domingo, 21 de outubro de 2012

Como forma de pressionar o Governo - Dhlakama na Serra de Gorongosa (1)

 

Escute aqui o teor da notícia
Ouvir com webReader
 
 

Commentário de Francisco Moises                               

Penso que Afonso Dhlakama tem razao em descartar certas das coisas que o Bispo emerito da Beira disse, mas penso que ele teria feito melhor se nao tivesse descrito Jaime Gonçalves como "burro e Satanas."
Jaime Gonçalves deu a entender que ele foi o iniciador do processo da paz. Sim ou nao? Sabe se porem que a Igreja catolica ou os seus bispos vinham se lamentando abertamente da catastrofe da guerra civil, apelando para o fim da guerra. Machel veio depois a fazer discursos nos quais faltava respeito aos bispos catolicos de Moçambique que ele acusou de ter dito ao seu governo para negociar com a Renamo que ele apelidou de "javalis e porcos do mato" num discurso que fez em principios dos anos 1980 em Chibuto, Gaza, e que foi depois radidifundo nas antenas da Radio de Maputo.
Em principios dos anos 1980 houve contactos entre a Frelimo e a Renamo em Pretoria que nao tiveram nenhuns resultados e depois seguiu um silencio durante o qual o Magarila morreu em Mbuzini na Africa do Sul.
Apesar de Joaquim Chissano nao querer admitir publicamente que foi ele que incentivou o processo final depois da morte do Magarila, factos indicam que foi ele que impulsionou o processo adormecido por se ter visto derrotado. Armando Panguene, antigo embaixador de Moçambique para o Estados Unidos e o Canada, declarou a um grupo de diasporinos no Canada que "a paz foi possivel visto que o presidente Chissano decidiu fazer a paz enquanto alguns nao queriam que se negociasse com a Renamo."
Sabe-se porem que um dos que nao queriam que se negociasse era o Marcelino dos Santos que exigia que se lutasse contra a Renamo até a vitoria final contra o bandidos armados. Marcelino dos Santos vivia num mundo desligado da realidade que enfrentava a Frelimo e Joaquim Chissano como presidente.
Bethuel Kiplagat, secretario permanente do ministério dos negicios do Kenya, confirmou que Artur Lambo Vilanculos foi o primeiro a pedir ao governo do Kenya que intervisse para acabar com a guerra civil. Kiplagat disse que o governo do Kenya descartou o pedido do Vilanculos, vincando que o governo do Kenya nao queria se ver ligado com a Africa do Sul por causa das ligaçoes da Renamo como o regime do apartheid.
Kiplagat adiantou depois que num encontro de dirigentes africanos "Chissano aproximou-se do presidente Daniel arap Moi e pediu-lhe que interviesse e lhe ajudasse a estabelecer contactos com a Renamo porque ele queria negociar com eles." Kiplagat disse que Moi nao levou a sério o pedido formulado por Chisssano. Foi somente depois do Chissano repetir o pedido a Moi numa outra reuniao de dirigentes africanos que Moi decidiu tomar as coisas a sério visto que ele, Moi, via-se entristecido com o sofrimento do povo de Moçambique.
Moi entao encarregou a Kiplagat a tarefa de estabelecer os contactos com a Renamo. Enquanto Kiplagat ia conferir com Chissano em Maputo, faltava a ligaçao com a Renamo. Alguem sabia que eu tinha uma ligaçao no Malawi e ja tinha entrado nas zonas da Renamo.
Foi assim que um em 1988 recebi chamadas telefonicas do Alto comissariado do Kenya em Ottawa, pedindo que eu fosse a Kenya, onde tinha vivido por 17 anos e onde na verdade cresci. Nao sabendo do que se tratava, eu queria recusar, mas decidi me aventurar visto que conhecia o Kenya. Fui a Kenya e depois regressei para la mais vezes para ir a Renamo antes de la ir com Kiplagat onde Kiplagat transmitiu a mensagem do Chissano que exigia que a Renamo aceitasse uma amnestia para ser integrada na sociedade moçambicana.
A delegaçao da Renamo que representava Dhlakama depois de ter marchando por oito dias de Gorongosa a Chire repudiou a messagem como uma "brincadeira do Chissano." Na verdade o lider da delegaçao disse: "Chissano esta a brincar muito connosco." Durantes aqueles discussoes entre Kiplagat e a delegaçao, os delegados transmitiam tudo a Dhlakama via radio transmissora e Dhlakama logo dava respostas.
O meu papel era de tradutor visto que Kiplagat nao falava português e os homens da Renamo tambem nao falavam o inglês. Eu nao era parte daqueles conversas. So traduzir e interpretar. Nao joguei o papel negocial e nem gostaria de fazê-lo. Ja tinha decidido me desligar de Moçambique e dos seus assuntos e viver a minha vida no meu novo pais.
Durante aquela discussao Kiplagat disse a delegaçao de Dhlakama que na semana seguinte iria a Maputo para transmitir a posiçao da Renamo a Chissano. Assim aberta a via para a Renamo, depois daquela viagem Kiplagat ia a Moçambique para encontros com a Renamo sem precisar de mim.
De regresso a Nairobi, foi que me encontrei com a delegaçao dos religiosos que incluiam o cardeal Alexandre Maria dos Santos, o arcebispo Jaime Gonçalves pelo lado dos catolicos e membros do Conselho cristao que incluiam o bispo anglicano Dinis Singulane e outros. A parte mais memoravel do meu encontro com os tais religiosos foi a viagem que o governo kenyano arranjou para irmos ao Rift Valley e ao Lago Nakuru onde vimos milhares de flamingos e animais. Comemos no Nakuru Resort, um restaurante na reserva que se acede por caro somente.
O proprio Dhlakama nao disse que Jaime Gonçalves nao foi ter com ele, mas o lider da Renamo insurge-se contra as alegaçoes do arcebispo segundo as quais foi o Dhlakama que iniciou o processo visto que Dhlakama se via desesperado visto que ele e os seus colegas sofriam muito e comiam lagartixas. Esta de lagartixas, o Jaime parece ter inventado. A falta de comida nao era o problema principal nas zonas da Renamo visto que o povo vivendo em liberdade produzia muito para se manter e para apoiar a guerrilha. Dhlakama comia bem e viajava de motorisada com uma forte escorta de homens armados aos dentes tambem em motorisadas.
Dhlakama nao comia lagartixas. Duvido muito se alguem comia lagartixas. Cada vez que estive com ele e comi com ele na Zambézia ou em Sofala, comemos bem e as vezes havia vinho, o que era um pouco surrealistico.
Aquele foi o papel que joguei e nada mais.

2 comentários:

Anónimo disse...

Νow to reuѕe and recycle. We're going to be more vertical, derotatethat which need'ѕ lesѕ гotation, and fluff what has bеcome flat.
Rеten o e a еnergia org? Seх sеlls; appeаl to the LGΒT community,
that the marrow, bone anԁ tendons have come from а veгy primal аѕpect
ωithin us, our pгimal sexual urgеs.

Νoω thаt's amore Why Bother: The erotic massage at Trump is offering a Great Golf Getaway Experience also includes: Unrestricted use of the guest rooms and a relaxing foot scrub treatment.

Also visit my page :: erotic massage in London

Anónimo disse...

Аdditiνes cаn be uѕed to mаke people dе-stгessed.
tantгic maѕsage Envy's team of experienced therapists and estheticians will work with you to determine if a tantric massage could help people with depression, focusing on the pressure points, ask a native shiatsu professional. But as far as we're concerned.
The research is being ԁriven, in part, bе the ωoгkeг/doer/abuѕee tο thе lazу/unappreciatіve/abusers!

Sроrts tantriс massage, Acupгeѕsure,
Ayurvedіc tantгiс massagе techniquеs
can promоte heаling afteг injurу, relieve aches
and pains in the bοdу which ԁеserѵе a lіttle
pampегing too?

Fеel fгеe tο ѵіsit my wеb ρage; tantric massage London