quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Chávez e Capriles intensificam campanha na Venezuela

 
YARITAGUA — O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e seu rival nas eleições do próximo domingo, Henrique Capriles Radonski, intensificaram nesta terça-feira a presença no interior do país a dois dias do fim do campanha, ambos igualmente convencidos da vitória.
Chávez iniciou um ritmo frenético de atos de campanha na segunda-feira, quando embarcou em sua cidade natal, Sabaneta (sudoeste), para uma viagem de três dias por seis estados antes de chegar a Caracas na quinta-feira para um grande comício final.
"Há apenas um grito que percorre todo o país: ganha Chávez no 7 de outubro", disse o presidente ao iniciar seu discurso em Yaritagua, no Estado de Yaracuy, para uma multidão que o aguardava sob um sol abrasador, que provocou vários desmaios.
"Nesta últimas horas, vamos convencer todos que pudermos a votar em Chávez, a votar pela paz, pela educação, por habitação. Estamos apostando a vida" nestas eleições.
Mais tarde, em Barquisimeto, capital do Estado de Lara, Chávez se comprometeu a "ser melhor presidente do que foi" nos próximos seis anos: "peço a Deus e a todos que me ajudem a tornar mais eficiente o governo bolivariano para acelerar a solução dos problemas do povo, por menores que sejam".
Capriles cruzou mais uma vez o país: iniciando sua maratona pelo estado andino de Mérida (oeste), antes de seguir para o estado de Anzoátegui (nordeste), no alto ritmo que mantém desde o início da campanha, em julho.
Em Mérida, vestido com uma camisa da equipe de futebol local, o candidato da oposição assumiu o "compromisso de solucionar os problemas que vocês vivem diariamente" no país, como a falta de água, de luz e de empregos; e a alta criminalidade.
"O povo despertou, um povo cheio de alegria, de esperança, de futuro e que acredita na nossa vitória", disse Capriles para milhares de pessoas em Mérida.
Na cidade de Barcelona, capital do Estado de Anzoátegui, Capriles disse que Chávez "apenas apresenta desculpas", sem ter "nada a propor, somente insultos" após quase 14 anos de presidência.
"Para este governo é mais importante a lealdade do que a eficiência. Estou aqui para convidá-los a construir um Estado, e não um partido".
Nos últimos dias, os dois candidatos manifestaram certeza da vitória, enquanto aumentavam as críticas contra o adversário.
Capriles afirmou na segunda-feira que pode ganhar "por mais de um milhão de votos" e que não acredita que o resultado eleitoral será apertado.
"Em 7 de outubro, o povo vai falar e o que o povo afirmar é sagrado. As únicas pesquisas que não mudaram foram as pagas pelo governo", disse o candidato opositor, de 40 anos, 18 a menos que o presidente, em uma referência à redução da diferença entre os dois candidatos indicada nas últimas pesquisas.
Chávez afirmou que "a onda bolivariana" vai "crescendo e crescendo até domingo", para uma vitória "esmagadora".
"'Chávez não tem gente', diz a burguesia. A burguesia diz que Chávez 'perdeu a rua'. Agora aqui vão ver o povo na rua, povo na rua", disse o presidente na segunda-feira.
No entanto, ao mesmo tempo em que garante a vitória, Chávez adverte constantemente que a oposição "burguesa" tem "planos desestabilizadores" para "não reconhecer o triunfo do povo".
"Não poderão conosco. Não poderão com a pátria. Somos milhões e milhões. E aqui estamos na rua, dispostos a defender a pátria com tudo. Dispostos a defender o triunfo de 7 de outubro como o povo sabe defender suas conquistas", disse Chávez na segunda-feira.
O representante permanente da Venezuela na ONU, Jorge Valero, afirmou que setores "antidemocráticos e golpistas" do país buscarão recorrer à violência no caso de vitória de Chávez.
Capriles manifestou à AFP a sua "confiança de que os venezuelanos vão dar uma demonstração ao mundo de paz, de civismo e de futuro".

Related articles

Sem comentários: