domingo, 21 de outubro de 2012

MEMÓRIAS DE UM REBELDE, de António Disse Zengazenga(4)

MEMÓRIAS DE UM REBELDE, de António Disse Zengazenga(4)

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Zengazenga_gorro1Desta obra, a publicar dentro de pouco tempo, com prefácio do Dr. Máximo Dias, transcrevo mais o seguinte texto:
… …
Em linhas gerais, todos os centros de reeducação se assemelhavam.
Eram campos de trabalhos forçados, organizados em moldes militares, com reedcandos divididos em pelotões de vinte e cinco homens cada um com dois reeducandos-chefes.
O castigo mais comum era o de «chamboco». Com toda a gente na formatura, o comandante divulgava as causas da punição e decidia o número de chicotadas. Depois mandava que o prisioneiro se despisse de toda a roupa e se estendesse na areia de barriga para baixo, com os braços amarrados em cruz. Em seguida, os algozes açoitavam-no com chambocos, varas flexíveis ou com bengalas, sulcando-lhe as costas. O desgraçado retorcia-se na poeira, pedia clemência, dizendo: «Ai mamanô, desculpa, camarada comandante. Juro, palavra de honra, nunca mais».
Apesar de toda essa rogação humilhante e contínua, o comandante não dava ordem para parar com as batidas.
Os outros reeducandos, na formatura, assistiam ao castigo batendo palmas cadenciadamente e cantando um hino apropriado como: «Estás a levar porrada como Uria Simango, como Lázaro Nkavandame, como Joana Simeão».
Na Zambézia foi aberto um campo de reeducação perto da Vila de Milange para acolher as Testemunhas de Jeová. Calcula-se que eram mais de dez mil.
A contenda consistia no não reconhecimento das Testemunhas de Jeová da autoridade da Frelimo sobre Moçambique, assim como a negação, em todo o mundo, da autoridade humana sobre a Terra.
Eles recusavam saudar e homenagear a bandeira da Frelimo.
Ao romper do dia, na parada, aquando do içar da bandeira, o comandante dava os vivas da ordem: — Viva a Frelimo!
— Viva! – respondiam todos com o punho erguido, excepto as Testemunhas de Jeová.
O comandante fazia avançar um crente da formatura e repetia:
— Viva a Frelimo!
A testemunha não ecoava!
O comandante insistia:
— Viva a Frelimo!
O crente continuava calado!
O comandante mandava os guardas amarrar o homem ou a mulher ao mastro da bandeira com toda a força, usando uma corda embebida em lama e sal. Depois ia toda a gente para os campos trabalhar e o desgraçado ficava ali o dia inteiro à torreira do sol sem beber até que aceitasse gritar os «vivas». Com o calor, a corda retesava, penetrava-lhe na carne, arrancando horríveis gritos de dor ao supliciado. Enquanto não gritasse vivas o reeducando não era solto. No dia seguinte, o comandante escolhia uma outra vítima, e o ritual recomeçava.
O comandante aplicava torturas às Testemunhas de Jeová com tais requintes de sadismo que o próprio comissário político se afastava, visivelmente incomodado.
Em Cabo Delgado, no campo de Ruárua, onde havia mais de oitocentos prisioneiros políticos, batia-se diariamente, e mensalmente muitos prisioneiros eram executados na presença de outros sem que tivessem cometido um novo crime. Muitos eram metidos em buracos na terra sem roupa só com a cabeça de fora. Ficavam neste estado durante uma semana sem nada para comer.
Em M'sawize, o campo que ficava nas montanhas do distrito de Sanga, existe o mato mais denso de Moçambique. Aqueles que escapavam eram devorados pelas feras ou denunciados pelos camponeses.
O campo de M’Telela foi certamente o mais tenebroso de quantos centros de reeducação existiram em Moçambique. De 1800 prisioneiros que lá entraram, saíram com vida menos de cem, segundo acusações recentes que a Frelimo não desmente.
O campo de M’Telela ocupava as antigas instalações do quartel português de Nova Viseu, em Majume, na província do Niassa. Em 1975 recebeu os prisioneiros políticos que em 24 de Maio de 1974 tinham sido apresentados como traidores em Nashingweya aos presidentes Julius Nyerere e Kenneth Kaunda por Samora Machel.
…. … …
Veja http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/02/mem%C3%B3rias-de-um-rebelde-de-ant%C3%B3nio-disse-zengazenga-a-publicar-brevemente.html
NOTA:
Se a FRELIMO de hoje é a mesma de há 50 anos para cá, como afirmam, bem estão os moçambicanos...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

Comments

1
licos ivar said in reply to Matolinha...
Coitada da Moreno que por ter uma cor da pele clara demais (não é preta) teve logo de ouvir........ Diz o Sr.O Sr.permite-me de fazer uma simples simples correcçao?
- A Zinha (como a conhcemos nós)nao é negra nem branca-mas sim "mixed race"...Mas ela sente-se mais negra moçambicana do que Branca Moçambicana...Se,ela quizesse poderia bem ficar e viver em Lisboa-pois tinha boas (muito boas) capacidades economicas porque o pai era um milionario.A Zinha adora Moçambique....A maioria do pessoal de "mixed race"nos Estados Unidos,Canada,Inglaterra,Australia e na Europa é considerada pelos "donos deste planeta- brancos... como negros...Mas,garanto-lhe eu que a Zinha nao está preocupada pela côr da pele que tem se bem que tenha sofrido um pouco na Suiça onde estudou e especialmente com certos estupidos racistas portugueses...Repito:certos portugueses e nao todos....Quando passei por Lisboa notei que os "retornados" portugueses tambem eles sofriam tanto como os negros..Coitado de Portugal!...Basta ver as comunidades Portuguesas em Londres,Nova Iorque,Bruxelas,Paris,Adelaide....
2
Matolinha said...
Depois de me ter tratado tão bem (Vossa Excelência), sinto-me na obrigação de fazer o mesmo consigo. Neste caso tratá-lo-ei por Sua Alteza Real (S.A.R), dado que na Organização a que pertence as “coisas” se processam de forma análoga às Monarquias (onde nem faltam Bobos da Corte, Carrascos e o poder passa de “pais” para “filhos”).
Consta até, que certo dia (noite) o avião que levava o “Rei”, “falhou” a pista por muitos e muitos quilómetros e consta também que nessa viagem a “Corte” preferiu ficar no Palácio. Traição e Morte? Talvez!
É,o que eu chamaria um verdadeiro Golpe Palaciano.
A Josina Machel “foi um ar que lhe deu”, a ela e outros, tantos outros. Mas já vi que S.A.R só se vai acreditar no dia em que lhe acontecer alguma coisa a si ou aos seus.
Só espero que não, prefiro sinceramente que a verdade chegue até si de uma maneira menos dura, menos cruel.
Diz que a Frelimo é vítima de conspiração. Engraçado, sempre achei o contrário e parece que não sou só eu. Pena é que alguns milhões de outros não tenham nem computador nem Internet e pior, nem saibam ler nem escrever. É que assim é lhes mais difícil contar tudo o que têm vivido.
Nos dias 7 de Setembro de 1974 e de 25 de Junho de 1975 em diante a Frelimo não TRAIU o povo moçambicano, na verdade o que esta pretendeu foi poupar apenas a maçada ao povo de ter de participar em eleições livres e justas. Sem esquecer a razia que foi feita aos partidos políticos que existiam na altura e suas respectivas figuras (sonhei ou foi mesmo verdade?).
S.A.R “…amar a oposição? devemos odiá-la? Devemos admira-la?”
– Foi o que perguntou. – Eu respondo: Porque não respeitá-la?
Por exemplo:
Durante as campanhas eleitorais.
S.A.R “…ofensas gravíssimas a gente inofensiva, de calunias torpes a homens inocentes,…”
- Calúnias torpes são as que eu tenho visto ser feitas pelo seu “partido”.
Coitada da Moreno que por ter uma cor da pele clara demais (não é preta) teve logo de ouvir. Fiquei, na altura, bastante admirado que a Organização das Mulheres Moçambicanas tivesse deixado passar este caso em “claro”, preocupando-se, aí sim, com o anúncio à “Laurentina Preta”.
É que, independentemente da cor da pele, era uma mulher que estava a ser atacada. E de que maneira.
S.A.R “Sim, também há ingratidão na opinião de conceituados críticos, porque os homens que hoje se apresentam em público atacando deslealmente a Frelimo é a ela que devem a sua carreira profissional e toda a instrução que possuem,…”.
- Foi bom saber disto. Dito por si ainda soa melhor. Fiquei feliz por saber que ainda há gente que não se vende nem se deixa comprar. Pelos vistos não trocaram a dignidade pela sua instrução ou carreira profissional. Mas, como alguém diria: “Cães que não conhecem o dono”.
S.A.R “Como é que V. Excia se atreve a delatar homens de quem recebeu benefícios, a acusar torpemente uma sociedade de que parentes seus, até provavelmente irmãos, são dignos membros?”
-Desculpe S.A.R. Mas deve-me ter confundido. Talvez com algum parente ou amigo seu. Se é que os tem.
Por fim:
Sabe, eu estava no Estádio da Machava no dia (noite) 25 de Junho de 1975, Dia da Independência e lá, vi hastear pela primeira vez a Bandeira de Moçambique, curioso é que hoje a Bandeira de Moçambique já não seja a mesma. Agora bandeira do meu país passou a ser a bandeira do seu “partido”. A isto chama-se Propaganda barata? Ou Traição? Não se admire se eu for mais pela segunda hipótese.
Terror Traição e Morte.
Menti?
Matolinha.
P.S. Não tive o mínimo prazer em responder-lhe, por isso agradeço que de hoje em diante não dê importância aos meus comentários. Farei o mesmo em relação aos seus.
3
Francisco Moises said...
Nao ha duvida que os senhores Matolinha e Eusébio explodiram aqui e cada um deles explodiu a sua maneira. Nenhum deles esta completamente errado ou fora do enorme contexto que a Frelimo criou em Moçambique. Se ha um deslizo da parte de Matolinha, ele escorregou com as suas generalisaçoes. Penso eu que o problema reside em generalisaçoes. E foi este mesmo ponto que Eusébio tomou em conta para lançar o seu contra-ataque a algumas da generalizaçes do Matolinha
Estou certo que todos nos generalisamos quando falamos em termos colectivos. Muitas vezes condenamos a Frelimo quando queremos nos referir aos seus lideres. O mesmo tambem o fazemos com a Renamo quando na verdade queremos criticar Afonso Dhlakama e a sua liderança. Nao posso falar da liderança da Renamo visto que esta nao existe. O que existe é so a liderança do senhor Afonso Dhlakama que toma conta de tudo e e decide de tudo.
E posso dizer que nem é culpa do Matolinha quando generalisa as coisas. As posiçoes das pessoas estao polarisadas devido as acçoes dos dirigentes da Frelimo. Tudo isto é culpa dos dirigentes maximos da Frelimo que acarentam com eles toda a Frelimo, forçando assim as pessoas a tratar toda a Frelimo como criminosa e genocidaria. A tese de generalisar a Frelimo ou a Renamo jamais sera aceite pelo Tribunal Internacional de Justiça visto que nao se pode tomar para o tal tribunal todo e qualquer membro da Frelimo, culpado ou inocente de crimes ou roubos do dinheiro do povo.
Agora porque é que Eusébio tem tambem razao nos seus argumentos? Quando alguem no seu entender disse aqui neste blog que eu era inimigo ferronho da Frelimo, eu repudiei esta afirmaçao dando o exemplo do papel que eu e outros desempenhamos para corrigirmos os erros e acabar com os crimes contra a humanidade na Frelimo. Nunca combatemos a Frelimo como tal. Na verdade, enfrentamos a criminalidade ao nivel da liderança. Lutamos para melhor a Frelimo. Nao fomos capazes. Perdemos, mas nunca jamais nos declaramos inimigos da Frelimo.
A partir do tempo que eu e os outros nos vimos forçados a sair da Frelimo para nos salvarmos as nossas vidas, sempre atacamos a liderança da Frelimo e nunca a propria Frelimo quando falando ao mundo exterior.
O exemplo da minha abertura ao sr. Eusébio que apareceu neste blog abertamente identificando-se como membro da Frelimo enquanto eu era alvejado por assaltos dum Frelimo com mil e um nomes incluindo nomes femininos, deve ter espantando certos leitores incluindo o proprio frelimista que me insultava por razoes que vao alem das nossas posiçoes politicas. O homem queria se vingar contra mim aqui visto que nao lhe dei o dinheiro que ele tinha pedido de mim. Porque razao é devia lhe dar dinheiro, nao percebo. O sermos ambos oriundos de Mutarara nao é uma justificaçao.
Tambem quantos mutararenses quererao ajuda? So eu um banco ou uma mina? Donde que apanho o dinheiro para distrui-lo a cada vagabundo que passar perto de mim?
Enquanto evitarei me ver cara a cara com certos homens da Frelimo tais como Chissano, Guebuza, Marcelino dos Santos, o TaMok Sérgio Vieira, por causa da parte que jogaram nos crimes contra a humanidade, seria contraprudecente extender o meu desgosto daqueles individuos a todos os da Frelimo. Nao podia desgostar do sr. Eusébio por simplesmente ele ser da Frelimo, pondo de lado o facto que fui tambem da Frelimo.
Encorajaria eu que aqueles da Frelimo que conhecem bem os altos individuos que ordenaram os desmando, se agarrem nestes criminosos e os lancem para fora para alterar as coisas dentro da orgnisaçao. Alias, eu ja disse que os oficiais da Renao lançassem Dhlakama para fora se querem salvaguardar a sua organisaçao.
Ao lançar este debate em que distingui os criminosos e os nao criminosos na Frelimo,
sabia eu que podia provocar um debate que apesar das estribeiras perdidas por uns ou outros contra mim e entre os comentadores, considero a franca discussao das posiçoes, se bem com emoçoes, é uma importante faceta da liberdade que queremos ver e todos gozarmos em Moçambique -- isto é que nem os lideres da Frelimo e nem o Dhlakama na Renamo nos permite.
A hipotese de que todos na Frelimo sao criminosos nao se sustenta. Mesmo os nazis que foram banidos eram todos criminosos. Quantos membros do tal partido socialista alemao, o Partido nazi, foram enviados para campos de concentraçao. Nao nos esqueçamos que no dia 20 de Julho de 1944, um grupo de oficiais tentaram assassinar Adolfo Hitler e a vingança de Hitler foi rapida com fuzilamentos e enforcamentos e envenenamento forçado como ao qual foi submetido o Marechal Erwim Rommel.
Entre os khmers rouges, houve desertores incluindo o actual Primeiro ministro do Camboja, Heng Samrin que foi um comandante dos khmers rouges e se aliou aos vietnamitasbque o puseram no poder depois de derrubarem o sanguinaio Pol Pot. E houve muitos outros que foram eliminados ou foram obrigados a fugir por nao concordar com as acçoes de Salot Saar, alias Pol Pot.
Durante a historia do agora quase nao existente Partido comunista da Uniao soviética, houve muitas purificaçoes das fileiras dos individuos do partido que foram eliminados em milhares por nao apoiar o que o camarada Josef Estaline estava a fazer ou o que os lhe seguiram faziam.
Portanto a Frelimo nao é uma excepçao em que todos os membros da Frelimo sao criminosos. Se aceitasse esta hipotese, estaria a condenar-me a mim mesmo visto que tambem fui membro da Frelimo que ferozmente combati os vagabundos tais como Marcelino dos Santos e Aurelio Manave que batia.
A tendencia de colectivisar os crimes ordenados por alguns pode acaretar consigo o perigo des grandes crimes como aqueles que a Frelimo cometeu e que dizia no meu embro na década de 1968 que quem nao apoia a Frelimo, nao é moçambicano e nao mereca viver e os lideres da Frelimo mandaram fuzilar muitos individuos daquela raia.
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Eusébio said in reply to Matolinha...
Saudações!
Fomos indirectamente atacados no final desta manhã. Por isso, viemos protestar solenemente contra alguns dos enunciados como se segue: «falar da Frelimo, é falar de uma organização de Terror Traição e Morte e dentro dessa organização estão todos os que com ela se identificam». Vossa Excelência devia era perceber que muitos dos que se empenham na conspiração contra a Frelimo acham boas todas as armas e aproveitáveis todos os ardis, desde a calúnia largamente propagada até aos meios políticos mais violentos. Puseram ao serviço da sua causa muito dinheiro e muita influência e podem ter recebido grossas quantias para nos atacar em artigos difundidos com profusão.
Na lista dos adversários, e talvez na lista dos adversários comprados, aparecem-nos muitos aproveitando de incidentes já torpemente explorados por certos canais, e cujos autores dos actos aludidos já se mostraram não arrependidos, por isso conhecidos, para publicitar opiniões em que as mentiras são manifestas, as contradições pasmosas e a má-fé evidentíssima, opiniões em que tudo é reles e condenável, desde a linguagem, que é avariada e impropria para a democracia, até as mentiras mais repugnantes, às falsificações mais objectas e a ingratidão mais hedionda. Como V. Excelência quer incluir a geração que entrou depois do 92 na mesma linha de 25/09? Quererá com isso dizer que quem dorme perto do cemitério é morto, já que ´´TÃO LADRÃO É O QUE ROUBA COMO O QUE FICA À PORTA"?
Fico com dúvida se V. Excia quer que todos se identifiquem com a vossa escolha! Quer que nós aprendamos a amar a oposição? devemos odia-la? Devemos admira-la? Devemo-nos compadecer dela? Eis o que pretendemos saber sem demora. Atacar indistintamente todos os que se identificam com a Frelimo, não encontrando um só inocente que mereça respeito, pelos seus membros, pela sua organização, é um acto de ingratidão, uma tentativa de picar a curiosidade pública. Este rancor desenfreado contra nós resulta de uma reflexão seriíssima, de suma responsabilidade e cheio de provas. Mas falha alvo, porque se trata de ofensas gravíssimas a gente inofensiva, de calunias torpes a homens inocentes, do descrédito de uma sociedade colectiva respeitável, de ingratidão mesquinha para benefícios recebidos.
Sim, também há ingratidão na opinião de conceituados críticos, porque os homens que hoje se apresentam em público atacando deslealmente a Frelimo é a ela que devem a sua carreira profissional e toda a instrução que possuem, e que, por culpa do discípulo, não é muita. Passam uma esponja por sobre o seu passado, abafam a voz da consciência que lhe brava justiça, e planeiam uma propaganda de descrédito infame contra aqueles que os receberam carinhosamente, que lhes deram o pão do corpo e do espirito, que os trataram sempre com afecto da caridade: eles próprios não se atrevem a nega-lo.
O valor moral do vosso discurso afira-o cada um pelas leis da consciência: não ousaremos classifica-lo aqui com todo o rigor da expressão, porque não encontramos palavras convenientes para o fazer. V. Excia simplesmente está a ofender a crença que lhe fora ensinada no berço pela Frelimo e a ocasião vos é magnífica, o que vos pode tornar asquerosos aos olhos dos moçambicanos. Como é que V. Excia se atreve a delatar homens de quem recebeu benefícios, a acusar torpemente uma sociedade de que parentes seus, até provavelmente irmãos, são dignos membros? Esse desamor me arrasta implacável e irresistivelmente a esta contestação sem me esquecer da compaixão dolorosa e a lembrança viva, que conservo e conservarei, das dores, das amarguras, dos sofrimentos, das torturas morais de toda a espécie a que muitos moçambicanos se viram submetidos!
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Matolinha said in reply to Francisco Moises...
FRANCISCO MOISÉS, nunca esqueça este ditado:
"TÃO LADRÃO É O QUE ROUBA COMO O QUE FICA À PORTA".
"Apesar de tudo que se possa dizer, eu considero que houve e ha um bom numero de pessoas na Frelimo que nao gostaram e nao gostam de ver e ouvir que a Frelimo foi transformada num instrumento de genocidio em Moçambique."
Se há um bom número de pessoas na Frelimo que não gostaram do que viram ou ouviram, só tinham uma coisa a fazer: Afastar-se o mais possível. Mas ao invés disso por lá continuam e continuarão, mesmo que o "prato onde comem" esteja totalmente cheio de sangue de moçambicanos.
Falar da Frelimo, é falar de uma organização de Terror Traição e Morte e dentro dessa organização estão todos os que com ela se identificam.
É chocante que perante tantos factos ainda se tente (em vão),argumentar ou arranjar defesa.
Mais:
"Os proprios membros da Frelimo, a maioria dos quais nao cometeram os crimes de que falamos, podem encabeçar um tal processo da confessao dos crimes que a sua organisaçao cometeu. Tudo começa por reconhecer que crimes se cometeram."
Acha sinceramente que algum dia isso possa acontecer?
E mesmo que acontecesse, acredita que a simples confissão dos crimes sarásse as feridas que ficaram abertas?
Acredite que nem o mais pequeno arranhão será perdoado.
E se houvesse arrependimento, acredita que fosse sincero?
As coisas não são assim tão fáceis.
Fala-se de vários campos de reeducação e no entanto que eu saiba "só" houve e continua a haver um único campo de reeducação, chama-se: Moçambique do Rovuma ao Maputo.
Não tenha dúvidas. Matolinha.
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umBhalane said...
Já não há muita gente a acreditar no Pai Natal - sim, esse mesmo, o Velhinho gordo e bonacheirão, que em pleno Inverno, neve e muito frio, se desloca num trenó rebocado por renas, e distribui prendas pelos meninos de todo o mundo!!!
Em África, e para os Africanos, por maioria de razão, é muito mais difícil acreditar - neve, renas, e as prendinhas!, cadê delas...???
No entanto é bem mais fácil acreditar no Pai Natal, com muita neve, trenó, renas e muitas prendinhas...em África, do que acreditar na regeneração/reparação da frelimo!!!
Fungulane masso (abram os olhos).
IMPLOSÃO/EXPLOSÃO 100 vezes, pelo menos, muito maior/mais forte que a do paiol de Maputo.
REVOLUÇÃO POPULAR, genuína - o Povo a "varrer" o lixo.
Nada de paninhos quentes, nem canjas de galinha - isso é para os doentes.
E ATENÇÃO AOS FALSOS “PROFETAS”.
A liberdade e o poder CONQUISTAM-SE.
A LUTA É CONTÍNUA
7
FranciscoMoises said in reply to Benedito Marime...
Sr. Marime,
Triste ouvir que isto de ser reeducado foi o que se passou consigo. Foi parte duma grande tragédia que os mais capacitados que uma naçao precisa foram eliminados ou inutilisados por um gang que so tinha odio nos seus coraçoes.
Nao se admire o sr. Marime que nao se oiça mais do tal Chingo. Sabe que durante o tempo do camarada Josef Staline os que eram mandados executar pessoas eram tambem mortos para remover evidencia. Penso que o camrada TaMok Sérgio Vieira e os seus socios conheciam esta tactica stalinista.
É tambem possivel que o tal Chingo tenha sido liquidado, aniquilado. "A Frelimo mata, camaradas. A Frelimo liquida, companheiros. A Frelimo aniquila, companheiros," como nos avisou um camarada comandante da Frelimo em Dar Es Salaam em 1968 que nos disse que estivemos "a brincar com a etapa" segundo Sebastiao Mabote que tambem falava a alguns estudantes do Instituto moçambicano sobre esta questao de nos revoltarmos contra a liderança de Eduardo Mondlane.
...mas Sebastiao Mabote saiu a correr do Instituto e de Dar Es Salaam visto que logo que ele pronunciou a sua ameaça, alguns estudantes correram a policia tanzaniana que simpatisava com os estudantes para lhes dizer que havia alguem da liderança da Frelimo que estava a nos ameaçar.
É que depois da invasao do Instituto moçambicano pelo gang de Samora Machel,Joaquim Chissano, Aurelio Manave e Luis Arrancatudo na noite de 3 de Março de 1968 que vieram armados de pistolas e cujo plano foi neutralisado por uma intervençao rapida da policia tanzaniana, o oficial da policia que comandou a intervençao e que tinha detido Machel e Chissano disse-nos que deviamos logo informar a policia se um lider da Frelimo viesse nos ameaçar.
8
Francisco Moises said in reply to MACUA DE MOÇAMBIQUE...
Gil,
La esta o fundo da questao. A nossa chamada liberdae e democracia sao controladas e implementadas duma maneira calcualada para nao perigar os interesses daqueles que estao no poder. Os entrevistadores sao sejam agentes da Frelimo ou seja simples empregados que tenham sido dado diretrizes sobre que perguntas fazer e o que nao investigar.
Os que vivem nas ditaduras sabem que é muito perigoso fazer perguntas ou falar de cousas que possam enfurecer o poder. Os entrevistados sao membros da Frelimo e estao la para enaltecer a propaganda da Frelimo. E como é cultura bem enraizada na Frelimo, na Frelimo nao se fala dos retrocessos mas sim sempre das glorias que foram alcançadas pela Frelimo, que tais glorias sejam reais ou fantasias.
A Frelimo nao consegue fazer uma auto-critica, embora tivesse usado este termo no sentido maoista de forçar os ditos inimigos do povo para confessar os seus crimes antes de castiga-los ou de elimina-los depois dos inimigos terem dito coisas que nao fizeram na esperança de que iriam ser perdoados.
Os que podem recuar e reparar para o passado como o faz Eusébio aqui sao muito poucos embora sejam muitos na Frelimo que nao o fazem. Sao intelectuais de alto calibre como o sr. Eusébio que tem uma consciencia livre e limpa por nao ter sido parte dos crimes que se cometeram. E como ele diz e concordo, a comoçao para se expor o passado e o esforço para mudar a situaçao em Moçambique é uma tarefa dos moçambicanos e deve se fazer em Moçambique.
E sera uma falacia pensar que o mundo exterior vai forçar as mudanças em Moçambique. O mundo exterior nao esta para o bem do povo moçambicano. Todos aqueles que ajudam a Frelimo tem os seus interesses e nao o fazem por estupidez e nem por amar a Frelimo. Eles so querem que a Frelimo dance a sua musica.

Nao ouvimos Obama acusar um certo Mohamed Bachir Sulemane de envolvimento em trafico de drogas em Moçambique e logo depois ouvimos que um contingente das forças americanas empreeendeu uma manobra militar com os seus homologos moçambicanos?
Por bem ou por mal, as mudanças virao de dentro de Moçambique. A Renamo calculou mal ou nao conseguiu mudar a situaçao visto que o seu lider nao pensa mais do que os lideres da Frelimo que ele combateu para o poder e nao para a liberdade e democracia de que os moçambicanos sonham. Pelo seu pensamento so estar na consolidaçao do poder que detem na Renamo e para alcançar o poder maximo que Guebuza agora ocupa, Dhlakama divide e estilhaça a sua propria Renamo, o que bem contenta a liderança da Frelimo.
Fala nos de manifestaçoes populares para derrubar a Frelimo e nada acontece. Fala nos de aquartelar os seus homens e nada acontece. Este é Dhlakama que individuos deviam conhecer e entender... confuso e desconhecedor da propria situaçao moçambicana.
...mas Dhlakama é so um individuo transiente como o foram Mondlane, Machel e Gruveta e outros. Sou tambem uma ilusao. Ele Dhlakama é uma ilusao e nao é a realidade como diriam os Hindus que dizem que tudo o que existe no mundo material é ilusao e transiente e que a unica realidade é o Divino ou o Brahman no exterior e Atman no nosso interior.
Todos estes que ocupam os poderes sao transientes e no fim ao cabo permanecera a naçao moçambicana que é uma realidade. Bem que os sabios hindus meditando a beira do sagrado Ganga (rio Ganges)chegaram a esta conclusao milhares de anos antes de Cristo. As mudanças virao desta realidade que é a naçao moçambicana que é uma realidade permanente.
9
Benedito Marime said...
Para que conste, o comandante do campo de reeducação de Carico, Milange, Zambézia, onde estavam as Testemunhas de Jeová, a partir de 1977 foi um tal Chingo, ido de Sacuze, Gorongosa, onde eu fora internado no mesmo ano. Após o lançamento da campanha da "legalidade", foi transferido para o Ministério da Agricultura, onde esteve afecto em Marracuene, até 1983, pelo menos. De aí em diante, deixei de ouvir falar dele.
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chacha said in reply to Eusébio...
Parece-me que sr Eusebio 'e mesmo atento aos sinais do tempo. Nao sei se essa conversa 'e tambem ouvida pelos visados tenazes. Como sr Eusebio faz parte do mesmo circulo seria altura de aconselhar aos seus das marcas negativas essas acoes deixam na sociedade. 'E claro que 'e um dinheiro perdido. Tarde ou cedo havemos de assistir a demolicao das mesmas 'estatuas' que tenazmente estao sendo arguidas.
11
umBhalane said...
A frelimo NÃO tem reciclagem - não presta mesmo, e definitivamente de vez.
E quanto mais depressa for o funeral, menos vai cheirar mal o cadáver - sim, porque a frelimo já é um cadáver.
E como acontece muitas vezes, está-se a adiar a notícia da sua morte apenas para se TENTAR arranjar uma saída/solução.
Não sendo macangueiro (cuche-cuche) poderoso como aqueles de Baoaze, mesmo assim arrisco, e agora invoco OBAMA - espero que o seu 2º mandato traga grandes novidades para a África dos Pretos, como os próprios gostam de a chamar.
A única dúvida que tenho é como vai ser gerida a situação, e se o vão conseguir, isto é, sem sangue/convulsão/REVOLUÇÂO GENUÍNA E POPULAR.
Porque passar uma esponja sobre TODOS OS CRIMES contra a humanidade - isso é que não.
"Porcauso"?, mal que pergunte.
JUSTIÇA.
A LUTA É CONTÍNUA
12
Eusébio said in reply to Francisco Moises...
Há um erro de cálculo entre a Frelimo de hoje e a idade dos seus fundadores, mas a demora da confissão só serve para popularizar em Moçambique as ideias de uma Frelimo criminosa. Não temos dúvidas. O senhor não pode imaginar quanto ficamos constrangidos só de saber que a História testemunhou o fim forçado de grandes movimentos e partidos, como os que Dr. Moises fez menção, ou recentemente, o Ba'ath de Saddam Hussein o que para a Frelimo é mais probabilidade do que hipótese. De facto, precisamos encarar isto sem vergonha tal como a Alemanha tirou as listas de todos os torturadores sem precisar de mitos.
Apesar da nossa clarividência e da nossa profunda reflexão histórica, nós encaramos os acontecimentos apenas na perspectiva de manutenção do poder, de quem somos porta-vozes, esquecendo-nos da manutenção do partido, de quem somos progenitores. E isto constitui erro mas penso que o futuro presidente deverá dar mostras de comprometimento para a reconciliação nacional que só será efectiva quando todos os moçambicanos se sentirem representados quer nas praças de heróis quer nos manuais de ensino. Ignoramos a importância de muitos elementos constitutivos da mudança. Daí, presumivelmente, a nossa indiferença pelo problema da redistribuição da riqueza e do poder.
Essa lacuna, contudo, não reduz a nossa importância política em construirmos alicerces seguros para o futuro, mas não nos devemos conservar cegos ao que aconteceu. Comecemos pela epígrafe que abre aquele cântico revolucionário e que é sinonimo do pensamento geral em marcha: «não vamos esquecer o tempo que passou» . Sim, Sr. Licos e Dr. Moises «quem pode esquecer o que passou?». Esta interrogação aplica-se a todas as vítimas que são o povo moçambicano e não apenas ao regime colonial como seria de esperar. Zengazenga faz bem relatar estas tristes memórias. A consciência de um povo não se faz com a ajuda de exércitos mercenários mas com vassalos.
Tem razão as vozes da oposição que se aproveitam desta circunstância, para criticar a administração e qualquer silêncio significa um consentimento colectivo, facto que pode contribuir igualmente para a perca do nosso protagonismo nos próximos 10 anos. A miséria do povo não poderá, certamente, ser a causa da explosão da revolução, mas a consciência deste, porque os jovens que não conheceram Moçambique dos anos 80, e que vêm hoje os ricos pelo suor e sangue dos seus pais irão buscar a origem do descontentamento que se encontra no passado e, daí, estabelecer relações que determinarão o futuro merecido.
O silêncio aumenta a esperança tal como a miséria aumenta a ignorância e esta, por sua vez, aumenta a ignorância. Estes três elementos (esperança, miséria e ignorância) ainda estão em luta e falta-lhe um elemento detonador para que entremos em pânico e que não prefiro pronunciar neste fórum, simplesmente porque não desejo este fim vergonhoso, cujas primeiras vítimas serão as estátuas. Fiquei impressionado, há uma semana, quando encontrei, na Rua da França, algures a entrada da UEM, um grupo de jovens que discutia questões relacionadas com quanto dinheiro pode ter sido gasto para mandar fazer e transportar as estátuas do malogrado. Curiosamente, o mesmo debate estava a decorrer ai junto da Biblioteca Brazão Mazula, mas neste sentido, uma moça morena questionava quanto dinheiro o presidente gasta para ir fazer a inauguração de estátua. Portanto, nós próprios estamos a cavar a cova profunda deixando as escada para fora da cova. Que a mesma coragem que nos moveu a lutar contra Portugal se mantenha para conseguirmos pronunciar a palavra «perdão».
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MOÇAMBIQUE PARA TODOS tem chamado a vossa atenção para uma série de entrevistas que a STV tem feito aos "heróis" moçambicanos e que estão reunidas em http://www.mocambique.tv/documentarios/frelimo-50-anos/
sob o título FRELIMO: 50 ANOS.
Porque será que nem os entrevistadores perguntam ou os entrevistados falam sobre este período da história de Moçambique? Ignorância? Esquecimento? OU...?
Fernando Gil
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licos ivar said in reply to Eusébio...
Estou bem convecido se,a Frelimo como Partido Politico tivesse a humildade,amor huamno e respeito ao Povo Moçambicano pedir perdao e compreensao dos actos cometidos quando ela (a Frelimo)era Movimento de Libertaçao e quando dirigia o País nos anos 70 e 80,o Povo Moçambicano compreenderia e perdoaria...Por contrario a Frelimo,orgulha-se por ter fuzilado muitos moçambicanos inocentes..Sinceramente,incmopreensivel!...E que tipo de Moçambicnos foram esses lideres da Frelimo??...Terao eles realmente amado o povo Moçambicano ou tentavam eles defender os interesses do Cruel e desumano Partido Frelimo??
Licos
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Francisco Moises said in reply to Eusébio...
Houve organisaçoes que foram para o fundo das aguas visto que foram considerados como tendo sido colectivamente genocidarios tais como os Nazis, o Partido Comunista da Uniao soviética, os Khmers rouges e alguns outros. Tais movimentso foram entendidos como tendo sido colectivamente genocidarios visto que houve uma percepçao de que todas as pessoas naqueles movimentos jogaram um papel activo e decisivo na tragédia genocidaria nos seus paises.
Infelizmente, a Frelimo tambem cae nesta categorisaçao com o perigo de que um dia, depois de se virar o disco, se se virar o disco -- a Frelimo podera ser banida da cena politica moçambicana como uma organisaçao genocidaria.
Mas na minha percepçao, os crimes genocidarios que a Frelimo cometeu foram desmandos ordenados pela cupula maxima da liderança da Frelimo e cumpridos fervorosamente por alguns algozes que tinham sido apontados para implementar as tarefas de liquidaçao dos moçambicanos considerados como inimigos do povo.
Sera que toda a Frelimo é realmente culpada dos crimes mandados pelos algozes no poder? A resposta é que os lideres da Frelimo quase que sempre mantiveram silencio sobre as matanças que ordenavam para que os seus embmros nao soubessem o que se passava. E assim aconteceu com muitos incluindo aqueles que foram exibidos, maltratados, torturados, desgraçados em Nachingwea e foram posteriormente liquidados em Moçambique.
Embora a Frelimo paradou os infelizes em Nachingwea para todo o mundo ver os chamados "traidores", esta mesma Frelimo nunca tao publicamente anunciou que matou as tais pessoas e divulgou o campo da sua matança. Mas pouco a pouco, os segredos começaram a sair atraves dos documentos da Frelimo tais como o algoz frelimista Jorge da Costa do SNASP entregou aos sul africanos depois de ter fugido para a Africa do Sul. Tais segredos tambem sairam da sacola visto que alguns que os presenciaram tiveram a coragem de falar deles embora nao publicamente.
E sob pressao, o Ta Mok Sergio Vieira, gabou-se dos actos genocidarios cometidos pela Frelimo. Ta Mok foi um comandante uniperna khmer rouge que foi muito feroz na comissao de crimes genocidarios em Camboja. Diz se que mandou matar mais de 15,000 pessoas.
O Ta Mok Sergio Vieira tinha dito outrora que os prisioneiros politicos de Mitelela tinham morrido quando a Renamo atacou o campo onde estavam, enquanto se sabia que os guerrilheiros da Renamo nao tinha chegado no Niassa em 1977.
Gabaram-se tambem sobre os crimes genocidarios o Marcelino dos Santos e Mariano Matsinhe e outros Himmlers da Frelimo.
Estes assassinos-em-chefe gabaram-se dos crimes que mandaram cometer ou cometeram visto que estao enlouquecidos. O sangue dos inocentes faz com que os assassinos se enlouqueçam de acordo com a cultural africana. Os espiritos daqueles que eles assassinaram e mandaram assassinar vingam-se pouco a pouco. E assim foi com o Magarila Mandevu que recebeu uma rajada relampaga do céu la em Mbuzini e desapareceu como que por encanto para se ajuntar aos seus antepassados la em Gaza.
O poderoso Magarila desapareceu. Quase que incrivel! O deus enlouquecido pelo sangue dos muitos que assassinou e mandou matar encarou a vingança dos espiritos das suas vitimas. Nao se brinca com as vidas dos outros. Sempre se paga, camaradas. Quem mata pela espada pela morrre, como salientou Jesus Cristo. O bom Yeshwa (hebreu para dizer Jesus) sabia de que falava. Jesus foi a corrupçao do nome Yeshwa que os imperialistas e colonisadre romanos nao podiam dizer. Tinha que ser Jesus (pronunciar Yesus)
Apesar de tudo que se possa dizer, eu considero que houve e ha um bom numero de pessoas na Frelimo que nao gostaram e nao gostam de ver e ouvir que a Frelimo foi transformada num instrumento de genocidio em Moçambique.
Pode a Frelimo indireitar as coisas? Nao falemos disto -- quase que é impossivel. Mas os seus lideres podem tomar a realidade dos males, dos desmandos, crimes e do genocidio que cometeram e confessar o mal que cometeram e prometer que nao cometerao mais crimes e colocarem-se a censura dos moçambicanos. Somente um tal acto podera reconciliar a naçao moçambicana apesar do que o Ta Mok Sergio Vieira e os seus companheiros algozes dizem e se gabam dos crimes cometidos.
Os proprios membros da Frelimo, a maioria dos quais nao cometeram os crimes de que falamos, podem encabeçar um tal processo da confessao dos crimes que a sua organisaçao cometeu. Tudo começa por reconhecer que crimes se cometeram.
*** A noticia que acabamos de receber dum ex-prisioneiro moçambicano que fugiu e se encontra no Malawi diz os assassinos da Frelimo partiram e removeram os olhos da Joana Simeao antes de mata-la.
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Eusébio said...
Tinha razão Jorge Jardim, pena que o seu testemunho não foi levado em consideração pela comunidade internacional. A segunda tragédia era evitável. Diz ele que: Na história que os velhos irão repetir, em torno da fogueira que em cada noite se renova, ficará apenas a lembrança dessa horrível tragédia. Lição para todos à custa do sofrimento de tantos. Lição para os jovens aprenderem e para os filhos deles ensinarem. Penso que a própria «Frelimo», quando recuperar a sua autenticidade moçambicana, poderá definir os rumos da salvação nacional. Sei que existe na «Frelimo», maioria de homens que são, na verdade, os genuínos nacionalistas que o Presidente Kaunda me apresentou com sinceridade da qual, ainda hoje, não duvido. (Jardim, Jorge, Moçambique, Terra Queimada, 1976, pp. 12 e 29).
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Francisco Moises said...
O que o Dr. Zengazenga reporta aqui esta em harmonia com o que o Rev. Daniel Sithole relata no seu documento "A Tragedia moçambicana" de 1981.
Uma carta que recebi dum individuo de Maputo punha o numero dos prisioneiros no campo de concentraçao de Milange por volta de 15,000 enquanto que o Dr. Zengazenga obteve o numero de 10,000. Trata-se duma variaçao. De todas as maneiras, o numero dos re-ducandos e concetrandos era imenso em Milange.
A carta falava deste castigo como reportado por Zengazenga de amarrar os braçoes dos prisioneiros testemunhas de Jeova com cordas molhadas em agua salgada, o que paralisava muitos prisioneiros e muitas vezes permanentemente. Alguns anos mais tarde quando Chissano entrou nas suas piadas se meditaçoes transcendentes com a ajuda de Mahesh Maharishi Yogi, ja falecido, para tentar encontrar alguma paz com a sua mente perturbada em virtude dos seus crimes hideondos, disse a um grupo de Testemunhas de Jeova:"nos fomos muito duros para convosco."
De salientar que outros Testemunhas de Jeova eram enviados para o Gulag de Niassa. Milhares e milhares de moçulmanos foram tambem despachados para os campos de concentraçao frelimistas em Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
Gente que tentava fugir daqueles campos eram muitas vezes, quando apanhada, fuzilada em reunioes publicas onde os outros prisioneiros eram forçados a assistir para saberem o que lhes aconteceria se tambem tentassem fugir. Mas muitos fugitivos eram atacados e comidos por animais selvagens ou pereciam nas matas de acordo com José Vilanculos que conseguiu fugir do campo da morte de Ruarua até Nairobi onde tinha outrora vivido.
Houve na mesma alguns que tentaram e conseguiram fugir e salvar as suas vidas algures no Malawi, na Tanzania, uns poucos chegaram no Kenya como o Rev. Daniel Sithole cuja declaraçao em português gravei e traduzi para o inglês que a embaixada americana em Nairobi ajudou-nos espalhar pelo mundo fora. Isto causou muita repulsa na Amnestia internacional que recebeu uma copia do documento do Departamento do Estado Americano.
Samora Machel recebeu queixas e foi pressionado a agir. Dentro dum mês depois da emissao do documento, Samora Machel viu-se obrigado a se deslocar para o norte onde no campo de Ruarua mandou prender alguns dos comandantes que acusou de ter violado a legalidade revolucionaria. Apesar de ter mandado prender os guardas, Samora Machel louvou os campos de re-educaçao como sendo "o barometro que nos ajuda a medir a pressao da nossa revoluçao" contra os inimigos do povo, reacionarios, deserores da luta armada e tanta outra bomba da m.
Depois, Samora Machel, a maneira de Mao Ze Dong, lançou aquilo que ele apelidou de campanha pela legalidade revolucionaria e culpou os outros por crimes que ele tinha ordenado que se cometessem. La estava Machel que mandou prender alguns dos seus sequazes por terem feito aquilo que ele lhes tinha comandado fazer. Um verdadeiro desequilibrio mental ou sou eu que nao vejo bem as coisas por ser um reacionario e anti-povo na linguagem de parvices Frelimo.
Um homem que conseguiu fugir com sucesso foi o falecido Luis Caetano do Menino Jesus Mbewa, que tinha sido outrora usado como moleque e fora sodomisado por Samora Machel em Nachingwea (Nachingwea é como os tanzanianos escrevem o nome daquele lugar) que se encontra na regiao de Nachingwea. Este partiu do seu campo de concentraçao em Niassa e marchou a pé até a Maputo onde foi acolhido por outro antigo colega do Instituto moçambicano e Nairobi, onde os dois tinham vivido.
O outro senhor cujo nome mantenho anonimo por ainda estar vivo e estar a residir em Maputo tinha tambem sido preso e internado num campo de concentraçao de Dondo onde ficou durante quatro anos. Qaundo O Mbewa chegou em Maputo depois dele ter sido solto de Dondo, la se enfiou com este outro.
O amigo do senhor Mbewa que é tambem amigo meu desde os nossos dias de Zobue em Tete tinha vivido em Nairobi onde eu e Mbewa tambem vivemos. Este senhor vieo mais tarde a Nairobi e falou me da saga do Mbewa. "O Mbewa," começou por relatar, " conseguiu se escapulir do campo de re-educaçao em Niassa visto que praticamente nao existiam lista de prisioneiros. Os guardas e comandantes eram praticamente analfabetos que nao podiam fazer tais listas e as vezes nao se apaercebiam quando certos fugiam. Sim o Mbewa durante a sua fuga e caminhada a pé até a Maputo deparou-se com muitas coisas tais como animais selvages e ferozes, individuos selvagens, e fenomenos misteriosos estranhos, mas sobreviveu até que chegou a Maputo e o acolhi e viveu comigo na minha casa, cousa que fiz em meu proprio risco."
Durante a guerra civil, o Mbewa se refugiou num campo de refugiados moçambicanos na Africa do Sul onde veio a morrer de razoes que a informaçao que obtive nao forneceu.
Em poucas palavras, podemos ver a grande cena de alegria, felicidade, prosperidade, liberdade que o regime da Frelimo trouxe em Moçambique. Que dizer de todos aqueles beneficios que a Frelimo nos trouxe incluindo a pobreza absoluta, a nudez, a repudiaçao da religiao, a fome generalisada e todos os outros beneificios. Somente reacionarios nao podem ver estes beneficios e imaginam crimes que a Frelimo cometeu enquanto metidos la em terras dos imperialistas.
Dentro em breve o meu amigo Mago Maga nos falara neste blog como foram os seus dias como reeducando la em Niassa. O simio foi la enviado por nao mostrar entusiasmo revolucionario depois da independencia apesar de ter combatido com heroismo e garalhardia como terrorista contra as forças armadas imperialistas portuguesas em Niassa.



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