terça-feira, 16 de outubro de 2012

Obama deve ganhar as eleições, mas Romney ainda não perdeu o fôlego


15.10.2012 - 16:27 Por João Dias
 
Obama tem estado desde sábado exclusivamente concentrado na preparação do debate de terça-feiraObama tem estado desde sábado exclusivamente concentrado na preparação do debate de terça-feira (Saul LOEB/AFP PHOTO)
A má prestação de Obama no primeiro debate com Romney ter-lhe-á custado alguns votos, mas não o suficiente para perder as eleições de 6 de Novembro. As sondagens continuam a apontar a sua reeleição, embora com alguma reserva. O debate de terça-feira, onde se espera um Obama “mais agressivo”, poderá fazer a diferença.
A maior parte das sondagens aponta para uma reeleição do Presidente norte-americano Barack Obama, mas ainda é cedo para fazer apostas.

O site noticioso Huffington Post apresenta um aglomerado de sondagens onde é indicado que Obama obterá, dos 270 votos no Colégio Eleitoral necessários para a eleição de um candidato, um total de 275. Mitt Romney, o candidato republicano, terá 206 desses votos.

Se a vantagem de Obama em relação a Romney é considerável nesses termos, então também têm de ser tidos em conta os votos dos estados-volante, também conhecidos como swing states. Trata-se de estados que não têm uma preferência eleitoral histórica e tradicionalmente assente (como o Texas para o partido Republicano e a Califórnia para o partido Democrata).

A vitória num estado-volante pode ser determinante para ganhar as eleições mais renhidas. Foi esse o caso em 2000, quando, após polémicas na contagem dos votos, o candidato republicano George W. Bush se tornou o novo Presidente dos EUA após garantir o voto da Flórida. Os outros dez estados-volante são o Colorado, Iowa, Michigan, Nevada, New Hampshire, Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia, Virginia e Wisconsin.

Numa sondagem publicada pela agência Rasmussen Reportes, Romney terá 49% de votos na totalidade destes 11 estados, contra 48% de Obama. No Huffington Post, é apontado um empate entre os dois candidatos na Florida, na Virginia, no Colorado e no Nevada. Só nestes quatro estados contam-se 57 votos no Colégio eleitoral.

Obama “mais agressivo” no debate de terça-feira

“Eu acho que [Obama] vai ser mais agressivo ao tentar valer as suas ideias sobre onde devemos ir enquanto um país que é construído através de uma classe média próspera, e não com as teorias que partem dos mais altos para os baixos, como o governador Romney pensa”, disse à estação televisiva americana Fox News o principal estratega e conselheiro de Obama para esta campanha, David Axelrod.

Axelrod fez estas declarações na sequência de uma prestação apagada e fraca de Obama no primeiro debate contra Romney, no passado dia 3 de Outubro. Obama foi criticado por não ter atacado o seu adversário eleitoral com assuntos que tinha à mão, como o vídeo em que Romney foi filmado a dizer que, enquanto candidato republicano, o trabalho dele não consistia em preocupar-se com os 47% da população americana que acham que têm direito a “cuidados médicos, a comida, a casa, a tudo o que imaginarem” e que Romney nunca conseguiria que eles votassem nele.

No debate entre o vice-Presidente, Joe Biden, e o candidato republicano a esse mesmo lugar, Paul Ryan, a história já não foi a mesma. Num confronto em que a economia e a política externa foram os temas dominantes, Biden foi tudo o que Obama não foi no primeiro debate: agressivo e combativo.

A porta-voz do Presidente norte-americano, Jeniffer Psaki, garantiu aos media que “os norte-americanos devem esperar uma versão muito mais energética do Presidente Obama” no debate de terça-feira.

O conselheiro principal da campanha de Romney respondeu a estas promessas de um Obama mais agressivo afirmando que “o Presidente pode mudar o seu estilo e as suas tácticas, mas não vai conseguir mudar o seu legado”.

Romney deverá manter a sua estratégia de moderação e contenção, essencial para angariar os votos dos eleitores indecisos. Já desde o primeiro debate, Romney tem combatido as acusações de que o plano fiscal que defende beneficia os mais ricos e tem-se distanciado de questões fracturantes, como a interrupção voluntária da gravidez.

O debate incidirá em política externa e interna. Será dada a possibilidade a membros da audiência (eleitores indecisos previamente seleccionados) de fazerem perguntas a cada um dos candidatos, que terá dois minutos para lhes responder.

Obama está desde sábado a preparar o debate num resort de golfe em Williamsburg, no estado da Virginia. Romney tem feito o mesmo, embora no estado de Massachusetts, onde é governador.O encontro está agendado para terça-feira, às 02h00 hora local de Lisboa, e terá a duração de uma hora e meia.

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