sexta-feira, 5 de outubro de 2012

“Precisamos de paz para continuar a atrair investimentos”

 
- Afirma Armando Guebuza, pela ocasião da passagem dos 20 anos do Acordo Geral da Paz
Maputo (Canalmoz) - O Presidente da República, Armando Guebuza, apesar de reconhecer que a maioria dos moçambicanos continua a viver em extrema pobreza, diz que, o país registou avanços significativos em termos económicos ao longos dos 20 anos do calar das armas, por isso pede mais paz aos moçambicanos para que país continue a atrair investimentos para poder desenvolver-se.
Guebuza que dirigiu as cerimónias centrais do Dia da Paz, na Praça da Paz, em Maputo, destacou o lado económico dos efeitos da paz em Moçambique. Como sempre, recorreu às realizações do seu Governo para dizer que o País está a avançar. Mas, numa cerimónia como muitos doadores, Guebuza reconheceu também que muitos moçambicanos continuam mergulhados na pobreza. Tacitamente estava a assumir que os sucessivos Governos ainda não conseguiram reduzir, significativamente, a pobreza, desde o ano que as armas deixaram de ecoar para dar lugar à reconstrução.
Numa cerimónia com presença maciça de representantes da comunidade internacional, Guebuza aproveitou para dizer que os moçambicanos deixaram (?) de estender a mão para pedir aos doadores e disse que agora o povo pede ao Governo!
“Hoje em dia, a maioria dos moçambicanos neste momento já não fica com a mão estendida para pedir comida à comunidade internacional, mas, sim, pede apoio ao Governo para financiar a instalação das indústrias de agro-processamento para os seus produtos agrícolas, pede aos bancos para guardar as suas poupanças, fruto do seu rendimento, pede a expansão da rede de telefonia móvel para facilitar a sua comunicação ao nível interno e internacional”, disse Guebuza, precisando que “estes são exemplos vivos que mostram que o país registou avanços significativos durante os 20 anos de paz”.
Como gosta de fazê-lo, Guebuza enumerou algumas realizações de vulto do seu Governo para mostrar os avanços.
Guebuza falou da expansão das redes rodoviária, escolar, de energia, de abastecimento de água e, obvio, da reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa para o Estado moçambicano. Disse que tudo isto é fruto da paz.
Mas…
Guebuza reconheceu, todavia, que apesar destes exemplos de crescimento, o país ainda tem um caminho longo por percorrer. Assumiu que a maioria dos moçambicanos continua mergulhada na pobreza.
“É por isso que, precisamos de paz para continuarmos a promover o desenvolvimento económico através de atracção de investimentos tanto interno como estrangeiro”, disse o chefe do Estado moçambicano.
Exortação dos religiosos
A Igreja, que desempenhou papel importantíssimo nas negociações para o fim da guerra em Moçambique, acompanha sempre as celebrações anuais do dia da paz. Ontem não fugiu à regra. Tanto no início como no final da cerimónia, os representantes das confissões religiosas exortaram os partidos políticos e a todos moçambicanos em geral para lutarem pela manutenção da paz. Fizeram-no em orações e discursos. (Raimundo Moiane)

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