Para o seu combate, Marcelino dos Santos disse ser necessário rebuscar-se os ideais do III Congresso da Frelimo, realizado em Fevereiro de 1977. “Se nós não tivéssemos percebido isto, teríamos nos dispersado, cada um para o seu canto. Contudo, logo que houve as primeiras zonas semi-libertadas, proibimos o comércio privado e criámos lojas do povo, que serviam apenas ao interesse da população”, explicou.
O veterano diz, ainda, que o conflito de classes dentro da direcção do partido foi causada pelo desconhecimento da importância, estratégia e técnicas de guerra por parte de Lázaro Kavandame e Uria Simango, conotados, na altura, como reaccionários.
“Não é que não havia abertura ou discussão(...) havia, só que Kavandame e Simango não gostavam de pôr os seus pontos de vista nas reuniões do partido”, defendeu.
Segundo Dos Santos, o pessimismo dos alegados reaccionários era um perigo à Nação, uma vez que eram contra alguns valores importantes para a Unidade, caso da emancipação das mulheres, entre outros. “Estes reaccionários, Kavandame e Simango, só pensavam em derrubar Mondlane, e opunham-se a muitos valores que nós defendíamos. Queriam comércio privado, eram contra a emancipação da mulher, entre outras coisas”, destacou.
Na mesma ocasião, o veterano da Luta de Libertação elogiou as personalidades de Samora e Mondlane.
O PAÍS - 03.02.2011