quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Assaltantes tentam destruir secretaria de escola primária com fogo na Beira

Assaltantes tentam destruir secretaria de escola primária com fogo na Beira
Um numeroso grupo de assaltantes pôs fogo na madrugada de ontem à secretaria da Escola Primária Amílcar Cabral, na Munhava, depois de gorada a tentativa de encontrar e roubar equipamento informático, que supunham ter sido oferecido pela firma Vale Moçambique, semana passada, quando o estabelecimento recebeu pelo grupo de bandidos bastante numeroso, munidos de catanas e outros instrumentos contundentes, arrombou e incendiou na madrugada de ontem a secretaria da Escola Primária Completa Amílcar Cabral, localizada no bairro da Maraza, posto administrativo da Munhava, na Beira, resultando na destruição de vário material escolar, incluindo processos individuais de alunos e folhas para exames deste ano.
Este caso ocorre depois de na semana passada a escola ter recebido de mais de 200 carteiras duplas oferecidas pela Vale Moçambique, que, no âmbito da responsabilidade desta empresa mineira, espera doar ainda este ano 10 mil unidades as escolas da província de Sofala.
O móbil do crime pode ser a expectativa de roubar computadores, porque os assaltantes julgavam que a Vale Moçambique tivesse também entregue computadores e impressoras.
Não tendo encontrado o que pretendiam, os bandidos atearam o fogo, deixando a secretaria, que continha vário material escolar, em chamas, resultando na destruição de folhas e termos para exames do presente ano, livros de turma, esferográficas, resmas, adquiridos através do fundo de Apoio Direito às Escolas (ADE), disponibilizado no mês de Maio.
Contudo, o fogo não atingiu as salas que contam com as novas carteiras recentemente doadas.

GUARDA DA ESCOLA AMARRADO

Para conseguir executar a estranha acção, os bandidos surpreenderam primeiro o guarda da escola, Padecimento João, tendo-o amarrado os pés e os braços. Seguidamente empurraram-no para o meio da rua Kruss Gomes, aparentemente para que fosse atropelado.
“Chegaram por volta da 1 hora de madrugada. Eram muitos e todos estavam mascarados e empunhados de catanas e alavancas. Quando chegaram, perguntaram-me se para além de carteiras, a escola tinha ou não recebido computadores. Eu respondi que não sabia. Daí espancaram-me, tendo-me amarrado os pés e os braços, com recurso a uma borracha. Arrastaram-me para longe da escola e deixaram-me no meio da rua” – contou.
Disse que foi socorrido por um condutor de uma viatura que estava de passagem. Este parou para ver se ele estava vivo ou morto.
“Eu disse ao condutor que tinha sido amarrado por bandidos, que me levaram de lá onde trabalho até aqui, tendo-me deixado no meio da rua. O condutor levou-me ainda amarrado até aqui, na escola, e eu comecei a gritar, quando vi que a escola estava a arder por volta das 4 horas” – referiu Padecimento João, que na altura apresentava-se com arranhões e inchaço no corpo.
Alertado pelos gritos, um dos professores cuja residência se localiza no recinto da escola, despertou. Quando viu que se tratava de incêndio, tentou, com recurso a água, debelar o fogo enquanto telefonava para os bombeiros.

FOI FÁCIL DEBELAR FOGO

O corpo da Salvação Pública de Sofala foi chamado de emergência para o local, tendo conseguido extinguir as chamas, o que evitou danos avultados ao edifício. Os barrotes de já estavam a cair do telhado.
“Estava a arder material diverso, entre madeira, papéis e até creolina. Foi fácil de debelar o fogo, pese embora certo material já estivesse destruído” – disse Augusto João, da equipa de corpo de Salvação Pública de Sofala, que participou no combate do incêndio.

A ESCOLA VAI AVALIAR OS PREJUÍZOS

De acordo com o director pedagógico daquela escola, José Ferreira Verniz, o fogo queimou muito material, incluindo o destinado aos exames deste ano, facto que a direcção da escola ainda precisa de tempo para avaliar os prejuízos causados.
“Teremos que encontrar com urgência outro dinheiro para comprar material destinado aos exames, visto que a época está a aproximar” – referiu Verniz, precisando o que se destruiu tinha sido adquirido através de dinheiro de Apoio Direito as Escolas.
Precisou também que a escola irá enfrentar problemas sérios para obter dados dos alunos da 1ª e 2ª classe, matriculados no ano passado. Contudo, disse que a escola irá recorrer às pautas anteriores para a elaboração de novos processos dos alunos.

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