Declarações inflamatórias e revisionismos minam o ambiente
Pela paz e concórdia em Moçambique:
Uma paz que não seja alimentada de tolerância, inclusão, respeito corre o risco de se tornar numa nova guerra.
Deixemo-nos de brilharetes e de falarmos de um passado de paz pois não estamos fazendo o suficiente para manter a paz.
Se os elementos ou factores que colocaram moçambicanos se digladiando e se atacando mortalmente, não são efectivamente eliminados do panorama nacional, é preciso que entendamos que estamos semeando guerra para um futuro próximo.
Os ataques frequentes na imprensa e outros órgãos de comunicação social quanto a uma alegada nulidade ou falta de razão de ser, das reclamações do líder da Renamo no que se refere a dossiers maltratados ou incompletos do Acordo de Roma que trouxe a paz para Moçambique, precisam de ser analisados cuidadosamente, sob risco de se incorrer em graves erros de consequências demolidoras e fatais.
É fácil e tentador não responder as inquietações de Afonso Dlhakama e até apresentar a tese de que o que ele diz é extemporâneo. É também fácil esquecer-se que foi a incapacidade de ouvir os outros que contribuiu em primeira mão para o surgimento do conflito armado em Moçambique.
A facilidade com que alguns participantes nas negociações de Roma entre o governo da Frelimo e a Renamo se esquecem de que a paz foi duramente conquistada, num exercício que colocou fim a uma guerra civil cruel e dizimadora de vidas é preocupante.
Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/23745-declaracoes-inflamatorias-e-revisionismos-minam-o-ambiente.html
O nosso conceito de paz é precário!
Completamos e celebramos esta quinta-feira exactamente 20 anos após a assinatura dos Acordos Geral de Paz (AGP) assinados entre Joaquim Chissano, em representação da Frelimo, e Afonso Dhlakama, pelo lado da Renamo.
O dia 04 de Outubro de 1992 ficará para sempre nas nossas memórias pelas mais positivas razões. Os dois grupos beligerantes decidiram pôr fim ao derramamento de sangue de inocentes e a destruição de uma República para se sentarem à mesma mesa e aproximar e resolverem as suas diferenças pela via racional. Este feito será por todos nós recordado até o prevalecer dos tempos.
Cremos nós que celebramos o “04 de Outubro” não pela data em si, porque poderia ter sido em outra, mas por aquilo que deixou de acontecer a partir daquela data. A 04 de Outubro de 1992 colocámos fim aos episódios mais horrendos e da vulgarização da espécie humana. A guerra colocou o País de rastos e em situação lastimável no que os direitos humanos concernem.
Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/23743-o-nosso-conceito-de-paz-e-precario.html
04/10/2012
TERTÚLIA IMPERII FINIS
Troni; da Comissão Portuguesa de História Militar, tenente-general Sousa Pinto; e da
Direcção Central da Liga dos Combatentes, tenente-general Chito Rodrigues, têm a
honra de convidar a participar no 8.º ciclo da tertúlia Imperii Finis, a realizar-se no Palácio
da Independência, Lg. de S. Domingos, 11, em Lisboa (próximo da estação de Metro do
Rossio).
Veja aqui Download LISBOA 2012 13
TERTÚLIA FIM DO IMPÉRIO
da Liga dos Combatentes, t.-general Chito Rodrigues, e do Núcleo de Oeiras e Cascais
da Liga dos Combatentes, coronel José Montez, têm a honra de convidar a participar
no 8.º ciclo da tertúlia Fim do Império, a realizar na Livraria-Galeria Municipal Verney/
Coleção Neves e Sousa e no Forte do Bom Sucesso.
Veja aqui Download OEIRAS 2012 13 (2)
“Com a guerra, a unidade nacional não passava de uma cantiga, e o governo tinha perdido o controlo do território”
Dom Jaime, arcebispo emérito da Beira, faz-nos voltar ao passado e desvenda os bastidores da paz no país.
“O País” traz, nesta edição, uma entrevista com Dom Jaime, arcebispo emérito da Arquidiocese da Beira. Dom Jaime foi um dos principais negociadores da paz de que desfrutamos há 20 anos .
O que teria levado a igreja católica a envolver-se na procura de paz para Moçambique?
A Conferência Episcopal de Moçambique entendeu que a resistência liderada pela Renamo incitava os moçambicanos à revolta, expandido por todo o país a guerra civil ou de desestabilização, como queira, isto a partir do início da década 80. Esta resistência contava com o apoio de forças internas, neste caso, os próprios moçambicanos, e externas. Estou a referir-me àquele grupo de países ou pessoas que pretendiam criar a chamada África branca, ou seja, os que não consentiam ligação com países comunistas.
Podemos voltar à intervenção da igreja católica no processo de paz em Moçambique?
03/10/2012
“De guerra de desestabilização a guerra civil”: historiador moçambicano fala sobre o conflito entre a FRELIMO e a RENAMO(2)
Escutei a entrevista do Egídio, da qual discordo num e noutro ponto.
Interrogo-me como é que o ano de 1977 se encaixa com o início da guerra. Os acontecimentos de Fevereiro, do ano anterior, para não falar do que havia acontecido em 7, 8, 9 e 10 de Setembro e 23 de Outubro de 1974, já apontavam para uma linha alternativa e não apenas sabotagem à independência. Pode-se discutir se era certa a ideologia defendida, mas isso é outro assunto.
Desde o começo havia pessoas que tinham compreendido com conhecimento de causa que os mesmos meios que os venceram outrora podiam um dia dar-lhes a vitória. Sabiam que não estavam sozinhos e que havia fertilidade de benefícios mútuos. E tinham que atacar a linha dorsal do regime.
Ele caracteriza o período de 1977-1984: "Este período foi marcado pela falta de um discurso coerente, de uma causa, e caracterizou-se pela matança, pela destruição e pelo enfraquecimento da infraestrutura nacional". Ignora, por exemplo, que foi dentro deste tempo que a Renamo e Moçambique perdeu seus melhores filhos, fuzilados e acusados da alta traição e crimes económicos enquanto lhes era negado o direito à opção ideológica diferente. Muitos deles eram entregues pelos ditos Grupos Dinamizadores e populares, daí que não se admire que terão sido estes os grupos alvos no corte dos lábios, orelhas e narizes. Igualmente não é mero acaso que se diz que os socialistas de ontem viraram capitalistas de hoje e defensores ferrenhos do que juraram combater.
CRONOLOGIA/20 anos do Acordo Geral de Paz em Moçambique
25 de junho de 1975 -- Proclamação da Independência de Moçambique da República Portuguesa.
Fevereiro de 1976 -- Início da guerra civil moçambicana movida pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) contra o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
18 de outubro de 1977 -- Morte em combate do primeiro presidente da Renamo, André Matade Matsangaíssa, e consequente substituição por Afonso Marceta Macacho Dhlakama.
1980 -Cessação do apoio da ex-Rodésia (atual Zimbabué) à Renamo e transferência das bases do movimento para a África do Sul, ainda sob domínio do regime do "apartheid".
02/10/2012
Destacamento Feminino - perde confiança com governo no pagamento de pensões e subsídios no distrito de Báruè
As mulheres guerrilheiras da Luta de Libertação Nacional residentes na Localidade de Nhabuto, Posto Administrativo de Chôa, Distrito de Báruè na Província de Manica apresentam ao órgão de comunicação social local que já perderam confiança com o governo no poder sobre tudo no pagamento de pensões e subsídios da guerra colonial. Os combatentes reclamam que já passam muitos anos e o processo de adquirir a pensão e subsídios está cada vez muito lenta e muito complicado.
Calista Neva, combatente da Luta de Libertação Nacional que entrou na tropa em 1972 disse que já submeteu várias vezes os documentos de pedido de pensão e o seu processo foi devolvido para enviar de novo via regro ou líder comunitário da sua zona. “Já não tenho esperança, disse a combatente.”
Laura Julai Puraze, também combatente da luta de Libertação Nacional chefe de secção na altura, avançou que fez vários pedidos de pensão e o valor saiu muito pouco.“Estamos sempre a sofrer, eu já sou deficiente devido a guerra colonial, sofri um braço e perna,” pronunciou a guerrilheira. De acordo com Laura Puraze, todos os seus 7 filhos não estão a estudar devido a falta de dinheiro. A combatente Laura, deixa um pedido especial ao governo no poder para resolver esta situação dos combatentes, visto que outros estão a morrer antes de receber os seus subsídios e pensões. A chefe de secção pede ainda para o governo a não descriminar os combatentes e complicar o andamento dos processos.
“Pena que não continuemos a ter campos de reeducação”, diz Joaquim Chissano
Ouça aqui
“Guerra civil é uma guerra que nasce por causa de um conflito interno dentro de um país, entre duas partes da população ou entre entidades políticas. Não foi o que aconteceu no nosso país.” Em 1986, depois da morte de Samora Machel, Joaquim Chissano assumiu a presidência de Moçambique.
A 4 de outubro de 1992, Chissano assinou, pela FRELIMO, a Frente de Libertação de Moçambique, o Acordo Geral de Paz com a RENAMO, a Resistência Nacional Moçambicana.
DW África: Há quem diga que a guerra civil em Moçambique só foi possível, porque outros países interferiram e financiaram os dois lados da guerra. Concorda?
Historiador italiano lança livro sobre a paz em Moçambique
Segundo nota de imprensa enviado ao Canalmoz, “o livro reconstrói a história” de Moçambique “precipitado na guerra civil logo a seguir à sua independência, saindo dela somente após dezasseis anos e um milhão de mortos”.
“A paz negociada entre o governo e a Renamo foi extraordinária, com a insólita mediação da Comunidade de Sant’Egidio e de um mix de homens de boa vontade. Paciência geológica e compreensão das partes em luta caracterizaram esta mediação. Moçambique tornou-se um modelo de paz num continente africano dramaticamente marcado por guerra e conflitos”, lê-se na nota referida enviada pela comunidade SantEgídio.
Leia emhttp://www.canalmoz.co.mz/hoje/23734-historiador-italiano-lanca-livro-sobre-a-paz-em-mocambique.html
“De guerra de desestabilização a guerra civil”: historiador moçambicano fala sobre o conflito entre a FRELIMO e a RENAMO
Ouça aqui
O primeiro período do conflito estendeu-se, segundo o historiador moçambicano, de 1977 até à assinatura do Acordo de Nkomati na África do Sul, em 1984. "Este período foi marcado pela falta de um discurso coerente, de uma causa, e caracterizou-se pela matança, pela destruição e pelo enfraquecimento da infraestrutura nacional", explica Vaz.
O segundo começou já nos finais da década de 1980 com a queda do Muro de Berlim e a desagregação da União Soviética. "Aqui, a RENAMO apropriou-se de novos valores: a democracia e a liberdade." A partir deste momento, "estávamos perante uma guerra civil, dirigida pelos moçambicanos com uma agenda política". Foi esta "nova postura da RENAMO que impulsionou o governo da FRELIMO a adotar a democracia como sistema político no país".
01/10/2012
HERÓIS DO ULTRAMAR de Nuno Castro
Sobre o livro
Entre 1961 e 1974, centenas de milhares de portugueses combateram em Angola, em Moçambique e na Guiné. Mas, como acontece em todos os conflitos, só alguns combatentes se destacaram.
Heróis do Ultramar traça o retrato de um punhado de homens que se distinguiram nos campos de batalha da Guerra Colonial e que ainda hoje são recordados pela sua bravura extrema.
Portugueses que, independentemente do curso da História, da política ditada pelo governo de Lisboa, das suas próprias convicções e até das suas personalidades por vezes polémicas, demonstraram uma extraordinária capacidade de liderança debaixo de fogo e uma determinação inabalável perante a adversidade e o terror que só uma guerra consegue despertar.
Acordo de Paz em Moçambique tinha como horizonte as eleições de 1994 - embaixador italiano
Em entrevista à Lusa, Roberto Vellano, que, em 1992, era encarregado de negócios de Itália em Moçambique, balizou o processo de paz, assinado há 20 anos, a 04 de outubro, e intermediado pelo seu país, igreja católica moçambicana e Comunidade de Sant'Egídio.
"O horizonte do acordo geral de paz era as eleições que tiveram lugar em 1994. A ideia de fundo de toda a operação era a de que o Governo, por um lado, aceitou certas garantias políticas vitais que a Renamo pediu durante todo o processo, e mesmo depois. E, por outra parte, com essas garantias e com o aceitar a ideia de que o cessar-fogo fosse o ato final e não o princípio do acordo, isso foi o 'trade-off', o mecanismo que permitiu esse processo de sucesso", disse o diplomata.
30/09/2012
Moçambique assinala 20 anos do Acordo Geral de Paz
O pacto foi assinado na capital italiana, Roma, pelo antigo Presidente moçambicano, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Joaquim Chissano, e pelo líder da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), agora principal partido da oposição, Afonso Dhlakama.
O ato resultou de intensas negociações iniciadas pelo primeiro chefe de Estado moçambicano, Samora Machel, que morreu num acidente aéreo, em 1986, mas foi Joaquim Chissano quem conduziu "a parte mais intensa da busca da paz".
"Não há dúvida nenhuma que a parte mais intensa da busca da paz, depois de todo o historial iniciado por (Samora) Machel, foi feita por mim. As novas estratégias aplicadas também foram pensadas por mim e a própria negociação foi orientada por mim. O camarada Armando Guebuza (atual Presidente moçambicano) era o mediador principal, o chefe da mediação, mas teve orientação e retaguarda feitas por mim", disse Joaquim Chissano numa recente entrevista à Rádio Moçambique.
28/09/2012
Quadros da Renamo vão reunir-se em Quelimane
Dhlakama vai discursar no aniversário dos acordos para pedir um "novo acordo"
Quadros superiores do maior partido da oposição de Moçambique, RENAMO, vão reunir-se a partir de Segunda-feira na cidade de Quelimane para analisar a situação no país, disse o presidente da organização Afonston Dhlakama.
A reunião vai culminar com um comício de Dhlakama nessa cidade no dia 4 para assinalar o vigésimo aniversário dos acordos de paz que puseram fim à guerra civil que devastou o país.
Numa entrevista à Voz da América Dhlakama disse que embora valores democráticos tenham sido introduzidos em Moçambique a FRELIMO não tem respeitado os acordos assinados pelo que quer um novo acordo para assegurar a democracia a gerações futuras.
A reunião da RENAMO segue-se ao Congresso da FRELIMO que se realizou na cidade de Pemba.
Ironicamente a municipalidade de Quelimane é agora controlada pelo Movimento Democrático de Moçambique um partido formado inicialmente com base em dissidentes da RENAMO
VOA – 282.09.2012
26/09/2012
“P’rá frente Moçambique”, assinado por R. Varela Afonso , no Século de Joanesburgo em 1994
Extracto do editorial do jornal O Século de Joanesburgo, com a data de 24 de Outubro de 1994. Título : ”P’rá frente Moçambique”, assinado R. Varela Afonso (administrador da publicação).
Congresso inaugura 11ª e última estátua de Samora Machel
Chegou ontem o fim do ciclo de inauguração de estátuas nas capitais provinciais, em homenagem ao “primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Machel. O acto foi dirigido pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza, numa cerimónia que teve lugar no dia das FADM.
Foi numa cerimónia de Estado em que, Armando Guebuza, procedeu, esta terça-feira, à inauguração da décima primeira e última estátua em homenagem a Samora Machel. A Estátua de Samora Machel na cidade de Pemba foi colocada defronte do edifício do Conselho Municipal local, cuja primeira pedra para sua edificação foi lançada, a 5 de Outubro de 1976, pelo o primeiro Presidente de Moçambique independente.
No acto de inauguração da estátua de Samora Machel em Pemba, Armando Guebuza destacou, na sua intervenção, que aquele monumento era de capital importância, visto que Machel visitou Cabo Delgado por várias vezes, durante a luta de libertação nacional, com o objectivo de ajudar a organização das forças guerrilheiras e mobilizar a população para a guerra prolongada.
Todavia, estas não foram as únicas acções de Machel em Cabo Delgado, pois, durante a famosa “Operação Nó Górdio”, a maior operação ofensiva militar lançada pelas tropas coloniais em território nacional, Samora Machel dirigiu a defesa do país a partir de Cabo Delgado.
25/09/2012
CINEMA - Mueda, memória e massacre: O nascimento de uma imagem (Concl.)
Maputo, Quarta-Feira, 26 de Setembro de 2012:: Notícias
POR um lado, as descrições históricas do massacre foram reorganizadas e modificadas inúmeras vezes, acompanhando as oscilações do poder político, nomeadamente antes e após a independência de Moçambique. A multiplicidade de pontos de vista sobre o acontecimento aponta para a sua natureza altamente simbólica e para a sua relevância política e ideológica. Por outro lado, torna-se imprescindível analisar o contexto histórico de produção do filme de Ruy Guerra.
Um dos primeiros actos culturais da Frelimo foi a fundação do INC, o Instituto Nacional de Cinema, em 1976. Já durante a Guerra Colonial, um importante número de filmes sobre a luta pela independência fora produzido, tais como, por exemplo, Venceremos! (1966), de Dragutin Propovich; Behind the Lines (1971), de Margaret Dickinson; A Luta Continua (1972), de Robert Van Lierop, ou Étudier, produire, combattre (1973), realizado pelo Grupo Cinéthique.
Um dos primeiros actos culturais da Frelimo foi a fundação do INC, o Instituto Nacional de Cinema, em 1976. Já durante a Guerra Colonial, um importante número de filmes sobre a luta pela independência fora produzido, tais como, por exemplo, Venceremos! (1966), de Dragutin Propovich; Behind the Lines (1971), de Margaret Dickinson; A Luta Continua (1972), de Robert Van Lierop, ou Étudier, produire, combattre (1973), realizado pelo Grupo Cinéthique.
25/09/2012 in História, Massacre Mueda - 16.06.1960, Musica, vídeo, cinema | Permalink|Comments (0)ShareThis
Frelimo homenageia fundadores
São eles Pascoal Mocumbi, Marcelino dos Santos, Feliciano Gundana, Lopes Tembe, João Munguambe e José Covane. Os seis participaram no primeiro congresso, em 1962. 50 anos depois, estão no X congresso. Cada um deles contou que foi para a Frelimo, quando ainda era novo, abdicou da sua juventude para se juntar ao movimento libertador.
24/09/2012
Hoje é Dia das Forças Armadas
Maputo, Terça-Feira, 25 de Setembro de 2012:: Notícias
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique constituem o legado das Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) criadas a 25 de Setembro de 1975 pelos guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que durante longos dez anos lutaram contra o exército colonial português.
Com a adopção, em 1990, da primeira Constituição multipartidária do país, as FPLM passam a designar-se Forças Armadas de Moçambique, denominação essa que viria a alterar-se com a formação, em 1994, do exército único, resultante da fusão das FAM com os antigos guerrilheiros da Renamo, constituindo-se, assim, as actuais FADM.
Com a adopção, em 1990, da primeira Constituição multipartidária do país, as FPLM passam a designar-se Forças Armadas de Moçambique, denominação essa que viria a alterar-se com a formação, em 1994, do exército único, resultante da fusão das FAM com os antigos guerrilheiros da Renamo, constituindo-se, assim, as actuais FADM.
23/09/2012
CINEMA - Mueda, memória e massacre: O nascimento de uma imagem (1)
Maputo, Quarta-Feira, 19 de Setembro de 2012:: Notícias
O filme “Mueda, Memória e Massacre” (1979), de Ruy Guerra, definido oficialmente como a primeira longa-metragem de ficção moçambicana, poderia ser considerado, numa primeira leitura, como uma reconstituição cinematográfica[1] do Massacre de Mueda [2], um dos últimos episódios de resistência contra o colonialismo português antes do início da Guerra Colonial em Moçambique (1964). Nesse sentido, o filme de Ruy Guerra, produzido pelo INC, o Instituto Nacional de Cinema moçambicano, não só comemoraria o principal e mais directo antecedente simbólico da Guerra Colonial em Moçambique, como também – e sobretudo – fundaria e inscreveria historicamente, na ausência de imagens de arquivo, a memória cinematográfica do acontecimento. Parafraseando Jean-Luc Godard[3], ao evocar a sua passagem por Moçambique, e citando, por outro lado, o título do filme de David Griffith, o nascimento político do país coincidiria aqui com o nascimento da sua imagem cinematográfica.
23/09/2012 in História, Massacre Mueda - 16.06.1960, Musica, vídeo, cinema | Permalink|Comments (0)ShareThis
22/09/2012
Só o recurso às armas conduziria a independência – afirma General Hama Thai
Maputo, Sábado, 22 de Setembro de 2012:: Notícias
Esta afirmação foi feita esta semana em Maputo, pelo general na reserva, António Hama Thai, durante uma palestra dirigida a funcionários da Autoridade Tributária de Moçambique, subordinada ao tema “25 de Setembro – Dia das Forças Armadas de Libertação Nacional”. A mesma se insere nas celebrações do 48.º aniversário das Forças Armadas de Moçambique e 50º do desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional, efeméride que se assinala no dia 25 de Setembro.
Na ocasião, o ex-combatente da luta de libertação nacional afirmou que a insatisfação dos moçambicanos aliada à intolerância do Governo colonial português em negociar a independência fez com que o povo liderado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) recorresse às armas para libertar a terra e os homens.
“Este posicionamento do Governo colonial português aconteceu apesar do ambiente internacional ser favorável à descolonização, pois, as Nações Unidas, aprovaram, a 14 de Dezembro de 1960, a Resolução 1514 que estabelecia o direito à autodeterminação e independência dos povos colonizados. Portugal fez tábua rasa a todos os ventos da história e com ouvidos de mercador reforçava o seu sistema e a máquina de opressão contra o povo. A cultura moçambicana foi irradiada; É assim que para aquilatar a situação penosa prevalecente em Moçambique nasceram as organizações nacionalistas: UDENAMO, UNAMI e MANU, no exterior de Moçambique. São estas organizações, cuja fusão a 25 de Junho de 1962, fez nascer a Frente de Libertação de Moçambique – FRELIMO, organização que liderou a insurreição armada contra o jugo colonial português”, explicou o antigo comandante militar.
Na ocasião, o ex-combatente da luta de libertação nacional afirmou que a insatisfação dos moçambicanos aliada à intolerância do Governo colonial português em negociar a independência fez com que o povo liderado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) recorresse às armas para libertar a terra e os homens.
“Este posicionamento do Governo colonial português aconteceu apesar do ambiente internacional ser favorável à descolonização, pois, as Nações Unidas, aprovaram, a 14 de Dezembro de 1960, a Resolução 1514 que estabelecia o direito à autodeterminação e independência dos povos colonizados. Portugal fez tábua rasa a todos os ventos da história e com ouvidos de mercador reforçava o seu sistema e a máquina de opressão contra o povo. A cultura moçambicana foi irradiada; É assim que para aquilatar a situação penosa prevalecente em Moçambique nasceram as organizações nacionalistas: UDENAMO, UNAMI e MANU, no exterior de Moçambique. São estas organizações, cuja fusão a 25 de Junho de 1962, fez nascer a Frente de Libertação de Moçambique – FRELIMO, organização que liderou a insurreição armada contra o jugo colonial português”, explicou o antigo comandante militar.
21/09/2012
As relações entre a igreja e o Estado depois da independência: nuances, discórdias e perspectivas
O debate se enriquece assim com mais um contributo, mas parece-me que estamos a chegar a um ponto onde temos simplesmente de aceitar que discordamos. Para concluir, quero esclarecer no entanto alguns dos meus argumentos e contrastar as nossas perspectivas.
Na minha entrevista inicial no Canal de Moçambique, de Julho passado, eu afirmei que era difícil promover novas perspectivas na análise de alguns assuntos quando os debates sobre eles oscilam entre posições absolutistas (tudo é unicamente bom, ou unicamente mau). Falava eu da história do nacionalismo, mas está agora claro que é o caso da história da religião também. Sobre a política da Frelimo em relação às igrejas, João Cabrita argumenta que não pode haver nuances ou meio termos, pois “ou há combate, ou não há”. E já que eu trouxe nuances à análise, ele acusa-me de “levantar dúvidas sobre a natureza totalitário do regime após 1975”.
João Cabrita leu os meus textos e sabe muito bem que eu não ponho em dúvida a natureza totalitária do regime após a independência e ainda menos levanto dúvidas sobre o ataque contra religião no país como ele tenta insinuar. Documentei pormenorizadamente este período nos meus trabalhos científicos e até chamei o Estado no fim dos anos 1970 de “Estado Teólogo”. Portanto, o problema não esta aí. O problema é que, para Cabrita, a natureza totalitária do regime após 1975 é absoluta e indiscutível enquanto para mim foi variável e ela é para ser analisada, discutida e debatida.
Leia emhttp://www.canalmoz.co.mz/hoje/23679-as-relacoes-entre-a-igreja-e-o-estado-depois-da-independencia-nuances-discordias-e-perspectivas.html
18/09/2012
Hama Thay aponta as causas da derrota de Portugal na guerra da independência de Moçambique
Numa palestra dirigida aos quadros da Autoridade Tributária, António Hama Thay cita três factores que ditaram a derrota de Portugal nos 10 anos de luta: limitações do efectivo militar, o descontentamento da população portuguesa e sabotagem de alguns generais até ao golpe de Estado de 25 de Abril de 1974.
O general da luta de libertação nacional, António Hama Thay, diz que a vitória da Frelimo sobre Portugal na luta de libertação foi conseguida porque Portugal começou a ter limitações de recrutamento de soldados para suportar o seu exército.
Hama Thay falava como orador duma palestra sobre o 25 de Setembro dirigida a quadros da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM), por ocasião da dia do arranque da luta de libertação nacional que se assinala este mês.
Na sua intervenção, o general Hama Thay, antigo vice-ministro da defesa e ministro dos antigos combatentes, apontou as razões que ditaram com que Portugal perdesse a guerra.
Marcelino dos Santos não perdoa aos "traidores" Joana Simião e Urias Simango(2)
Quem é Marcelino dos Santos?
Camaradas, frelimistas e independentes, Jaime Khamba não foi um daqueles que foi expulso da Frelimo. Marcelino dos Santos chegou na Algéria em 1964 para se encontrar com o ministro argelino dos negócios estrangeiros, o senhor Bouteflika, que é hoje o presidente da Argélia, quando na altura o presidente da Argélia era Ahmed Ben Bella. Ele rogou-me que o acompanhasse para o ministério dos negocios estrangeiros.
De caminho ao ministério, Marcelino dos Santos pediu-me que eu regressasse à Tanzania, então Tanganyika, com ele. Pediu me que lhe fizesse o favor de não escutar os angolanos e moçambicanos na Argélia visto que eram bandidos.
Na verdade eram tais angolanos e moçambicanos que me disseram que Marcelino dos Santos é cabo verdeano que tinha ido a Moçambique com a idade de 10 anos com os seus pais depois do Governo Português os nomear para serem administradores em Moçambique. O Dr. Marinha dos Campos (médico português), Raul Peres da Silva, Octavio Belo e José Horta disseram-me que eu não fosse a Dar Es Salaam visto que Marcelino dos Santos e o seu grupo iam me matar.
Quando Marcelino dos Santos diz que Uria Simango e Joana Simeão foram traidores, será que ele próprio não foi traidor? Ele vendeu Jaime Rivaz Sigauke à PIDE na Rodésia em 1961, coisa que ele fez depois do Sigauke não concordar com ele por causa do seu complexo de superiodade como mestiço.
Ele tentava minar a autoridade do Gwambe por causa da sua ambição. Era por causa da sua ambição que ele tentou durrubar o Dr. Mondlane antes do Dr. Mondlane descobrir o seu complot .
Ele foi abaixado e dada a pasta de agricultura e afastado de Dar Es Salaam para uma província remota da Tanzania. A sua pasta de negócios estrangeiros foi entregue a Simango, que passou assim a ser vice-presidente e secretário de relações externas da Frelimo. Muitas coisas andam hoje mal em Moçambique por causa do Marcelino dos Santos, Sérgio Vieira, Oscar Monteiro, Jorge Rebelo e os seus fantoches negros na Frelimo.
Jaime Mauricio Khamba,
Estados Unidos da America,
Aos 16 de Setembro de 2012
Recorde em http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/09/marcelino-dos-santos-n%C3%A3o-perdoa-aos-traidores-joana-simi%C3%A3o-e-urias-simango.html
17/09/2012
GRUPOS ÉTNICOS DE MOÇAMBIQUE
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16/09/2012
A Natureza da Igreja Católica Nacional/Moçambicana
Por Luís Benjamim Serapião
Hoje, há interesse entre o mundo académico em investigar a diferença entre a Igreja Católica Colonial e a Igreja Católica Nacional/Moçambicana que surgiu no período pós-colonial.
A corrente teórica defendida pelo Professor Dr. Eric Morier-Genoud sustenta argumentos que sugerem que houve uma certa continuidade da Igreja Católica Colonial na nova Igreja Católica Nacional /Moçambicana.
Depois de admitir que houve alguma rotura da Igreja Católica Colonial em relação à Igreja Católica Nacional/Moçambicana, Morier-Genoud acrescenta que “houve também muitas continuidades, sejam elas de pessoal, na maneira de operar, ou nas ideias e na teologia”.Tenta persuadir o leitor quando adianta: “Não me parece adequado afirmar que a Igreja Colonial desapareceu em 1975 e que só ficou uma igreja nacional que não gozou ‘de privilégios de qualquer sistema no país’”. Por fim, realça que “ela” (a Igreja Nacional/Moçambicana) guardou elementos após a independência (incluindo algum pessoal colonial e colonialista); e quis guardar todas as propriedades que a Igreja Colonial tinha recebido do poder português.
16/09/2012 in História, Opinião, Política - Partidos, Religião - Igrejas | Permalink|Comments (0)ShareThis
Filósofo categoriza presidentes da Frelimo
“Mondlane foi fundador; Samora, libertador; Chissano, pacificador
e; Guebuza, construtor”
Cláudio Saúte
O filósofo e docente universitário, Silvério Ronguane, fez uma apresentação semana finda a convite da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), o braço juvenil do partido Frelimo. Na apresentação intitulada “50 anos da Frelimo,
contrato interageracional”, Ronguane categorizou os 4 presidentes da FRELIMO, desde Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano até Armando Guebuza.
Eduardo Mondlane: o “fundador”
Ronguane classificou Eduardo Mondlane como o “fundador”.
Disse que a título individual, Mondlane apresentou uma petição junto da Organização das Nações Unidas, sobre a independência de Moçambique.
As relações entre a igreja e o Estado depois da independência: nuances, discórdias e perspectivas
Por Eric Morier-Genoud
O debate sobre as igrejas e o Estado após a independência ganhou mais um contributo de João Cabrita a semana passada. Nas primeiras páginas do jornal, ele discorda fortemente com a minha análise das relações entre Estado e instituições religiosas após 1975.
O debate se enriquece assim com mais um contributo, mas parece-me que estamos a chegar a um ponto onde temos simplesmente de aceitar que discordamos.
Para concluir, quero esclarecer no entanto alguns dos meus argumentos e contrastar as nossas perspectivas.
Na minha entrevista inicial no Canal de Moçambique, de Julho passado, eu afirmei que era difícil promover novas perspectivas na análise de alguns assuntos quando os debates sobre eles oscilam entre posições absolutistas (tudo é unicamente bom, ou unicamente mau). Falava eu da história do nacionalismo, mas está agora claro que é o caso da história da religião também. Sobre a política da Frelimo em relação às igrejas, João Cabrita argumenta que não pode haver nuances ou meio termos, pois “ou há combate, ou não há”. E já que eu trouxe nuances à análise, ele acusa-me de “levantar dúvidas sobre a natureza totalitária do regime após 1975”.
16/09/2012 in História, Opinião, Política - Partidos, Religião - Igrejas | Permalink|Comments (0)ShareThis
Um Novo Livro de José Capela
Por: José Pimentel Teixeira
Acabo de receber um novo livro do historiador José Capela.
Trata-se da publicação, por ele organizada e comentada, de “Caldas Xavier. Relatório dos acontecimentos havidos no prazo Maganja aquém Chire, Moçambique, 1884”. Desde há décadas que José Capela vem publicando sobre a história e a sociedade moçambicana. Um trabalho que continua em azáfama, com múltiplas publicações (e, felizmente, também em registo electrónico), agora sediado no Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto após quase quarenta anos de vida em Moçambique, como jornalista no período colonial e, depois, como conselheiro cultural na embaixada portuguesa em Maputo - José Capela é o pseudónimo usado por José Soares Martins na sua vertente de historiador.
Símbolos aqui das suas publicações, sempre lembrados, são o fundacional “Moçambique pelo seu povo”, editado em 1971 e que coligia cartas de leitores ao jornal “Voz Africana”, inaugurando a expressão publicada da palavra popular, e “O Vinho para o Preto. Notas e Textos sobre a exportação do Vinho para África”, texto tantas vezes evocado, mesmo por aqueles que nunca o leram, dada a temática, por um lado singular e por um outro tão identitária (o peso do consumo de “vinho português” nas modalidades de ascensão social e de urbanização), e o seu tão sonante título, que o torna curioso aos leigos, ainda que apenas ecoando uma linguagem administrativa de época.
Reino de Gaza: o desafio português na ocupação do sul de Moçambique (1821-1897), por Gabriela Aparecida dos Santos
15/09/2012
Renamo pediu apoio à Igreja para facilitar encontro com Frelimo e acabar com a guerra
“Nós estamos a sofrer de fome, comemos lagartixas, não temos comida, não temos roupa, não temos casas onde dormir e passamos todo o tempo a fugir de um lado para o outro, estamos cansados, queremos acabar com a guerra, estamos a sofrer muito”, teria dito Dhlakama citado pelo arcebispo.
Dom Jaime, que dissertava numa palestra denominada de Aula Aberta A busca de Paz para Moçambique, organizada pela Universidade Católica de Moçambique (UCM), como seu contributo para a celebração dos 20 anos de paz, confessou ter ficado surpreendido pela iniciativa de Afonso Dhlakama, uma vez que, tendo ele ido procurar a Renamo para convencê-la a aceitar conversar para acabar com a guerra, sentiu um grande alívio, “porque eu nem sabia como começar a conversa”.
“Felizmente que ele é que começou a falar e eu respondi: ‘Nós também na cidade sofremos, e começou o diálogo com o Dhlakama desta maneira’ e no fim eu perguntei: olhá lá presidente, porque é que vocês estão a fazer a guerra?”.
Ele respondeu “porque não queremos o comunismo em Moçambique”.
“E como vamos fazer para acabar com isto”?
“Queremos diálogo com a Frelimo”, respondeu Dhlakama, acrescentando :“Peço que a igreja nos ajude”.
O Acordo de Lusaca, por Almeida Santos(excerto)
Apesar dos pressupostos, não tanto criados, mas em qualquer caso confirmados e estabelecidos no anterior encontro de Dar-es-Salam, entre Melo Antunes e Samora Machel, não deixámos de tentar convencer os nossos interlocutores da mútua conveniência em legitimar a transferência do poder através de um acto de consulta - eleitoral ou referendária - invocando o facto, à data verdadeiro, de que a Frelimo ganharia sem a menor dúvida essa consulta. A Lei 7/74, em seu lacónico dizer, não a impunha. Mas ainda assim a consentia, ao atribuir ao Presidente da República competência para «praticar os actos e concluir os acordos relativos ao exercício do direito» à autodeterminação. Não precisando que actos nem que acordos, a Lei 7/74 deixou em aberto todo um leque de vias, incluindo, naturalmente, uma consulta popular.
Como já esperávamos, a delegação moçambicana invocou de imediato o precedente do acordo de descolonização da Guiné. Debalde tentámos realçar as diferenças. A Guiné já havia autoproclamado a sua independência e, com mais significado ainda, «essa» independência havia sido reconhecida pela OU A, indirectamente pela ONU e por cerca de cem países à data da assinatura do acordo. Tratava-se, pois, de uma independência já internacionalmente consensualizada.
"Entre Narros & Mulungos" de Valdemir Donizette Zamparoni (1998)
Tese apresentada para a obtenção do grau de Doutor em História Social junto à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Guilherme Mota.
Trabalho muito interessante.
Veja em Download Entre Narros & Mulungos - Colonialismo e paisagem social em Lourenço Marques 1890-1940
14/09/2012
Marcelino dos Santos não perdoa aos "traidores" Joana Simião e Urias Simango
Marcelino dos Santos considera que na Frelimo já não há debates sobre assuntos importantes em prol do povo
O fundador e veterano da Frelimo, Marcelino dos Santos, está muito desapontado com o modelo de capitalismo adoptado em Moçambique. Segundo Marcelino dos Santos, a introdução deste modelo nunca foi discutida pelos órgãos da Frelimo.
O veterano da luta armada de libertação nacional ainda acredita que o socialismo de orientação marxista-leninista adoptado pela Frelimo no Terceiro Congresso em 1977 é a solução para a pobreza que assola a maior parte dos moçambicanos.
Marcelino dos Santos falava na Grande Entrevista gravada na TVM.
Desde jovem estudante universitário na Europa, Marcelino dos Santos entregou-se de corpo e alma à causa do povo colonizado, lutando pela independência nacional, sem estar necessariamente nas batalhas militares contra o inimigo.
“Eu quando entrei na Frelimo já era Chefe. Tinha experiência, porque era Secretário das Relações Exteriores da UDENAMO. Mas recebi treinos como todos os guerrilheiros tiveram depois da criação do Centro de Nachingueia. Tinha uma pistola, mas não fui à frente de combate.” disse o fundador e veterano da Frelimo.
A Natureza da Igreja Católica Nacional/ Moçambicana
Os médicos continuaram a usar os hospitais que os colonialistas deixaram; os políticos passaram a viver e a trabalhar nas residências que os dirigentes colonialistas habitavam. A Igreja Católica Nacional/ Moçambicana, como todas as demais instituições no país, assumiu e perpetuou as infra-estruturas religiosas deixadas pelo governo português. No entanto, nunca foi considerado como um privilégio o facto de os médicos usarem as infra-estruturas físicas de saúde herdadas do colonialismo, nem tão pouco um privilégio os governantes do Moçambique pós-colonial passarem a habitar as residências dos antigos chefes colonialistas.
Hoje, há interesse entre o mundo académico em investigar a diferença entre a Igreja Católica Colonial e a Igreja Católica Nacional/Moçambicana que surgiu no período pós-colonial. A corrente teórica defendida pelo Professor Dr. Eric Morier-Genoud sustenta argumentos que sugerem que houve uma certa continuidade da Igreja Católica Colonial na nova Igreja Católica Nacional /Moçambicana Depois de admitir que houve alguma rotura da Igreja Católica Colonial em relação à Igreja Católica Nacional/Moçambicana, Morier-Genoud acrescenta que ʺhouve também muitas continuidades, sejam elas de pessoal, na maneira de operar, ou nas ideias e na teologia”.Tenta persuadir o leitor quando adianta: ʺNão me parece adequado afirmar que a Igreja Colonial desapareceu em 1975 e que só ficou uma igreja nacional que não gozou ‘de privilégios de qualquer sistema no país’”. Por fim, realça que ʺela (a Igreja Nacional/Moçambicana) guardou elementos após a independência (incluindo algum pessoal colonial e colonialista); e quis guardar todas as propriedades que a Igreja Colonial tinha recebido do poder português.
Leia emhttp://www.canalmoz.co.mz/hoje/23643-a-natureza-da-igreja-catolica-nacionalmocambicana.html
13/09/2012
Façamos dos 50 anos da Frelimo um momento de reconciliação (Concl.)
Compatriotas, não se pode falar da história da FRELIMO, sem passar pela história da Igreja. Quando a FRELIMO, lutava nas sagradas matas, a Igreja orava fortemente usando esse acto: orar e acção o que equivale a oração. Essa acção foi o incutir na mente dos filhos moçambicanos a necessidade de se juntar à FRELIMO, para se libertar a Igreja e o país.
Maputo, Sexta-Feira, 14 de Setembro de 2012:: Notícias
O grande dom que a Igreja ofereceu a FRELIMO, foi o próprio Mondlane. Ele bebeu dessa Igreja os valores mais nobres do ser humano e as aspirações mais sublimes do Homem. Os crentes oraram pela FRELIMO, para que a luta pela independência fosse acelerada. Não quero aqui definir o que é “Deus”, mas dizer que Deus esteve com a FRELIMO; Deus lutou lado a lado com a FRELIMO, Deus inspirou a FRELIMO; Deus apoiou a FRELIMO; Deus “ chorou” com a FRELIMO; Deus amou a FRELIMO.
Mariano Matsinha confirma tese de que Samora tinha sido isolado pelas Forças de Defesa
“Fazíamos a recolha de informações que eram disponibilizadas a quem de direito que, inexplicavelmente, não fazia uso delas (...). a verdade é que os camaradas da defesa não eram muito honestos, pois não diziam toda a verdade do que estava a acontecer ao comandante-em-chefe. (...) é verdade que as relações de Samora e as Forças Armadas do país não eram saudáveis”, afirma Matsinha.
O histórico combatente da Frelimo e antigo ministro de Segurança, Mariano Matsinha, confirma a tese de que Samora Machel tinha sido isolado e deixado à sua sorte pelas Forças de Defesa e Segurança.
Na obra “Um homem, mil exemplos: a vida e luta de Mariano de Araújo Matsinha”, recentemente lançada em sua homenagem, o combatente afirma que alguns “camaradas” sonegavam informações importantes ao presidente Samora sobre a sua própria segurança e do grupo que ele comandava.
12/09/2012
Chinde: 100 anos entre o desespero e a esperança
Maputo, Quinta-Feira, 13 de Setembro de 2012:: Notícias
Chinde está hoje em festa. É o seu 100º aniversário. No longínquo ano de 1912, a povoação de casas tipo palafita erguida na margem direita de um dos braços do extenso delta do Zambeze, ganhava o estatuto de vila. Hoje, centenária, Chinde não pensa no seu progresso mas em como evitar o seu desaparecimento como vila, como povoado ou mesmo como local habitável.
Localizada no sul da província da Zambézia, a vila do Chinde, sede do distrito de mesmo nome, teve o seu florescimento, tal como hoje a sua morte, sempre ligada ao portentoso rio.
Localizada no sul da província da Zambézia, a vila do Chinde, sede do distrito de mesmo nome, teve o seu florescimento, tal como hoje a sua morte, sempre ligada ao portentoso rio.
Pegunta directa e pública a Mário Soares, Almeida Santos e a quantos ainda sobrevivos que rubricaram, em nome do Estado Português o Acordo de Cessar-Fogo agora totalmente conhecido
Estranho que, com tanta obra publicada por tantos políticos e militares, tenha sido em Moçambique que o mesmo viu a luz do dia.
É que, se o mesmo tivesse sido tornado publico na altura, não teríamos a lamentar a morte de muitos moçambicanos ilustres e patriotas como, por exemplo, Uria Simango, que caiu na "armadilha" da "democracia que se avizinhava" e, de boa fé, regressaram a Moçambique.
Sei que não obterei resposta, mas fica a pergunta.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Recorde em http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/09/afinal-mo%C3%A7ambique-deixou-de-ser-portugal-em-7-de-setembro-de-1974-o-acordo-da-vergonha.html
Cartas de Samora Machel a Vasco Gonçalves e a resposta deste em Abril/Maiode 1975
Veja aqui:
- Carta de Samora Machel http://www.macua.org/documentos/documentos28.html
- Carta de Vasco Gonçalves http://www.macua.org/documentos/documentos29.html
Veja http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/09/afinal-mo%C3%A7ambique-deixou-de-ser-portugal-em-7-de-setembro-de-1974-o-acordo-da-vergonha.html
10/09/2012
Ambiguidades e Contradições
Eric Morier-Genoud levanta dúvidas quanto à natureza totalitária do projecto político da Frelimo, posto em prática pelo governo por ela dirigido durante a 1ª República. Morier-Genoud é omisso quanto ao teor desse projecto, deixando no ar a ideia de que se trataria de algo subjectivo, situado entre o “não todo bonito” e o “não todo feio”.
Define-se como sistema totalitário aquele em que um governo exerce controlo absoluto e centralizado sobre todos os aspectos da vida social, política e económica, em que o cidadão está totalmente subordinado à autoridade absoluta do Estado. São sistemas de partido único, em que é proibida a expressão política e cultural contrárias. Não existe nesses sistemas a separação dos poderes executivo, judicial e legislativo.
O projecto da Frelimo não responsabilizava o executivo perante o legislativo, mas perante o partido. Tanto assim é que a Constituição da República Popular de Moçambique foi elaborada pela Frelimo e aprovada pelo seu Comité Central para vigorar como Lei Fundamental do país. A Constituição continha todos os traços comuns aos sistemas totalitários. A nível do poder legislativo, lê-se no Art. 37 da Constituição que a Assembleia Popular, descrita como “o mais alto órgão legislativo da República Popular de Moçambique”, era exclusivamente constituída por membros da Frelimo ou de pessoas escolhidas por esta formação politica.
Leia emhttp://www.canalmoz.co.mz/hoje/23616-ambiguidades-e-contradicoes.html
09/09/2012
Paz vai mais além da ausência de guerra e violência - Chissano
Chissano, que também é um dos dois signatários do Acordo Geral de Paz (AGP), explica que existem outros componentes pelos quais é preciso lutar.
Segundo Chissano, durante muito tempo as pessoas ignoravam esta guerra, que já se desenrolava em algumas regiões do Centro e Norte do país, desde Fevereiro de 1976, cerca de oito meses depois da proclamação da independência nacional.
Falando na semana passada, no programa “Em Foco” da Rádio Moçambique (RM), por ocasião do próximo dia 04 de Outubro, data em que o país celebra 20 anos de paz, Chissano descreveu pormenorizadamente e de forma didáctica o caminho percorrido pelos moçambicanos na busca de paz.
Durante a visita à Tanzania: Guebuza revive história da luta
Maputo, Segunda-Feira, 10 de Setembro de 2012:: Notícias
Estes locais são parte da história material da Frelimo que durante 10 anos liderou a luta armada para a libertação de Moçambique da colonização portuguesa.
A visita teve lugar na tarde de segunda-feira, tendo Armando Guebuza viajado de mini-bus juntamente com os membros da comitiva na sua deslocação à Tanzânia.
Durante a visita, Armando Guebuza acabou desempenhando o papel de guia turístico, explicando a importância dos locais visitados, durante uma digressão de cerca de hora e meia.
A visita teve lugar na tarde de segunda-feira, tendo Armando Guebuza viajado de mini-bus juntamente com os membros da comitiva na sua deslocação à Tanzânia.
Durante a visita, Armando Guebuza acabou desempenhando o papel de guia turístico, explicando a importância dos locais visitados, durante uma digressão de cerca de hora e meia.
07/09/2012
Mariano Matsinha, um dos negociadores moçambicanos do acordo de Luzaka para pôr fim à guerra colonial
Ouça aqui
In Radio France International - 07.09.2012
07/09/2012 in Acordo Lusaca e reacções - 07.09.1974, História, RADIO - TV | Permalink|Comments (0)ShareThis
"Na Frelimo era norma fuzilar", Mariano Matsinhe em 04.09.2009
Por Francisco Carmona e Emídio Beúla
Fotos de Naíta Ussene
Mariano Matsinhe (72anos), um dos símbolos da gesta de 25 de Setembro, confessa que não lhe agrada ouvir falar de órgãos de comunicação independentes. Para a velha guarda da Frelimo melhor se a designação passasse para órgãos independentes da Frelimo. Porque, acredita, dependentes o são de alguma coisa. Mas nem com isso, o homem que abandonou a engenharia civil (cursava o segundo ano) em Portugal para se juntar à Frelimo em 1962, não se coibiu em conversar com o SAVANA por quase uma hora, revivendo um percurso político sempre em reconstrução. Pelo caminho disse, entre outras revelações, que havia uma certa precipitação
(necessária?) na tomada de decisões, que os campos de reeducação não foram um erro e que, volvidos quase 45 anos após o início da luta, não se arrepende de nada. Nem dos fuzilamentos, apesar de reconhecer alguns excessos do SNASP, um órgão do regime e de triste memória.
Acompanhe alguns extractos da conversa mantida última sexta-feira em Maputo.
Sr. General, passam 34 anos após a proclamação da independência nacional. Este Setembro comemoramos 45 anos após a insurreição armada e 35 anos dos acordos de Lusaka. Quando olha para trás, que balanço faz deste Moçambique?
Recorde aqui Download Mariano-matsinhe--na-frelimo-era-norma-fuzilar-pessoas
“Urias Simango chegou a pedir à Rodésia para atacar Moçambique”
Revela Mariano Matsinha, num livro lançado em sua homenagem.
Na mesma obra, Matsinha afirma que a eleição de Guebuza para presidente do partido foi opção de alguns “camaradas”, diferente de Chissano que foi eleito por consenso e se revelou figura unânime.
O antigo combatente e ex-ministro de Segurança, Mariano Matsinha, foi ontem homenageado por meio de um livro onde conta a sua própria história, sobretudo o seu envolvimento na luta de libertação nacional.
Na obra, intitulada “Um homem, mil exemplos: a vida e luta de Mariano de Araújo Matsinha”, o combatente faz várias revelações sobre vários assuntos dentro da Frelimo.
Matsinha diz que o primeiro vice-presidente da Frelimo, Urias Simango, perfilava na linhagem incorrecta, pois contrariava sempre as ideias da maioria e nega ter estado do seu lado.
06/09/2012
Lusaka 38 anos depois: Negociações secretas possibilitaram acordos
Maputo, Sexta-Feira, 7 de Setembro de 2012:: Notícias
Quem o revela é Mariano de Araújo Matsinha, destacado combatente da luta de libertação nacional e integrante da comitiva da então Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que negociou com o Estado português o fim da insurreição geral armada do povo moçambicano contra a ocupação estrangeira e a consequente proclamação da independência nacional.
Trinta e oito anos após a assinatura dos Acordos de Lusaka, Mariano Matsinha descreve o 7 de Setembro de 1974 como data importante para os moçambicanos, explicando que foi através desta que se colocou o ponto final aos dez anos de luta e se abriram as alas para a independência nacional.
Trinta e oito anos após a assinatura dos Acordos de Lusaka, Mariano Matsinha descreve o 7 de Setembro de 1974 como data importante para os moçambicanos, explicando que foi através desta que se colocou o ponto final aos dez anos de luta e se abriram as alas para a independência nacional.
Guebuza visita locais históricos da FRELIMO em Dares-Salaam e vira guia turístico
O presidente moçambicano, Armando Guebuza, aproveitou a sua estadia em Dares-Salaam, onde na terça-feira participou na reunião da Troika da SADC sobre o conflito armado no leste da República Democrática do Congo (RDC), para visitar alguns locais que marcaram a história da Frelimo no período compreendido entre 1962 e 1975.
Estes locais são parte da história material da Frelimo que durante 10 anos liderou a luta para a libertação de Moçambique da colonização portuguesa.
A visita teve lugar tarde de segundafeira, tendo Guebuza viajado de mini-bus juntamente com os membros da sua comitiva na sua deslocação a Tanzânia. Durante a visita, Guebuza acabou desempenhando o papel de guia turístico, explicando a importância dos locais visitados durante uma digressão de cerca de hora e meia.
Entre os locais visitados destaca-se a casa onde viveu Eduardo Mondlane, presidente e fundador da Frelimo em Junho de 1962.
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