domingo, 28 de outubro de 2012

"Mas, em vez de aproveitar essa posição dialogante do MDM, a arrogante Frelimo tem feito tudo para também o esmagar"

 

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MARCO DO CORREIO por Machado da Graça
Olá, Joaquim
Como estás tu, meu amigo? Do meu lado tudo bem, obrigado.
Mas, tal como todos os moçambicanos conscientes, muito preocupado.
O que se está a desenvolver na Gorongosa é um enorme risco para a paz no nosso país. Um enormíssimo risco.
Durante anos e anos a Frelimo e o seu Governo basearam-se nas declarações de paz de Dhlakama para fazerem todo o tipo de tropelias contra a oposição sem receio de que isso fosse um caminho de regresso à guerra. Só que, neste momento, a minha dúvida é sobre se ainda é Afonso Dhlakama que dirige a Renamo ou são já os seus generais. Porque, embora Dhlakama seja um mau político, é um político.
Os generais não são. São homens habituados a resolver os problemas pelas armas.
E é sintomático que outras forças se estejam a juntar à Renamo, como é o caso dos desmobilizados de guerra.
No Canal de Moçambique desta semana o general Ossufo Momade, da Renamo, afirma que as suas forças estão preparadas para repelir qualquer ataque do Governo à Gorongosa. Mas não diz o que vai acontecer se não houver ataque nenhum. Nem nenhum esforço de aproximação política por parte do Governo. Se esta situação de impasse se prolongar durante um período longo.
Quanto tempo irá a Renamo aguentar, em pé de guerra, sem haver guerra nenhuma? Não sentirão os generais radicais daquele partido, num caso desses, a necessidade de serem eles a iniciar os confrontos?
Creio que estão a ser dados passos extremamente perigosos, sem uma consciência clara das possíveis consequências desses passos.
Com a criação do MDM a ala política da Renamo praticamente saiu em bloco. E têm vindo a mostrar uma face mais aberta e dialogante do que a dos radicais que ficaram, nas suas posições de confronto.
Mas, em vez de aproveitar essa posição dialogante do MDM, a arrogante Frelimo tem feito tudo para também o esmagar. E o resultado é empurrar gente sensata para os braços dos generais em revolta na Gorongosa.
Costuma-se dizer que o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. E creio que é o que estamos a assistir no partido Frelimo.
E é o que nos pode conduzir, muito rapidamente, para uma nova guerra.
Será que ninguém consegue colocar um travão a isto antes que seja tarde demais?
Um abraço para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 26.10.2012

Comments

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Eusébio said in reply to Chacha...
Em resposta à Vossa eloquente massiva prenhe de ataques aguçados contra o «povo do sul» e contra a Frelimo que também é «o povo» fui forçado a vir responder ponderadamente o seguinte:
i) Não é verdade que não há diálogo político genuíno no nosso caso? É verdade. Há razões históricas para tal. Duas forças que se conhecem as animosidades íntimas dificilmente estabelecem a confiança genuína. Nós sabemos que manter o diálogo representa para as duas forças tão grande sacrifício que por favor ou amabilidade o não fariam a ninguém. Fazem-no ao bem do país como dever de consciência serenamente cumprido. A Frelimo e a oposição não tomariam, apesar de tudo, sobre elas esta pesada farda de diálogo armado, se não tivesse a certeza de que ao menos poderia ser útil a sua acção política. Querem que a Frelimo vos confie quando não o fazem vós mesmos. O ser genuíno depende da confiança e esta da reciprocidades.
ii) Não é verdade que as instituições estão partidarizadas e precisamos de nos livrar dessa situação? É uma miragem, uma questão a equacionar no futuro, quando estiverem asseguradas as condições dum trabalho eficiente. Há, na partidarização das instituições públicas, uma vontade decidida de regularizar por uma vez a nossa vida política e com ela a vida económica nacional. Nas actuais circunstâncias é prematuro falar-se em outra coisa senão confiança política, garantindo, em simultâneo, as execuções das tarefas e o sossego geral povo. Se o povo não possui vida condigna não é porque é governado por um partido incapaz, mas porque um Estado Soberano foi explorado durante 16 anos por um mundo ávido de despojos.
iii) Não é verdade que os processos eleitorais não são transparentes? É verdade e juntos podemos encontrar saída que não a proposta pela Renamo em retirar a SC. Podemos avançar para uma Comissão Independente, por exemplo. Porém, isso só é possível por efeito de uma varinha mágica porque o nosso interlocutor não está interessado em ver os independentes na conjuntura actual. Claro que nós também temos culpa no cartório sobretudo quando retiramos toda a razão em tudo o que sai do lado oposto, quando pensamos que o outro deve ser abatido, por ser outro e quando pensamos que o voto da minoria deve abafar-se no da maioria.
- Não é verdade que a exploração dos recursos naturais não é transparente? É verdade e constitui a causa de todo o descontentamento e ódio que tende a propagar-se. Pouco mesmo se conseguirá se o país não estiver disposto a acompanhar a forma como muitos contratos são feitos e como, aos poucos, o país vai sendo vendido. Faz pouco sentido que quem não estará nesta terra nos próximos 20 anos, pela lei da natureza, esteja a hipotecar o país aos chineses por meio século, criando problemas para os nossos filhos e netos. O pior é quando tal não é transparente. Devemos confiar na nossa inteligência de cidadãos e denunciar as covas abertas.
Debalde porém se esperaria que milagrosamente, por efeito de ameaças, a Frelimo mudasse as circunstâncias da vida nacional. É preciso contar com a Frelimo e acompanha-la com confiança na sua honestidade de querer desenvolver o país – confiança absoluta mas serena, calma, sem entusiasmos exagerados nem desânimos depressivos. O povo confia na Frelimo para ser o juízo da situação e quem odeia a Frelimo também, por efeito dominó, odeia o povo. A Frelimo sabe muito bem o que quer e para onde deve ir o país, mas não se lhe exijam que chegue ao fim quando os recursos ainda estão no subsolo, no tempo de investimentos e não de exploração. Finalmente, o ódio para com o Sul não é bem-vindo para a Unidade Nacional.
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Chacha said in reply to Eusébio...
O sr 'e completamente falso.
1 - Nao comentou sobre o artigo do Machado da Graca que referi
2 - Nao comentou sobre o artigo do Lourenco do Rosario que eu fiz referencia
3 - Mente quando diz que com a Frelimo ha espaco para diologo. Dialogar o que? O exemplo do que falamos est'a exactamente no artigo do Machado da Graca
4 - Bla-bla-bla para mim nao serve. Retoricas desprovidas de raciocinio nao servem.
5 - Membros de MDM foram condenados com alegacoes de que violaram a lei eleitoral. Nas mesmas circunstancias (digo: no mesmo instante e local) nao foram condenados Pacheco, Nambureta, Albuquerque , etc, etc, etc. Que tipo de dialogo o sr refere? Dialogar com quem?
6 - Est'a em discussao a lei eleitoral. A Frelimo defende a dispartidarizacao dos orgaos eleitorais. Mas nao de fende a dispartidarizacao das instituicoes. O sr sabe disso. Alias 'e um apologista ferrenho disso. Nao 'e contraditorio exigir a dispartidarizacao dos orgaos eleitorais mas que se partidarizem as instituicoes onde estas mesmas pessoas saem? 'E uma grande pena que a mentira continua a ter muito eco no seio dos mocambicanos. Uma grande pena mesmo.Se se pergunta porque isso? Vai haver um bla-bla-bla ... sem sentido. Costuma-se dizer que quem nao aprende com a experiencia 'e porque 'e burro. Todos os "Eusebios" que se meteram la (nos orgaos eleitorais), como sendo da sociedade civil, mostraram que nao o eram. Verdade ou mentira? Portanto 'e falso um bla-bal-bla... sobre a sociedade civil.
7 - Portanto a arrogancia 'e o que nos precipita para o pior. Nao ha consenso possivel no nosso caso.
8 - Se o sr acha ser mais importante por ser da Frelimo ou do SISE, est'a completamente enganado. Est'a a comprometer o futuro dos seus filhos. O ditado segundo o qual "o vadio perde-se, o escravo libverta-se" continua valido. Os vadios vao se perder no caminho. Se nestes 50 anos a Frelimo 'e vista (e continua a ser vista) como propriedade de gente especial, digamos do Sul, o tempo o dir'a. Andam por ai comentarios de que Guebuza se reelegeu como presidente da frelimo pela sua ambicao, para continuar a mandar. Pode haver alguma doze de verdade nisso. Mas quem est'a atento ve muito bem que o fundo da questao nao 'e esse. O fundo da questao est'a em torno da pergunta: "Quem 'e que deve ser presidente da frelimo?" A resposta 'e simples: deve ser alguem do Sul. Porque sempre foi assim. Porque 'e uma obra de gente do sul. Os outros sao traidores! Portanto essa nuvem da ambicao que se criou em torno desta situacao 'e pura simplesmente uma forma de distrair atencao dos demais comparsas (seus) do norte e do centro. Duvido bastante que pelo menos num futuro proximo (digamos, de pelo menos 10 anos) apareca alguem a dirigir a frelimo e que esse individuo nao seja do sul.
9 - Por favor sr leia com atencao o que eu escrevi para nao pairar no ar, numa retorica desprovida de sentido. Eu escrevi numa linguagem clara, corrente, visando que as pessoas possam questionar e debater. Nao 'e correto, pelo menos eu acho assim, que em vez de rebater um situacao colocada, as pessoas comecem a pairar no ar, filosofando, sem dizer nada. O Rosario foi explicito, Machado da graca foi explicito. Eu disse que estas pessoas falaram a verdade. O que os intervenientes deviam fazer, para ajudar na procura da compreensao dos fatos, seria indicar o que nao est'a certo do que foi dito.

- Nao 'e verdade que nao ha dialogo politico genuino no nosso caso?
- Nao 'e verdade que as institucoes estao partidarizadas e precisamos de nos livrar dessa situacao?
- Nao 'e verdade que os processos eleitorais nao sao transparentes?
- Nao 'e verdade que a exploracao dos recursos naturais nao 'e transparente?
Eu acho que nao 'e com um bal-bal-bla ... com que se respondem estas questoes. Estas questoes sao respondidas com factos, a partir de elementos que existem que mostrem a sua falsidade. Os fatos que mostram a sua veracidade existem. Os descordantes devem nos trazer os fatos da sua falsidade.
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Eusébio said...
Gostaríamos de refutar aqui a ideia de que está no forja o assassinato de Dhlakama. Em plena paz, isso teria implicações catastróficas para a imagem do país e do partido que o suporta. Acima de tudo, não desejamos a morte de ninguém. Rejeitamos este tipo de afirmações de uma vez por todas. O que está a acontecer é que as intenções são demasiado incertas e falta-lhes a clareza necessária para que possamos nos pronunciar sobre elas. Apenas a Frelimo tomou nota da sua desconfiança em relação ao comportamento político da Renamo. Será medo das eleições ou do MDM?
Recentemente, tem surgido rumores de que a Frelimo estaria em vias de pedir apoio a mercenários. Gostaríamos, mais uma vez, de afirmar que o passado deu-nos boas lições e que a polícia vai manter a ordem, sozinha. Estamos perante uma violação dos destinos nacionais e tal está a acontecer debaixo de um véu de frases moralizadoras provenientes de pessoas em quem seria de esperar palavras de condenação a atitude irresponsável de DHK, talvez destinadas a apaziguar a consciência. Não negamos ter alguma razão e vamos condenar que o problema político seja resolvido por vias militares. Deve haver cedências de ambas as partes através do diálogo.

Porém, como amantes da paz, não podemos submeter a nossa boa-fé em quem sai da cidade e faz, a partir dos arbustos, apelos ao diálogo, pois é claro como água que caiu em erro e até numa flagrante incoerência consigo próprio. Quem ama a paz já conhece os caminhos que conduzem ao seu encontro. Está provado que é possível encontrar caminhos para aliviar as tensões. Mas aqueles que tentarem evitar pela força o alívio de tensões criando uma situação de mortes, acabarão inevitavelmente um dia por conjurar a força do povo. Intimidar a Frelimo só pelo ódio contra ela não dignifica!
A reivindicação da posse do poder da Frelimo será, portanto, ouvida todos os anos com um vigor crescente. Este poder, que a Frelimo não roubou a outros partidos e que hoje vale tudo para esses partidos, é indispensável para a nossa continuidade como partido. Não se pode negar que a própria Frelimo, enquanto esteve impotente e indefesa, foi obrigada a tolerar muitas das contínuas perseguições dos seus adversários nas suas fronteiras ideológicas. Por isto teve que recorrer ao apoio externo, mas agora, aprendida a lição, não iria repetir o erro que prolongou a luta. O que Momade deve estar a confundir são instructores militares com mercenários.
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Chacha said in reply to Francisco Moises...
Muita coisa pode acontecer. Circulam informacoes segundo as quais Dhlakama deve ser morto. Ou pela intervencao rapida ou pelos seus proprios homens instrumentalizados. Suponhamos que Dhlakama 'e morto, o que 'e que isso vai implicar? Seria um alivio para Renamo, no sentido de reorganizacao? Pode ser sim que seja ou nao.
Sou muito septico que haja uma reorganizacao. O mesmo problema vai continuar, a destruicao.
Se as coisas chegaram onde chegaram, destruicao da Renamo, houve causas externas muito concretas, vou-me referir algumas delas que testimunhei:
1 - Logo nas primeiras eleicoes, muitos individuos da renamo apareceram publicamente nas campanhas da Frelimo a denigrir a propria renamo. Foram pessoas com muita reputacao na Reanmo, foram administradores das zonas concedidas a renamo na sequencia do acordo geral de Paz, que depois passaram a fazer campanha para Frelimo. Foram pessoas compradas. Este sinal por si so 'e muito negativo para um partido. Os subornos nesse sentido sao feitos em massa. A renamo perdeu eleicoes. Pode haver outras causas dessa derrota mas eu acho que a campanha que os proprios membros da renamo fizeram para a frelimo contribui a para a vitoria. Hoje essas pessoas estao atiradas no abismo. Foram usadas na campanha, hoje nao existem na cena politica.
2 - Nas eleicoes de 99, Dhlakama tinha ganho. Se nao fosse o caso, Chissano nao teria sido obrigado a abandonar as eleicoes seguites. Por causa da pressao sobre os orgaoes eleitorais, no fim o processo foi manipulado e Dhlakama foi declarado derrotado. Por estar consciente que tinha ganho o processo, houve exigencia no sentido de haver negociacoes da governacao. No processo de negociacao, mais uma vez o dinheiro falou altou. O negociador chefe caiu nas malhas. Na verdade Raul Domingos est'a consciente do mal que ele fez. Ele nunca reveindica sua expulsao da renamo.
3 - A situacao de Daviz. Ele entrou na Renamo convidado pessoalmente pelo Dhlakama, para concorrer as eleicoes municipais na Beira. Trabalhou bem com certeza. E de um momento para outro comecou um zunzu que ele seria o presidente da Renamo. Como 'e que isso seria possivel? Um convidado, com muito pouco tempo na renamo devia assumir a direcao do partido. Logicamente a situacao nao procede. E a situacao mostrou claramente que Daviz nao estava para a Renamo. O que aconteceu com Daviz 'e o mesmo que aconteceu com Enias Comiche em Maputo. Mas o Comiche nao formou o seu partido politico.
O problema que se propala sobre Dhlakama 'e um problema externo, uma propaganda que visa exactamente destruir a renamo. Nao 'e o problema da democracia interna. As pessoas nao hesitam em pagar dinheiro para desmembrar a renamo. Concordo plenamente que Dhlakama como pessoa tem os seus problemas, mas esses problemas nao sao a causa principal da destruicao da renamo. Uma vez Muchanga comentou sobre isso. A julgar pela postura do adversario, Dhlakama, segundo ele, 'e a pessoa ideal do momento. Vejamos o titulo do Machado da Graca que ainda aparece neste blog:
"Mas, em vez de aproveitar essa posição dialogante do MDM, a arrogante Frelimo tem feito tudo para também o esmagar". Portanto a situacao no terreno 'e muito complexa. 'E uma batalha muito seria. A gente deveria perceber o que est'a acontecer e apoiar as verdades. O reitor da Politecnica deixou seu comentario neste blog apontando claramente que as reveindicacoes da renamo sao legitimas. Em vez de dialogar para encontrar uma saida pacifica nao o fazem. Em vez disso concentram homens, inclusive mercenarios em Inchope para atacar Gorongosa. Para mim isso nao tem sentido. Portanto, a solucao est'a emitente: Dhlakama vai ser morto de alguma forma. O que nao sabemos 'e se isso ser'a um alivio para renamo. A ver vamos.
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Francisco Moises said...
"Mazoea ana tabu," diz um ditado da lingua swahili para dizer que é muito dificil mudar de costumes. A maneira como a Frelimo tem se comportado foi sempree dishonesta de forma que a Frelimo nunca pode ser honesta com ninguem e muito menos com pessoas que lhe constituiram obstaculos no passado e agora.
A Frelimo é como uma fera e na minha lingua diz-se que "chikala ndi chikala nkhabe sanduka (uma fera é sempre uma fera que nunca pode mudar)." Pode se confiar numa fera? Porque é que Dhlakama depois de ter dirigido a luta de vida e morte com a fera decidiu confia-la? E isto quando os seus generais lhe diziam que seria uma perca de tempo negociar com a Frelimo que jamais podia se confiar que se comportaria melhor?
Ha muitas razoes que expliquem isto: pressao dos chamads amigos da Renamo, ambiçao desmedida do proprio Dhlakama para ter o poder visto pensava que iria ganhar com a Frelimo e nao contava com as manhas desta, a sua incapacidade de compreender que a Frelimo so queria uma folga para evitar a sua derrocada total e o seu lançamento para o fundo das aguas do mar, a crença mal-fundada de que a Frelimo podia ser honesta e tambem os subornos dos grandes homens de negocios tais como o Tiny Rowlands da Lonrho que antes do acordo de Roma transportou Dhlakama no seu aviao pessoal da Africa até a Europa.
Tiny Rowlands queria a paz em Moçambique a todo o custo que era para os seus negocios na Africa austral, principalmente em Moçambique e no Malawi. Nao estava interessada na paz para os mocambicanos e no bem estar destes.
Sera que Dhlakama decidiu regressar a Gorongosa por sua propria iniciativa? Duvido-o bastante. Os seus generais devem estar por de tras desta decisao. E se houver um outro conflito armado, os generais nao quererao mais ouvir falar de negociaçoes. Quererao terminar com uma vitoria total sobre a Frelimo. Quererao uma vitoria total embora nao serao capazes de estabelecerem um regime democratico. Teriamos muita sorte se pudessem nos garantir a liberade e a democracia de que sonhamos.
Podemos acreditar que Dhlakama nao tenha na verdade a intençao de começar uma guerra. Mas na medida em que o bisavuvu Guebas nao tomar a sério a situaçao, podera na verdade ser estes homens que estao armados a espera que Guebuza reaja que poderao provocar incidentes que conduzirao a uma guerra.
O primeiro incidente ja se produziu pelo facto de que a zona de Gorongosa onde Dhlakama e os seus homens estao ja nao faz parte do territorio sob a soberania do regime da Frelimo. Ja é uma zona no-go para os frelimistas que podem receber tiros se tentarem ir para la sem a permissao da Renamo. Mesmo sem começar a guerra, aqueles homens quererao incluir zonas circunvizinhas onde quererao actuar livremente ou aumentar o seu controlo.
É que muitos nao sabem que durante a guerra civil, a Frelimoe os seus aliados controlovam muito pouco territorio em Moçambique fora das cidades e vilas e havia muitas vilas que estiveram nas zonas da Renamo. Nao me admiraria que na mente de muitos ex-combatentes da Renamo, ainda permaneça a ideia do territorio que controlavam ao qual ainda pensam que tem o direito de reclama-lo ou que é seu territorio.
Duas naçoes numa. Basop! Tal é a situaçao que encaramos. Nao sei se o miopico Guebuza vê isto!
Nao ha duvida que no passado, Guebuza brincou muito com outras pessoas que nao estavam armadas. Mas esta situaçao de Gorongosa agora nao é uma brincadeira se na sua cabeça pensa que é uma brincadeira. As coisas cheiram mal.
E por causa do seu proprio orgulho, a Renamo nao querera recuar da posiçao tomada em Gorongosa.
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umBhalane said...
Machado da Graça coloca questões pertinentes.
E revela/releva preocupações preocupantes demais.
Agora, ainda que mal aconteça, só espero que a RENAMO não destrua as infra-estruturas
básicas:
1. Basta cortar as vias de comunicação e de outros meios logísticos fundamentais, tais como torres e linhas de transporte de energia.
Deixar intactas as fábricas, pontes e minas. Basta paralisar a actividade.
Vamos precisar, breve, desses meios. Não vale destruir.
Aí começa a doer nos bolsos dos interessados, e aí vão sentar para falar, nem que seja nos quintos do inferno!
2. Levar a guerra ao ovo da serpente - MAPUTO CIDADE.
Sabotar inteligentemente alvos sensíveis e selectivos.
Infernizar a vida dos privilegiados. Instalar o caos.
Há muitos aliados, muitos descontentes com o regime totalitário da frelimo.
Há que saber capitalizar esses factores determinantes.
Levar a acção, a guerra para o sul - MAPUTO CIDADE.
A LUTA É CONTÍNUA

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