quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ENCONTROS COM SALAZAR, de Adulcino Silva

 

Adulcino_silva É já no próximo dia 10 de Junho que Adulcino lançará o seu último trabalho: ENCONTROS COM SALAZAR.
Na sua introdução pode ler-se:
"Esta obra que o leitor tem nas suas mãos, aborda genericamente os principais encontros de altas personalidades estrangeiras com o Prof. Doutor António de Oliveira Salazar, assim como as opiniões desses mesmos visitantes sobre o visitado, sem deixar de focar outros temas, entre os quais, algumas decisões e atitudes que o chefe do Governo teve de assumir no respeito pelos princípios consagrados na Constituição e na defesa dos superiores interesses da Nação."

O prefácio é de Jaime Nogueira Pinto:
"Mais retratos de Salazar
A redescoberta nos tempos recentes de Salazar partiu do concurso televisivo "Grandes Portugueses" em que o chefe do Governo do Estado Novo, para despeito de uns, alegria de outros e surpresa de todos, ficou em primeiro lugar. Coube-me nesse concurso ser o "defensor de Salazar" e por isso, de alguma maneira, também responsável pelo evento. Perante o convite fiz uma pergunta: - Defendê-lo como historiador ou como advogado?". Questionava assim, para entender a minha qualidade e as regras do jogo. "Como advogado!" - foi a resposta. Aceitei. O advogado tem, eticamente, sem falsear ou inventar factos, de fazer o melhor pelo seu patrocinado. Isto é, mostrar e interpretar a sua vida, a sua carreira, a sua obra, na melhor das perspectivas.



Assim fiz. Salazar tinha que ser integrado no seu tempo histórico. Vivendo entre 1889 e 1970, uma vida para o seu tempo muito longa, acabaria por assistir na ma­turidade e idade da razão, aos grandes acontecimentos mundiais - a Grande Guerra, o aparecimento vitorioso do comunismo, do fascismo e do hitlerismo, a crise geral do capitalismo, a Guerra Civil de Espanha, a Segunda Guerra Mundial, o fim do Euromundo e a Descolonização.
E em Portugal, ao regicídio, à República, à perseguição à Igreja Católica, às revoluções, golpes e contra-golpes de Estado no regime democrático, ao 28 de Maio e à Ditadura Militar. A partir daqui e de os militares o terem chamado para as Finanças em 1928, a sua história - a de Salazar - confundiu-se com a História de Portugal e é sob a sua orientação que Portugal intervém ou fica de fora, nos grandes acontecimentos mundiais: apoia Franco na Guerra Civil de Espanha e ganha; fica neutral na Segunda Guerra Mundial - e de certo modo também ganha; fica do lado dos ocidentais na Guerra Fria - e, mesmo postumamente, está do lado dos vencedores; é contra a Descolonização e procura guardar e transformar o Império. E, aqui, também pos­tumamente, Salazar perde.
Esta vida longa e acidentada, na medida em que o seu protagonista governou Portugal nos quarenta anos que vão de 1928 a 1968, estava contada, em cliché quase exclusivo, segundo a vulgata antifascista. E dela não se saía, se não excepcional­mente, como aconteceu a seu tempo, com a longa biografia de Franco Nogueira.
A vulgata pintava a 1^ República como um reino de liberdade e tolerância, o Estado Novo bem pelo contrário, como uma espécie de nazismo latino e clerical. A partir dos "Grandes Portugueses" foi diferente: para bem ou para mal, o mercado e a curiosidade das pessoas tomaram conta da ocorrência e publicaram-se, ou repu-blicaram-se, sobre Salazar, largas dúzias de títulos de desigual interesse e valor: memórias, pequena história, recolha de testemunhos, aspectos monográficos, ensaios, colectâneas de textos e discursos. Até uma série televisiva um tanto absurda, outra mais clássica e o próprio DVD da peça vencedora. Curiosamente, este nunca foi comercializado e, suspeitamos, para manter a regra, os responsáveis pela RTP optaram por não comercializar nenhum dos filmes da colecção em que, entretanto tinham sido investidos valores consideráveis. E ninguém achou importante saber porquê.
Aliás, o silêncio à volta de toda esta produção sobre Salazar, com excepção daquilo que é politicamente correcto repetir - a condenação do personagem - é significativo dos sentimentos que continuam e predominam na classe político - mediática e académica, sobre uma figura que para esse establishment tem que ser execrável, até como forma, ainda hoje, de legitimação democrática.
Para mim, Salazar, tem, concretamente três qualidades que o tornam digno de respeito e de admiração: O seu indesmentível e extremo patriotismo, o seu amor a Portugal à frente e por cima de tudo o mais. A sua indiscutível e radical honradez, o seu escrúpulo de separar o que era seu pessoalmente ou familiarmente e o que era do Estado. Isto às vezes com detalhe quase obsessivo, no pagamento das próprias despesas, que acabou por encher um anedotário inesgotável. E final­mente a sua capacidade de decisão, em tempo útil, e sem se importar de criar inimigos ou de incomodar partidários, desde que para defender o bem comum. O livro de Adulcino Silva é o relato de uma série de episódios e memórias de Salazar com personalidades da vida portuguesa e internacional, políticos, indus­triais, escritores, diplomatas, mulheres. Estes "encontros" contados a partir da bibliografia de referência, são mais uma sequência, uma imagem, um retrato do antigo chefe do governo Português.
Esse retrato nasce da diversidade e até às vezes da conflitualidade das per­cepções encontradas. Mas no seu conjunto o personagem que fica aqui tem a ver com aquele Salazar homem político - patriota, decidido, austero, coerente, frio, solitário.
Uma imagem e um retrato que, o progressivo e até às vezes atropelado conhecimento do homem privado, na realidade e na fantasia, não conseguiu ainda mudar ou suplantar. Só humanizar, mostrando que, para além daqueles aspectos e obras que o tornaram tão admirado e tão odiado de uns e de outros, estava ali alguém que tinha sentimentos - alegria, tristeza, paixão, ressentimento, orgulho, sonhos, preconceitos, fraquezas. Como todos nós."
NOTA:
Edição de Autor. Pedidos pelo Telemóvel 00351.917411432 por € 17.00 com portes para Portugal.


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