terça-feira, 2 de outubro de 2012

AS RICULARIDADES DA LÓGICA DO RACICIOCÍNIO DO EUSÉBIO ANDRE PEDRO, FACE “A INOCENCIA DOS MEMBROS DA FRELIMO”

 

“Pode ser que o Borges encontre algo de ataque neste meu posicionamento mas tal será simplesmente por ser um inocente.” É Com essas palavras, que revelam um tom e uma posição absolutistas, dogmática e paroquial, de ponto de vista intelectual e de liberdade de pensamento, que o Eusébio André Pedro  termina a elaboração de um grande e eloquente artigo, intitulado “A Inocência de Borges Nhamire”.

Antes de avançar com o desenvolvimento dos pontos que consubstanciam “A Ridicularidade da Lógica do Raciocínio do Eusébio, Face “a Inocência dos Membros da Frelimo ”, adianto que a minha elaboração resulta da análise dos artigos dos dois articulistas (Borges Nhamirre e Eusébio André Pedro).

Gostaria de reconhecer, sem reservas que o Eusébio é sem sombra de dúvidas uma “alma” dotada de uma capacidade Cognitiva excepcional, capaz de articular, jogar, defender o óbvio, o absurdo, o ridículo …, em algum momento com uma intelectualidade intimidatória capaz de convencer qualquer distraído que os EUA localizam-se em África, e Moçambique no norte de América. Quero por isso render-lhe a minha grande admiração e a devida vénia. Os meus parabéns, sei que isso não resultado do acaso, mas é fruto de muito empenho e dedicação no campo de leitura e escrita.

Tendo em conta a citação em epígrafe, que reveste-se de um teor intimidatório, ditatorial e dogmático (Pode ser que o Borges encontre algo de ataque neste meu posicionamento mas tal será simplesmente por ser um inocente), Já tenho em mente que na opinião de Eusébio, só um inocente. Visto que segundo ele, apenas um inocente poderia se opor ao seu posicionamento.

Contudo, voltando a questão central da minha abordagem, porque considerar a ressonância e o eco das ideias do Eusébio, ridículos? Em seguida procuro apresentar alguns, dentre vários pontos que podem dar respostas a esta questão:

1. O artigo de Eusébio é totalmente contra as assumpções, ou pressupostos mais básicos para alcançar o sucesso no campo político. “Se esperarmos que todas as pessoas trabalhem antes de lhes dar oportunidade de trabalho, estaremos a ser incoerentes para com a lógica do próprio trabalho, na qual há uma reciprocidade de benefícios entre a mente e o braço executor”.

Meus caros, de que lógica de trabalho o Senhor Eusébio se refere? Eu já dizia, que na política é preciso mostrar o trabalho, se possível, dissimular, insinuar e parecer que está se a trabalhar, mesmo quando não é caso. Na economia, concretamente na “Lei das Fronteiras das Possibilidades de Produção”, defende-se que para atingir o crescimento e o desenvolvimento Económico é preciso alcançar a Fronteira das possibilidades de produção usando os factores da mesma. Isto resulta da inovação tecnológica, de empenho no trabalho, e de vários outros factores adicionais. Foi na base disso que a Roma, o Unido, Alemanha, os EUA, Japão, hoje a China, dentre vários outros países, chegaram onde estão. Então de que lógica de trabalho o Senhor se refere? Não é possível o Senhor Eusébio não perceber que está defender o ridículo.

Na política não basta ascender a um determinado cargo, mas é preciso ter legitimidade. E tendo em conta o debate que a eleição da Valentina Guebuza (VG) causou, e avaliando pelas postagem que seguiram ao artigo de Borges Nhamirre, ela não goza de muita legitimidade. E legitimidade é o reconhecimentos das pessoas em torno da elegibilidade de um indivíduo, e que o mesmo resulta dos seus feitos.
O Sr. Eusébio, pode até tentar convencer que a VG tem legitimidade no seio dos camaradas, porque os mesmos a elegeram, mas a minha percepção é que esta está ser projectada para assumir cargos políticos numa orbita que não se circunscreve apenas no campo partidário, e por isso precisa também da legitimidade popular, e infelizmente, isso ela não tem.

Compreendo a inocência do Borges Nhamirre, pelo seu pensamento virgem, tão virgem cujo extremo é lançar todos os «sem mérito sem trabalhar», sem experiência, ao lugar de espera, tal como acontece nas empresas contratantes. Há tantas pessoas anónimas no país que, fazendo o que fazem, sem gritarem em praças públicas, mesmo que não tenha de política, merecem a confiança daqueles que as apreciam.

Não quero me deter a discussão da virgindade do pensamento do Borges Nhamirre, conforme advoga o Eusébio, mas sim na ideia das exigências do mercado de trabalho, e na base disto fazer uma analogia com “o mercado politico”, este que é o campo principal do nosso debate. É preciso ter em conta que os mercados económicos, assim como os Políticos tem suas leis. Esses exigem as habilidades, eficiência, competência, e vários outros valores adicionais. É dai que não se interessam por anónimos, os anónimos é que devem envidar esforços para sair do anonimato, e não o contrário. Nenhuma empresa, falando dos Mercados Económicos, contrataria um indivíduo apenas para lhe pagar salário sem habilidades demandadas, ou uma projecção que prova que num futuro desejável o fulano chegará lá. Quando não se segue estes princípios, estamos perante algumas excepções. Neste caso vertente, temos a eleição da VG como uma excepção dos princípios normais.

Por isso são ridículas as suas colocações quando intitula a virgindade do pensamento do Nhamirre ao defender o óbvio. Alias, Suas excelência Presidente Armando Guebuza disse alguns anos atrás, e passo a citar: “A sorte anda muito perto dos esforçados e o azar está sempre próximo dos ociosos”. Sim Senhor, esse é o pensamento certo e válido na Economia, na Política e em todas outras áreas, espero não estar a generalizar de mais.

2. Querer provar que 1700 pessoas, que segundo Eusébio votaram a VG, constitui um indicador de lucidez.

O Sr. Eusébio afirma que “É absurdo que se chame de inocentes ou cobardes (medo da coragem) as quase duas mil almas que votaram na Valentina só porque fizeram uma escolha desagradável”.

Não pretendo questionar o porque de articulista afirmar que as 1700 pessoas fizeram uma escolha desagradável, mas sim mostrar que as generalizações podem ser um grande perigo. Nada nos convence que as 1700 pessoas que elegeram a VG tenham o feito com a devida lucidez. Acha que alguns indivíduos com tanto poder na Frelimo, no sentido mais variado da palavra, teriam incapacidade de instrumentalizar essas pessoas? Deixa lembrar que Hitler, um homem de uma estatura muito insignificante, que os dados provam que nem se quer era de origem alemã, conseguiu influenciar e instrumentalizar uma nação inteira a ir a guerra contra o bloco dos aliados e chacinar 6.000.000 de judeus. Acha que o comportamento de alemães foi lúcido. É ridículo, e é ao mesmo tempo uma visão reducionista ler um “partido de massas”, como Frelimo na base de 1700 pessoas.

3. O Artigo de Eusébio não responde as questão centrais e entrelaçadas que o Nhamire levanta (Afinal onde milita esta senhora? Que evidências podem ser apresentadas para provar o mérito da VG ascender a este cargo?)

Portanto, mesmo reconhecendo a grandeza do artigo do Eusébio, por razões anteriormente enumeradas, na verdade, o Eusébio usou muita retórica, eloquência, jogo inédito e convincente das palavras para marginalizar o óbvio e elogiar o absurdo. Dai que concluo, sem nenhum absolutismo e dogmatismo nas minhas inferências, que a lógica do seu raciocínio no artigo, intitulado “A Inocência de Borges Nhamirre”, enferma de muitas ridicularidades.

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