendo em conta a conjuntura politica daquele tempo. Devemos reescrever a história mas é preciso olhar para o passado, relacionar com o presente e com o futuro e parece que o debate se prende ao passado somente e quer retomar esse passado. É pertinente discutir a nossa história mas sem sem nenhum aproveitamento politico. Uma curiosidade: Que pretende dizer meu amigo com a expressao: a Biologia vai se encarregar de tomar conta do homem? Devia haver uma abordagem humana e ética dos assuntos. Americo Matavele me tirou as palavras

  • Abdul Karim Americo Matavele, se vontades varias aceitaram a transformacao, entao houve ou nao tambem vontades varias que nao aceitaram a transformacao ? e acomponente de perseguissoes e assassinatos, como se refere o Matias De Jesus Júnior, citando outros Historiadores, houve-os ou nao ? nao esquecer a Historia 'e negar ou aceitar factos ? essas questoes que coloco parecem me o grandeobstaculo da Historia de Mocambique, ou nao ?See Translation

  • Americo Matavele Mister Treinador Coach Chefe Abdul Karim, não vou entrar por aí, pois acho que esse é outro debate, e precisaria que alguém o trouxesse com suficiente defesa para poder se debater. Aqui o assunto é ruptura vs transformação. Ntsé! Eh eh eh eh eh eh...See Translation

  • Abdul Karim OK... eu vou aprendendo calado, entao.heheheheSee Translation

  • Matias De Jesus Júnior Mantenho as minhas duas questões! ou seja silogismos em objectos diferentes e a "transformação radical com base na eliminação" !See Translation

  • Americo Matavele Não se cale, não. Avante, Abdul Karim. Matias De Jesus Júnior, hahahahahahahaha..." Transformação radical com base na eliminação" ! Hahahahahaha... Ao menos começas a ver que tratou-se de transformação.See Translation

  • Abdul Karim OK... entao continuemos, quando tiver mais duvidas, vou as por na mesa. heheheheSee Translation

  • Amilcar Sueia interessante, entretanto não posso esgrimir qualquer argumento, pois não li a entrevista do Egidio... de modo a poder comentar com propriedade a tua nota caro Americo MataveleSee Translation

  • Mablinga Shikhani Meu caro Juvenal Guambe sugiro que retire a expressão "Eh o tipo de historiador que temos, no lugar de reconstruir reinventam factos" pela simples razão que enferma da redundância e atinge, naturalmente outros historiadores que têm, obviamente, uma perspectiva diferente da do Egidio Guilherme Vaz Raposo. Concordo consigo e já o referi no post "Inicio hoje uma reflexão..." do referido mano, que a questão é simplesmente aritmética: e apresentei os exemplos similares aos seus do início das coisas e a consideração dos processos e fases pelas quais as coisas passam/atravessam. A questão é que o Egidio Guilherme Afonso Mussane prefere, insisto: prefere, iniciar a sua análise a partir de 1977 deixemô-lo, tem os seus motivos e procuará defênde-los tenazmente. Está provado que nada o demoverá disso. Ao inistirmos neste debate corre-se o risco de dar importância à perspectiva dele, que considero ser apenas um caso aritmético.See Translation

  • Matias De Jesus Júnior Eh eh eh eh eh eh. Meus caros estamos a entrar num forum linguístico. O que é transformação o que é ruptura!?See Translation

  • Abdul Karim Matias De Jesus Júnior, concordo contigo, mas acho que independentemente de usarmos os termos transformacao ou roptura, a penumbra na Historia continua, pra mim o problema nem se passa pelo termo, mas a insercao de um dos termos ( por consenso) e o assumir dos factos que ja nem sei se aconteceram ou nao, e assim sendo acredito que a Historia de Mocambique perde consideravelmente credibilidade e como tal, quase que nao sabemos a Historia que temos.See Translation

  • Amosse Macamo Quando alguns membros da UNITA já não se identificavam com a linha da UNITA criada em 1966 e interpretando os sinais do momento criaram a UNITA Renovada que defendia o abandon da luta armada, privilegiando a luta politica. Podiam ter criado outra UNITA mas cedo perceberam que não podiam divorciar-se da história que eles mesmos criaram, daí que voltaram mais tarde a juntarem-se e tornando-se uma única UNITA. Os que não concordavam com a ideologia politica da FRELIMO, tiveram a oportunidade de se demarcarem como fizeram os dissidentes da UNITA, criando uma FRELIMO renovada(ou seja lá que nome haviam de lhe por), sendo que não criando conformaram-se com o status que esta apresentava. Ora os que criaram PCN`s recomecaram de zero, esses sim é que romperam(e veja que não questiono a sua participação como pessoas, mas como organização ou frente). O PCN já não pode capitalizar a antiguidade da FRELIMO por razões óbvias: nasceu como um ente diverso do conhecido e legitimado. A UNITA renovada em termos de antiguidade e percurso histórico conservava o mesmo que a UNITA. Questões estratégicas e que fazem toda a diferença. (continua)
    Quando o Vaz coloca a questão do cheque, fica claro que o seu problema é com a FRELIMO (pelo facto desta ter herdado a FRENTE e não o9 convidar) porque se o tivessem convidado teria simpatias e logo vedado a vista para olhar pelo que lhe irrita. Mas não podemos analisar a FRELIMO em função das nossas emoções e nem negar o obvio porque não gostamos de algumas figuras, devemos sim olhar para os factos e friamente.
    O silencio e o facto de todos terem assumido o projecto de continuidade do partido sem reivindicarem a FRENTE legitimou a FRELIMO e o facto de ter surgido por exemplo a PCN e não uma FRELIMO dois, significa a renúncia historica do passado facto que a FRELIMO não prescindiu nem o estratega Eugénio Manuvaloka prescindiu ao criar a UNITA renovada.
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  • Chazia Chassafari Talvés para além de ser um debate histórico, sou de opinião que se pudesse pedir uma opinião de um JURISTA para analisar em termos jurídicos (a personalidade jurídica) como defende Egidio Guilherme Vaz Raposo a existência da FRELIMO e do partido Frelimo, se as duas pessoas são mesma realidade ou realidades distintas.See Translation

  • Matias De Jesus Júnior Amosse Macamo não tiveram oportunidade de discordar. Foram mortos. A não ser que lhes foi dada a oportunidade de morrerSee Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Rafael, o meu argumento não é meramente aritmetico. É muito mais profundo que isso. As pessoas estão habituadas a detuprar qualquer que seja a coisa em benefício de ganhos políticos. Eu não estou ao serviço de nenhum partido, pelo menos neste caso. E mais, acho de muito mau gosto que todo o discurso se centre em argumentos falaciosos quanto sofistas. Esquecem que ao longo da vossa contrargumentacao acabam deixando rastos de uma incompetência científica gritante. Um primeiro passo indispensável ao aprendiz de qualquer ramo do saber é munir-se do método, dominar conceitos e saber articula-los. Aqui não vejo nem um princípio. Reconheço que todos sejamos intelectuais mas no mínimo acreditem que há quem vive do conhecimento científico, das pesquisas e da leitura relevante. Quem não domina o método e os conceitos científicos não é digno de entrar no debate. Pelo menos esse. Quem não saber interpretar evidências cientificamente relevantes é um político pois esse apenas se interessa pelo fim. Nós académicos prezamos mais o método e a verdade. E competência.See Translation

  • Celina Henriques Ola a todos.... continuando com algumas perguntas: Sera que a roptura significa necessariamente transformacao? E a transformacao significa necessariamente mudanca de objecto? Se estamos a falar de construtivismo, paradigmas e filosofias, entao a Zona de Desenvolvimento Proximal entre o que o Egidio diz e a Nota do Americo Matavel, esta correctamente definida... Mas eh verdade que ao ler a Entrevista, surgem algumas perguntas.... Americo Matavele parabens pelas questoes levantadas e observadas aqui ao longo do seu escrito...See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Nunca ninguém trouxe-me o discurso de Samora do dia 3 de Fevereiro de 77 e do dia 7 de Fevereiro do mesmo ano. Nunca ninguém comentou das comemorações anuais do Partido Frelimo que eram feitas anualmente até bem pouco tempo. E isso tudo é oficial.See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Hoje já nem querem reparar nos demais boletins da república publicados anualmente em comemoração da criação do Partido Frelimo. Se o debate se centrasse em factos veridicos haveria muito pouco a dizer. J que se centra em politica, temos problemas. Enfim.See Translation

  • Abdul Karim mas se existem esses documentos todos, entao estão a discutir termos e criar estorias porque ? se ha documentos esta tudo simplificado. porque tanta complicação ? Politica pah...heheheheSee Translation

  • Juvenal Guambe Ilustre Egidio Vaz, para o inicio do debate gostaria que respondesses a uma simples questão: a historia de Mocambique começa no dia 1 de Dezembro de 1990, com a transformação da Repuplica Popular de Mocambique em Republica de Mocambique? Assumes que os Ngungunhanes, Mondlanes e Macheis nao fazem parte da historia de Mocambique ou que os seus actos heróicos morreram com a transformação do nome da Republica.See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Abdul pergunte a eles. Eu já os li. E a maioria dos ilustres aqui nem sabem do que digo. O Arquivo Histórico de Moçambique tem isso tudo. É só ir lá ler e não esperar pelas orientações superiores. O acesso é livre.See Translation

  • Juvenal Guambe "nos os académicos prezamos mais o método e a verdade". quais são os requisitos para que um cidadão seja considerado académico?See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Juvenal a República foi proclamada em 75. O partido Frelimo foi criado em 1977. Disso o partido não tem dúvidas. Está escrito e existe um dossier que narra isso. É uma questão de auditar a história de Moçambique.See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Juvenal O dia que quiser ser acadêmico vai saber os requisitos.See Translation

  • Matias De Jesus Júnior Eh eh eh eh! Já se está a debater a competência do Egidio Guilherme Vaz Raposo! Factos como 35 anos do partido Frelimo que está no BR e mandado publicar pela própria Frelimo já não são importantes! Avante o "debate"See Translation

  • Angela Maria Serras Pires guebuza, vieira, monteiro, chipande, chissano, rebelo, veloso, sorry mas a frelimo é sempre a mesma, chamem o que quiserem mas as moscas e a bosta neste caso são sempre as mesmasSee Translation

  • André Pedro Gwembe A multiplicação dos argumentos não faz mais do que multiplicar a complicação do assunto. A História é evolutiva por natureza de tal forma que as rupturas fazem parte do nexo da sua continuidade. A FRELIMO formou-se num contexto definido de condições sociais e de processos volitivos (no sentido de vontade dos seus actores) com objectivos de lutar contra a dominação colonial portuguesa até que a vitória fosse alcançada. O pensamento de Egídio e de tantos outros é contraditório em si mesmo, porque, ao mesmo tempo que reconhece os accionistas (libertadores) recusa-lhes a acção e a vontade colectiva (sua transformação) impondo-lhes um ponto de vista em função da visão actual sobre o passado.

    Certamente que durante o tempo em que a gesta de 25 de Setembro estava mergulhada na luta dificilmente poderia perscrutar o futuro. Alcançado um dos objectivos: a independência, haveria sentido que a Frente continuasse? Uma Frente sem objectivos? Havia de simplesmente declarar-se morta por convenção? Responder positivamente a estas perguntas significa reduzir a Ciência Histórica ao nada, ou seja, que a razão está do lado daquele que foi o último a pronunciar-se. Seria retirar a coerência da História, usando o critério de que um ponto de vista é de maior fecundidade histórica pela força dos seus efeitos quando na verdade partimos dos efeitos para se chegar aos factos.

    Egídio formula um postulado suplementar segundo o qual, no processo das mudanças históricas, não se produzem processos de desenvolvimento, compreendidos como a passagem das formas inferiores a formas superiores quando os objectivos que estiveram na origem da vontade colectiva são atingidos. Esta visão estática da realidade não constitui o fundamento da História porque tudo o que existe é ai apercebido do ponto de vista das rupturas. Peca simplesmente por ignorar que se aborde o assunto partindo de um pressuposto de continuidade, dinamismo. A OUA transformou-se em UA, mas a data do dia africano, todos nós a conhecemos.

  • Gaby Lomengo Egídio Guilherme, um dos requisitos para ser académico é a paciencia de ouvir o outro.See Translation

  • Gaby Lomengo Esse tipo de debate tem um papel relevante porque busca uma retrospectiva do processo evolutivo da história do país. Mas o que me preocupa mais é o silêncio compliscente da maioria dos historiadores em relação a nossa história demasiadamente complexa...See MoreSee Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Caro Eusébio, por mais "cambalhotas" sejam dadas para justificar a continuidade, a minha posição não muda porque simplesmente estou a ser fiel à vontade e os objectivos dos que criaram a Frelimo em 1977. Só quem leu os documentos originais do III Congresso pode compreender. A filosofia de História não é culpada. E não sou nenhum determinista. Os factos falam por si. E não sou Eu que os inventou. Foi a própria Frelimo que durante anos senão décadas disse uma coisa e de repente descobre que podia ser mais velha que a verdadeira idade e assim tenta a todo custo conquistar os cinquenta anos.See Translation

  • Muhamad Yassine temos muitos pontos por debater e pontos claros por refutar mas nao podemos negar que todas as ideias sao validas enquanto nao tivermos argumentos suficientes para refutar o argumento dos outros , e nao faz parte da historia negar o argumento dos outros somente por negarSee Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Eu não irei mudar a posição porque se daqui a dez anos a Frelimo descobrir que ser um partido com menos de 50 anos confere-lhe vantagens políticas, de novo ha-de buscar a data de 77 para reclamar a sua justiça. Nesta altura procurará os mesmos Eusebios para esgrimir argumentos evolucionistas em seu favor.See Translation

  • Muhamad Yassine toda a historia tem zonas de penumbra e todo erro pode nao ser erro , tudo depende da posicao do historiador no tempo e lugarSee Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Yassin, Eu entendo o teu último ponto com a condição de está dita história ser escrita por um Historiador e não Comissário Político. E mais, os malabarismos dos pseudo-académicos não pode e não deve nunca confundir a nação de uma nação inteira. Esse debate é sobre eventos que aconteceram relativamente há pouco tempo. Não estamos a falar do acheulense ou mesozoico. Porquê afinal as pessoas não lêem antes?See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo É só para lembrar que já estamos livres.See Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Grande Loja Maçonica, diga-se.

  • Muhamad Yassine percebo que para alguns comentadores aqui a questao nao esta na historia em sim, mas sim ligada a quem a conta e quer que se entenda como unica e verdadeira a sua versao, tenho dificuldades de aceitar que dentro dos comissarios politicos do partido em questao nao se tenha debatido esse assunto exaustivamente, muitos factores que servem de pilar de historia podem muito bem ter sido deixados de lado por algum motivo positivo ou negativo, mas esta claro tal como agua que temos varias fases da frelimo e que deve se questionar as datas que se trazem como inicio do partidoSee Translation

  • Egidio Guilherme Vaz Raposo Eu fiz a minha parte, alertando o perigo dessa alienação. Quem puder ler a entrevista entendera.See Translation

  • Americo Matavele Yassine, o que o mano Egidio fez na entrevista em referencia, foi despertar-nos para um debate. Como disse, nao sou o dono da verdade, o que fiz, bem ou mal, foi contrargumentar os pontos que sustentam a tese da juventude da Frel. Respeito a posicao do mano Egidio, mas nada me obriga a concordar com ela. Sobre as datas, tudo resume-se a desvendar se em 1977 houve ruptura ou transformacao! A tese do mano Egidio eh claramente da ruptura e a minha eh da continuidade. Ainda ha espaco para mais teses! Isto eh um simples debate. Nao tive intencao de ofender ou desacrditar ninguem. Eu soh lancei um mote para um bate boca. Se ofendi, peco imensas desculpas. O que espero eh se discuta a ideia.See Translation

  • Muhamad Yassine Americo, tua tese alertou nos para muitos outros debates dentro do artigo do Egidio e por isso estas de parabens pois como podes ver ninguem teve cautela de olhar para esses factos, de certeza que a vetdade nao esta toda no artigo do Egidio e por lendo atentamente vejo muito parcialidade historica no artigo e nao sou ainda capaz de dzer para que lado, mas em breve venho ai heheheheSee Translation

  • Dércio Alfazema Espero sinceramente que os factos ora apresentados pelo Egidio Guilherme Vaz Raposo não sejam nenhuma surpresa para os proponentes da festa dos 50 anos. Se for surpresa, ou seja se este debate e os factos ora apresentados constituem surpresa para a elite que dirige o partido, significa que os mesmos estão alheios a historia do proprio partido. Americo Matavele penso que em algum momento é importante reconhecer que houve algum erro num dos momentos da metamorfose do da Frel e que o mano Vaz a seu jeito procura chamar atenção. É um erro que tem 35 ou 25 anos. Algo não ficou claro em 77 ou em 87. Se se trava da formalização ou da criação de um novo partido. Se o partido avançar com os 50 anos se corrigir este erro, estara a distorcer a sua propria historia para fins não muito valiosos e num ano em que politicamente não há muitos pontos a somar. os que estavam presentes na pomposa festa dos 10 anos em 87 ainda circulam nas nossas avenidas. Será que estes participaram nos debates internos que atecederam a celebração dos supostos 50? Nesta altura seria uma mais valia para a imagem do partido prestar um esclarecimento publico sobre os 15 anos a mais ou reais que estao a ser questionados. parabens mano Vaz e mano Amer.See Translation

  • Curtis Chincuinha Voces pah, nao podem escrever somente o fundamental?
    hehehehehehe...
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  • Jose Cossa Parabens Matavele, pelos pontos de vista...essa valeu numa sexta feira. pelo menos concentrou algumas mentes. avanteSee Translation

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