quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Deposição de flores e culto marcam Dia da Paz

Deposição de flores e culto marcam Dia da Paz
A celebração do 20º aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), que teve lugar na cidade italiana de Roma, a 4 de Outubro de 1992, entre o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, será marcada hoje em Maputo pela deposição de uma coroa de flores na praça dos Heróis Moçambicanos, seguida de um culto ecuménico, a ter lugar na praça da Paz.
As cerimónias serão dirigidas pelo Presidente da República, Armando Guebuza.
A deposição de flores está prevista para 9:00 horas. A anteceder esta cerimónia, às 8:00 horas, terá lugar uma marcha que partirá da praça da Independência até à praça da Paz. A iniciativa junta várias organizações da sociedade civil.
Depois da praça dos Heróis, os participantes vão deslocar-se à praça da Paz, onde irão juntar as suas vozes numa oração, pedindo a Deus para que a paz se consolide, cada vez mais, em Moçambique.
Ali, as personalidades políticas vão discursar, incluindo as figuras envolvidas na assinatura do Acordo Geral da Paz. Tal é o caso de Joaquim Chissano, antigo Chefe do Estado moçambicano; Raúl Domingos, negociador-chefe do AGP pela Renamo, e um representante da comunidade de Santo Egídio, organização que intermediou o processo. Depois será a vez do Presidente da República, Armando Guebuza, que foi negociador-chefe por parte do Governo, proferir o seu discurso.
Ainda hoje haverá uma recepção no Centro de Conferências Joaquim Chissano.
Entretanto, em mensagem divulgada ontem, a Frelimo refere que a paz, “tal como a concebemos desde a fundação da Frelimo, é a condição para que os ideais da liberdade, igualdade e solidariedade possam concretizar-se, mas também os da democracia, segurança, estabilidade, cooperação e desenvolvimento”.
Ciente de que a paz é um processo contínuo e condição sem a qual não se pode lograr a harmonia social que estimula a sociedade para as grandes realizações e desafios, a Frelimo exorta aos membros e simpatizantes e aos moçambicanos em geral a fazerem do 4 de Outubro “um momento de reflexão no sentido de educar a sociedade nos princípios de convivência pacífica, respeito pelas diferenças, pelas instituições, a serem intransigentes contra qualquer manifestação que vise perturbar a segurança e ordem públicas e a intensificar a cultura de trabalho, de paz e auto-estima como pilares do desenvolvimento”.

CELEBRAÇÕES NA BEIRA

Na província de Sofala, as cerimónias centrais alusivas ao Dia da Paz terão lugar na cidade da Beira e serão caracterizadas por deposição de coroa de flores, marcha, ofertório, orações e cânticos religiosos, para além da apresentação de mensagens pelas confissões religiosas e dirigentes locais.
Como habitualmente nesta cidade, o Governo e a Renamo, protagonistas do acordo de paz de 4 de Outubro de 1992, celebrarão a data em separado.
O Governo de Sofala lidera uma manifestação que inicia com a deposição de coroa de flores na praça da Paz, nos Pioneiros, e termina com o lançamento de pombos brancos no Pavilhão dos Desportos da Beira, na Ponta-Gêa.
Já a Renamo promove uma marcha que deve percorrer várias artérias da cidade.

MARCHA EM PEMBA

A cidade de Pemba acolhe hoje, 4 de Outubro, uma marcha promovida por organizações religiosas com o objectivo de assinalar a passagem dos 20 anos do Acordo Geral de Paz que pôs termo aos 16 anos do conflito armado em Moçambique.
A referida manifestação popular vai partir da praça Emulação Socialista, na avenida Eduardo Mondlane, até à praça Samora Machel, junto à Casa da Justiça, local escolhido para as actividades políticas e culturais da cerimónia oficial alusiva ao dia.
Seguir-se-á um culto ecuménico de apelo à consolidação e preservação da paz em Moçambique, um bem social de grande valor para o desenvolvimento harmonioso e construção do bem-estar das futuras gerações.
Estão à frente do movimento religioso as delegações da Comunidade de Sant´ Egídio, Conselho Cristão de Moçambique e Conselho Islâmico de Moçambique, numa iniciativa que conta com a participação de crentes e da população em geral com interesse de fazer passar aos políticos a mensagem de preservação da paz, através de um culto inter-religioso.
Entretanto, Anita Buanaiaque, da Comunidade de Sant´ Egídio em Pemba, entrevistada ontem pelo nosso Jornal, considerou que para a preservação da paz em Moçambique há muito trabalho ainda por fazer, particularmente a promoção da cultura de diálogo entre os moçambicanos e, em especial, entre os protagonistas da cena política.
Acima de tudo, segundo comentou, o importante entre os moçambicanos é cultivar o espírito de tolerância, aceitando as diferenças, para evitar ameaças à paz, “o bem comum de toda a nossa sociedade”.
Recorrendo a princípios de bom senso, ela referiu que “a guerra é a mãe de toda a pobreza e a paz é a mãe de todo o bem-estar”, daí que o comportamento e a atitude dos moçambicanos devem girar em torno da cultura de tolerância, reconciliação e diálogo

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