segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Presidenciais nos EUA

Empatados nas sondagens, candidatos debatem pela última vez
22.10.2012 - 11:44 Por Kathleen Gomes, em Washington
Romney e Obama no debate de 16 de Outubro
 
Romney e Obama no debate de 16 de Outubro (Mike Segar/Reuters)
Política externa irá dominar o debate final desta noite, a apenas duas semanas das eleições americanas, quando as sondagens mostram que os americanos continuam dramaticamente divididos entre os dois rivais.
Barack Obama e Mitt Romney terão 90 minutos para discutir política externa no debate televisivo desta noite, mas é pouco provável que a Europa e a crise da dívida na eurozona venham a ser abordadas pelos candidatos presidenciais americanos. Os tópicos anunciados incluem Afeganistão, Médio Oriente, China e terrorismo.

A política externa não tem sido mais do que uma nota de rodapé nos debates entre Obama e Romney e a discussão tem estado limitada aos ataques ao consulado norte-americano em Bengasi, no início de Setembro, e ao facto de a Casa Branca ter mudado a sua história sobre os acontecimentos. Depois de inicialmente ter dito que os ataques tinham sido uma reacção espontânea a um vídeo anti-islâmico, a Administração Obama veio dizer mais tarde que se tratara de um acto terrorista. Essa inconsistência e o facto de a segurança no consulado americano na Líbia não ter sido reforçada a 11 de Setembro, o dia dos ataques, apesar de isso ter sido solicitado ao Departamento de Estado, estão na origem das críticas que o republicano Mitt Romney e o seu número dois, Paul Ryan, têm feito à política externa de Obama, uma área onde, até recentemente, o Presidente americano parecia pouco vulnerável.

O debate presidencial desta noite entre Obama e Romney é o terceiro e último, quando só faltam duas semanas para o dia de eleições.

Primeiras impressões

Qualquer que seja o resultado, ninguém poderá negar que este foi um ano em que os debates foram consequentes. Mitt Romney, cuja campanha estava em queda livre, ressuscitou graças ao primeiro debate. Antes desse frente-a-frente, as sondagens nacionais davam uma vantagem de quatro ou cinco pontos percentuais a Obama sobre Romney. Depois desse frente-a-frente, Romney conseguiu eliminar a diferença.

O segundo debate, na semana passada, foi mais equilibrado, com um Obama mais combativo que, segundo várias sondagens, ganhou a discussão. Mas, como diz ao PÚBLICO Mitchell McKinney, um professor da Universidade do Missouri especializado em debates presidenciais, "as primeiras impressões têm um grande efeito". "O segundo debate permitiu a Barack Obama conter as críticas vindas do seu próprio partido, que estava a ficar nervoso", depois da passividade que demonstrou no primeiro, nota.

Mas as sondagens mostram que os americanos continuam dramaticamente divididos entre dar mais tempo a Obama para reparar a economia ou dar carta branca a um homem de negócios que diz saber como criar empregos.

Depois de durante todo o ano ter dado uma vantagem ligeira e estável ao Presidente Obama, uma sondagem NBC/Wall Street Journal divulgada ontem mostra Obama e Romney taco-a-taco, cada um deles com 47% dos votos entre eleitores prováveis. Obama apenas tem uma vantagem de cinco pontos entre eleitores registados.

Calendário frenético

Uma série de sondagens realizadas depois do primeiro debate também sugere que Mitt Romney ganhou terreno entre o eleitorado feminino, em particular suburbano e branco. Obama ainda é o favorito entre as mulheres – e Romney lidera entre os homens –, mas o candidato republicano tem vindo a encurtar essa distância.

As próximas duas semanas serão críticas, com os dois candidatos a tentar convencer os cinco por cento de eleitores indecisos que restam e a tentar motivar todos os outros para não ficarem em casa no dia 6 de Novembro.

O frenético calendário de Obama para esta semana mostra até que ponto a campanha atingiu a fase de urgência. Na quarta-feira, o Presidente começa uma digressão non-stop de dois dias por seis dos estados onde a corrida vai ser decidida: Iowa, Colorado, Ohio, Nevada, Florida e Virgínia. Normalmente, Obama regressa à Casa Branca depois de um dia de campanha ou pernoita num hotel durante visitas mais longas, mas nesta digressão ele irá dormir no avião presidencial para poupar tempo.

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