21.10.2012, 11:00
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“Irmãos, nestes dias Moscou tornou-se o inimigo do islão e muçulmanos, inimigo número um”. Esta declaração sensacionalista foi feita por um dos principais cientistas sunitas do mundo, o teólogo, xeque Yusuf Al-Qaradawi. Ele considera que a Rússia é responsável pelos assassinatos de civis na Síria.
Esta declaração é uma ameaça e não simplesmente uma explosão
emocional. O xeque Yusuf Al-Qaradawi é o teólogo mais respeitado no mundo
sunita. Ele é o líder espiritual da organização terrorista Irmandade
Muçulmana no Egito, na Síria, na Líbia e em outros países do mundo
muçulmano. Basta Al-Qaradawi declarar um país inimigo número um, todos seus
seguidores ouvem seu chamado para ações ativas.
Al-Qaradawi escreveu mais de 120 livros, recebeu oito prêmios
internacionais pela contribuição inestimável aos conhecimentos fundamentais
muçulmanos. Hoje ele é o teólogo mais influente do mundo. Ele está em terceiro
lugar na lista dos “homens mais intelectuais do mundo” segundo a versão da
revista britânica Prospect Magazine e da revista americana Foreign
Policy.
Na qualidade de líder espiritual do movimento Hamas ele
apoiou o método mais eficaz e sanguinário de atividade terrorista dos
terroristas suicidas. “Milhares de teólogos islâmicos partilham de minha
opinião,” declarou há oito anos Al-Qaradawi. Até mesmo quando a população civil
de Israel sofreu com as explosões de terroristas-suicidas, ele declarou à BBC
britânica que “as mulheres de Israel não são mulheres, são soldados”. Justamente
depois desta declaração o movimento Hamas iniciou operações de combate
ativas no território de Israel.
Como disse à Voz da Rússia Amit Assa, ex-coronel do Serviço geral
de Segurança de Israel (Shabak) agora consultor de segurança internacional, a
declaração do xeque Yusuf Al-Qaradawi momentaneamente colocou em risco a vida de
russos no mundo inteiro. “Tal declaração hostil é um guia de ação para a
Al-Qaeda, Irmandade Muçulmana e muitas outras organizações
radicais. É um chamado para atacar russos em toda parte. Ele não precisa dizer
“matem os russos”. Eles têm suas mensagens cifradas. E a declaração de “inimigo
número um” é justamente uma mensagem dessas, um chamado a operações ativas”.
Esta é a primeira manifestação semelhante contra a Rússia. Até
mesmo Ruhollah Musavi Khomeini, líder da revolução islâmica de 1979 no Irã, não
chamou a Rússia de inimigo número um, apesar de sempre considerá-la “pequeno
Satanás”, depois dos EUA e Israel. Muitos teólogos sunitas radicais
abstiveram-se de semelhantes ataques contra a Rússia, apesar de lembrarem da
URSS e sua ajuda de muitos milhões aos árabes.
O xeque Yusuf Al-Qaradawi esteve envolvido em relações com a
Al-Qaeda e outros rebeldes muçulmanos no Afeganistão. Mas ninguém
poderia imaginar que chamariam a Rússia de inimigo número um. O xeque Abdul Hadi
Palazzi, secretário geral da Associação Muçulmana Italiana disse à Voz da
Rússia:
“Eu espero que todos os chefes espirituais dos muçulmanos da
Rússia condenem semelhante declaração de Al-Qaradawi e continuem a seguir a
política de paz e lealdade em relação à Rússia.”
Palazzi lamenta que no mundo muçulmanos passem a predominar os
ânimos radicais, semelhantes aos que haviam com Muhammad Amin al-Husseini. Este
mufti de Jerusalém, líder dos nacionalistas árabes na Palestina, outrora apoiou
Hitler. “O xeque Yusuf Al-Qaradawi também é seguidor da política de Hitler.
Tem-se a impressão de que ele quer repetir os horríveis acontecimentos da
história, chamando a Rússia de inimigo número um”.
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